Dhaubian Braba Brauioto Barbosa, coronel aposentado da Polícia Militar, era dono do estabelecimento. Vítima trabalhava no motel e, segundo a investigação da Polícia Civil, mantinha um relacionamento extraconjugal com a esposa do acusado. Caso ocorreu no dia 31 de outubro de 2021, em Marília (SP).

A 1ª Vara Criminal de Marília, marcou para a próxima terça-feira (26) de setembro, o julgamento do coronel aposentado da Polícia Militar Dhaubian Braba Brauioto Barbosa. O réu é acusado do assassinato de Daniel Ricardo da Silva, funcionário do motel do qual o próprio ex-PM era dono, e de tentar induzir a Justiça ao erro.

A sessão será realizada a partir das 9h no Fórum de Marília. Na denúncia, o Ministério Público de São Paulo (MP-SP) alega que Dhaubian matou Daniel Ricardo da Silva no próprio estabelecimento, que fica às margens da Rodovia Comandante João Ribeiro de Barros (SP-294), em Marília, em 31 de outubro de 2021.

A vítima trabalhava no motel e, segundo a investigação da Polícia Civil, mantinha um relacionamento extraconjugal com a esposa do acusado. Ela também foi denunciada por supostamente adulterar a cena do crime.

O coronel aposentado responde por homicídio duplamente qualificado e, ainda segundo o despacho desta terça-feira (15), deve permanecer preso até o dia do Tribunal do Júri.

Funcionário de motel é morto a tiros em Marília; dono é suspeito do crime — Foto: Reprodução

Homicídio qualificado

No dia do crime, Daniel Ricardo da Silva, que tinha 37 anos, chegava para trabalhar no motel quando foi atingido pelos disparos de arma de fogo.

Imagens do circuito de segurança do motel registraram o momento em que a vítima chega para trabalhar e também dois dos três disparos que mataram Daniel.

O laudo necroscópico do corpo de Daniel apontou que ele foi atingido pelas costas. Segundo o delegado seccional de Marília, Wilson Frazão, a polícia confirmou que os disparos foram realmente efetuados por Dhaubian.

O coronel se apresentou na delegacia no dia 3 de novembro e, no dia seguinte, teve a prisão temporária decretada. Ele alegou legítima defesa. A motivação do crime teria sido passional. Segundo as investigações, a vítima tinha um relacionamento com a mulher do coronel, que também é policial militar.

A arma dela chegou a ser apreendida no local do crime, assim como o arsenal encontrado em endereços de Dhaubian, porém, a arma utilizada no crime não foi localizada.

Uma semana depois, a Polícia Civil aprendeu em um outro motel de propriedade de Dhaubian várias armas escondidas em uma laje. Entre revólveres e pistolas, todos sem documentação, havia algumas armas consideradas raras e de uso restrito, inclusive do exército norte-americano.

Armas foram apreendidas em um outro motel de propriedade do suspeito do crime (marília, coronel aposentado da pm, dono de motel) — Foto: DIG/ Divulgação

Armas foram apreendidas em um outro motel de propriedade do suspeito do crime (marília, coronel aposentado da pm, dono de motel) — Foto: DIG/ Divulgação

Pedidos de liberdade negados

Desde a data da prisão do réu, a Justiça, em várias instâncias, negou pedidos de liberdade a Dhaubian. No último deles, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) rejeitou um recurso com as alegações da defesa do coronel da reserva que apontavam falta de fundamentação para a manutenção da prisão preventiva.

O ministro do STJ, Sebastião Reis Júnior, indicou que há elementos concretos que demonstram a periculosidade de Barbosa, evidenciado pelo modus operandi com que o delito foi cometido, aliado à apreensão de uma quantidade expressiva de armas e munições não registradas pertencentes ao acusado.

O primeiro pedido de liberdade feito pela defesa do coronel aposentado da PM foi negado no dia 11 de novembro, quando a 2ª Vara Criminal da Justiça de Marília decidiu manter a prisão do acusado.

No dia 22 de novembro, o TJ também recusou o primeiro pedido de habeas corpus feito na segunda instância da Justiça estadual e manteve a prisão.

Laudo indica que funcionário morto em motel de Marília foi baleado pelas costas por patrão; coronel aposentado da PM Dhaubian Braga Brauioto Barbosa — Foto: Arquivo pessoal e Polícia Civil

Laudo indica que funcionário morto em motel de Marília foi baleado pelas costas por patrão; coronel aposentado da PM Dhaubian Braga Brauioto Barbosa — Foto: Arquivo pessoal e Polícia Civil

No início de dezembro de 2021, a Justiça converteu a prisão de Dhaubian de temporária para preventiva. No dia 21 de dezembro de 2021, o TJ negou o segundo pedido de liberdade feito pela defesa de Dhaubian.

No início de fevereiro de 2022, o TJ-SP rejeitou pela terceira vez um pedido de habeas corpus formulado pela defesa do dono do motel. Logo depois, no dia 15 de fevereiro, a justiça de Marília negou o pedido de liberdade feita pela defesa do coronel aposentado durante a primeira audiência de julgamento do crime.

Dhaubian Braga durante reconstituição  — Foto: Foto: Leonardo Moreno
Dhaubian Braga durante reconstituição

No início de maio de 2022, a Polícia Civil realizou a reconstituição do crime, que contou com a participação do coronel aposentado. Durante os trabalhos, o advogado do acusado insistiu na tese da legítima defesa, contrariando a conclusão da polícia sobre a dinâmica dos fatos.

À época, o advogado Aryldo de Oliveira de Paula alegou que Daniel planejava matar Dhaubian e já tinha tentado envenená-lo três vezes com água de chimarrão. Segundo o advogado, o objetivo de Daniel era ficar com a esposa e o patrimônio do dono do motel.

DIRETO DO PLANTÃO COM INFORMAÇÕES DE POLÍCIA

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