Diagnóstico precoce aumenta as chances de evitar evolução para o diabetes tipo 2.

O Dia Mundial da Diabete é comemorado desde 1991, em 14 de novembro, data de aniversário de Sir Frederick Banting, co-descobridor da insulina, juntamente com Charles Best.

O tema do Dia Mundial do Diabete 2023 é “Educar para Proteger o Futuro”. O objetivo deste ano é: Destacar a necessidade de melhor acesso à Educação em Diabete de qualidade para profissionais e pessoas com D.M. Mais de 537 milhões de pessoas (1 em cada 10) estão atualmente vivendo com Diabete.

A maioria desses casos é de Diabete Tipo 2, que é amplamente evitável por meio de atividade física regular, uma dieta saudável e equilibrada e a promoção de hábitos saudáveis. As famílias têm um papel fundamental a desempenhar na abordagem dos fatores de risco modificáveis para o Diabete Tipo 2 e devem receber educação, recursos e hábitos para ter um estilo de vida saudável.

Uma em cada duas pessoas (44%) que vivem com Diabete não é diagnosticada (240 milhões de pessoas). A maioria dos casos é de Diabete Tipo 2. O diagnóstico e tratamento precoces são fundamentais para prevenir as complicações do Diabete e obter bons resultados.

Todas as famílias são potencialmente afetadas pelo Diabete e, portanto, a conscientização dos sinais, sintomas e fatores de risco para todos os tipos de Diabete é vital para ajudar a detectá-lo precocemente. Diabete pode ser caro para o indivíduo e a família.

Em muitos países, o custo do uso insulina e o monitoramento diário podem consumir metade da renda média disponível da família, e o acesso regular e acessível a medicamentos essenciais para Diabete está fora do alcance de muitos. Melhorar o acesso a medicamentos e cuidados de Diabete a preços acessíveis é, portanto, urgente para evitar o aumento dos custos para o indivíduo e a família, que afetam os resultados de saúde.

Se sua intenção ao ler este artigo é entender se o pré-diabete é um tipo de diabete, já de início vamos te tranquilizar: não é! Mas saiba que, caso você ou algum familiar tenham recebido esse diagnóstico, ou suspeitam estar nesse estágio, há motivos mais que suficientes para ligar o alerta vermelho.

Uma pessoa com pré-diabete ainda não tem diabete, mas tem grandes chances de ter. Isso porque como o próprio nome diz, o pré-diabete é uma condição que antecede o diabetes mellitus tipo 2 (DM2). Ou seja, é uma situação intermediária entre estar saudável e ter DM2 que, vale ressaltar, é uma doença crônica que não tem cura.

Considerado um estado de risco elevado para o surgimento do diabetes, o pré-diabetes – também chamado de estado de intolerância à glicose – ocorre pela mesma alteração metabólica do organismo que leva à doença em si: níveis de glicose (açúcar) no sangue mais elevados do que o normal.

Porém, uma linha tênue diferencia as duas condições. No pré-diabete, as altas taxas de açúcar na corrente sanguínea ainda não alcançaram um patamar suficientemente elevado para que se chegue ao diagnóstico de diabete.

Em Marília, para variar, nenhuma atividade foi realizada de forma ampla nos postos de saúde ou de maneira mais coletiva no terminal urbano, em centros comunitários, clubes de serviço ou igrejas.

É no mínimo cômico, considerar que uma cidade onde se falta fraldas geriátricas, com graves problemas de mobilidade no terminal para idosos, faltando uma política de geriatras nos postos de saúde entre outras, esteja classificada entre as dez melhores do Brasil para envelhecer.

Pior que isto, é postarem a informação de que a cidade está entre as melhores do Brasil em atenção primária, com as inúmeras deficiências denunciadas todos os dias, principalmente a falta de medicamentos na farmácia central, que só terá verba para novas compras em 2024.

COM ESTE CENÁRIO, FICA DIFÍCIL ESPERAR UMA AÇÃO DE TAMANHA ENVERGADURA CONFORME O PRÓPRIO LEMA ESCOLHIDO PARA ESTE ANO DE 2023. SERÁ QUE SAIRIA CARO CADA AGULHA E MAIS UMA PALHETA PARA PREVENÇÃO E ORIENTAÇÃO DA POPULAÇÃO?

Riscos de evolução para o diabetes

Segundo estimativa da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), cerca de 40 milhões de brasileiros têm pré-diabetes atualmente. Desse total, o diabetes irá se consolidar em pelo menos 25%, em um prazo de três a cinco anos.

Vale ressaltar, contudo, que cada caso é um caso. Enquanto algumas pessoas conseguem virar o jogo e converter a condição em uma tolerância normal à glicose, outras permanecerão por prazo indeterminado no status de pré-diabetes ou, então, irão desenvolver o diabetes em questão de tempo.

Por isso, eventuais suspeitas e diagnósticos confirmados de pré-diabete não podem ser minimizados. Porque além da chance de progressão para o diabete tipo 2, há o risco de que desordens cardíacas e outras complicações médicas se estabeleçam.

Em qual momento o pré-diabete evolui para diabete de fato?

Quando os exames de glicose registram níveis de glicose superiores a 125 mg/dl, isso significa que o paciente deixou de ser pré-diabético e se tornou diabético. Normalmente, em torno de três ou dez anos após o diagnóstico inicial de pré-diabetes o paciente se torna diabético. O quadro pode tanto ser acelerado como reduzido, tudo depende do estilo de vida, hábitos e se o tratamento será seguido ou não.

Quando o pré-diabetes é diagnosticado de forma precoce, há chances de reverter o quadro. Para isso, é preciso que o paciente mude sua alimentação, faça exercícios físicos com frequência, além de seguir outras recomendações médicas, que em alguns casos, envolve medicação. No entanto, quando o paciente supera os índices de 125 mg/dl, o estágio é irreversível e será preciso tratar a diabetes para controlá-la.

Como saber se tenho pré-diabetes?

Existem doenças que, se descobertas em fase inicial, têm probabilidade de cura bastante aumentada. Premissa que se encaixa perfeitamente ao pré-diabete, uma vez que o diagnóstico precoce dessa condição permite a prescrição de tratamento adequado que pode, se seguido corretamente, impedir a evolução do quadro para o DM2.

Por isso, é fundamental fazer um acompanhamento médico de rotina, para que exames clínicos, físicos e laboratoriais sejam solicitados e colocados em dia. Só dessa forma é possível diagnosticar alterações e enfermidades já existentes e, até mesmo, prevenir e reverter comorbidades futuras.

No caso do pré-diabete, tanto a detecção quanto o monitoramento da condição são feitos por meio de exames de sangue que medem o nível da glicose presente no plasma. Três são as alternativas de testes e os respectivos valores de referência que confirmam o diagnóstico de intolerância à glicose:

  • glicose sérica em jejum, também chamado de glicemia em jejum, entre 100 mg/dL e 125 mg/dL;
  • hemoglobina glicada, também denominado hemoglobina glicosilada (HbA1c), entre 5,7% e 6,4%;
  • curva glicêmica, também conhecida como teste oral de tolerância à glicose (TOTG), com taxa em jejum entre 100 e 125mg/dl e, após 2h de sobrecarga de 75g de glicose oral, entre 140mg/dl e 199 mg/dL. 

Realizados em laboratórios, esses métodos são os mesmos utilizados para detectar o diabete. A forma de análise é exatamente a mesma, o que muda são apenas os intervalos de referência, que são mais brandos no pré-diabete.

Quem pode desenvolver intolerância à glicose?

A cada ano, crescem assustadoramente os casos de pessoas com intolerância à glicose. Seja por sedentarismo por conta da agenda atribulada de grande parcela da população, seja pela adoção de uma rotina alimentar cada vez mais desregrada, entre outros fatores.

Assim como o diabete, o pré-diabete é uma condição que se desenvolve principalmente em um público considerado de risco para essas patologias. Ou seja, pessoas com:

  • Antecedentes familiares confirmados de uma ou ambas as condições;
  • Níveis elevados de glicose no sangue;
  • Mais de 45 anos – lembrando que quanto maior a idade, maiores as chances;
  • Hábitos sedentários;
  • Tabagismo;
  • Hipertensão arterial e/ou propensão a doenças cardíacas;
  • Sobrepeso ou obesidade;
  • Circunferência abdominal aumentada (checar na referência os valores de corte, pois variam conforme a referência);
  • Aumento de LDL colesterol e/ou triglicérides;
  • Síndrome do Ovário Policístico;
  • Histórico de diabetes gestacional ou mulheres que tenham tido filhos com mais de 4 kg.

Importante ressaltar que não se enquadrar em uma ou mais situações acima citadas não exclui a possibilidade da enfermidade existir. Por isso, realizar exames específicos para o diagnóstico precoce conforme orientação médica, bem como aderir a um estilo de vida saudável, são sempre as melhores formas de prevenção. 

Sintomas do pré-diabetes

Apesar de comumente haver um período de pré-diabete que antecede o desenvolvimento do diabete tipo 2, não necessariamente o corpo dará esse “aviso” antes da doença se estabelecer de vez. E, quando dá, o alerta nem sempre é percebido, já que a condição é, quase na totalidade dos casos, assintomática e difícil de ser notada.

Ainda assim, mesmo não havendo o surgimento de sintomas claros, é importante ficar atento a alterações no corpo que eventualmente podem surgir e que variam muito de pessoa para pessoa. 

E mais: 1 em cada 10 pessoas com pré-diabete já apresentam sinais iniciais de complicações crônicas compatíveis com o agravamento do diabete, tais como retinopatia, neuropatia ou nefropatia. Registros de infartos e derrames decorrentes do aumento do risco cardiovascular são igualmente associados a esta fase.

O maior problema do pré-diabete é que se trata de uma condição de saúde silenciosa. Isso significa que há sintomas imperceptíveis ou mesmo a ausência total de sintomas. Alguns pacientes podem notar o escurecimento da pele na região das axilas, virilha, pescoço e outras dobras. Em alguns casos, a presença de formigas no vaso sanitário também indica uma alteração nos níveis de açúcar excretados pela urina.

No entanto, por ser uma condição bastante silenciosa, é recomendável que os pacientes mais propensos a desenvolver a diabetes façam exames frequentes para medir a glicemia. O estágio é confirmado quando os exames apontam entre 100 e 125 mg/dl.

É recomendável que pacientes a partir dos 45 anos incluam o exame no check-up anual. Já os pacientes mais jovens, mas com histórico familiar de diabetes tipo 2, diabetes gestacional, obesidade, hipertensão, entre outros fatores de risco também devem fazer o exame com regularidade.

Formas de tratamento

A probabilidade de haver progressão do estágio de pré-diabete para o diabete tipo 2 é, como vimos, bem alta. Inclusive, é praticamente impossível prever se a evolução vai, de fato, ocorrer. A boa notícia é que aproximadamente 2/3 dos pacientes conseguem reverter o quadro de intolerância à glicose para uma normal tolerância à glicose, ou seja, antes que a condição progrida efetivamente para o diabete.

Mas, para que isso aconteça, algumas medidas preventivas que se mostraram muito eficientes em estudos clínicos devem ser adotadas tão logo o diagnóstico seja confirmado. São elas:

  • Prática regular de atividades físicas, preferencialmente no mínimo 150 minutos totalizados no decorrer de cada semana;
  • Perda de peso, com redução de 5 a 7% do peso corporal inicial, com o fim de facilitar o trabalho da insulina dentro do organismo;
  • Consumo restrito de bebidas alcoólicas, já que o álcool pode favorecer o ganho de peso, que é um fator associado ao desenvolvimento da resistência à insulina;
  • Não fumar: o tabagismo contribui diretamente para o aumento da produção de radicais livres no organismo que, por sua vez, são gatilhos facilitadores para o surgimento de doenças como o diabetes tipo 2;
  • Dieta balanceada, com recomendações dietéticas que levem em conta as preferências e necessidades individuais, visando aumentar as chances do tratamento nutricional ser aceito em longo prazo.

E por falar em rotina alimentar saudável e individualizada, de fato não existe uma estratégia alimentar universal capaz de prevenir ou retardar o início do diabetes. O recomendável é priorizar os grupos de alimentos in natura como as frutas, os legumes, as verduras e os cereais integrais. Outro bom caminho se pauta na ingestão de oleaginosas como nozes e castanhas, produtos lácteos com baixo teor de gordura, alimentos ricos em fibras e tomar bastante água.

É vital reduzir consideravelmente o consumo de alimentos processados ricos em açúcares, entre eles os doces, os refrigerantes, as bolachas recheadas, etc. Também é preciso evitar carnes vermelhas e outros alimentos de origem animal ricos em gordura.

Por fim, vale destacar que na presença do pré-diabete, essas são algumas medidas que atuam como agentes auxiliares na redução do descontrole da glicemia. Elas não excluem a necessidade de acompanhamento médico, que inclui reavaliação anual para um rastreamento eficiente na prevenção do diabete.

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