Um dos julgamentos mais demorados da história de Marília. A sessão começou por volta das 8h30 da terça-feira (26) sendo interrompida no mesmo dia às 21h25 para o jantar e repouso do juri popular em um hotel da cidade. Já o réu, dormiu sob escolta no 9º Batalhão de Polícia Militar do Interior (9º BPMI).

Os trabalhos foram retomados na manhã de ontem, quarta-feira (27), no mesmo horário, quando o acusado foi ouvido com um interrogatório que durou quase três horas. Dhaubian Braga Brauioto Barbosa confirmou ter atirado na vítima, mas alegou legítima defesa.

O caso era acompanhado com muita expectativa pela imprensa estadual e sociedade mariliense. Quando do ocorrido, houve uma repercussão a nível estadual e ao contrário do que todos estavam esperando, houve uma reviravolta com uma interpretação diferente dos componentes do júri popular.

Após a visível exaustão de todos, chegou-se ao veredicto final. A aguarda decisão e sentença foi proferida por volta das 20h30 e a prisão preventiva do militar revogada, sendo ele colocado em liberdade.

DETALHANDO A DECISÃO. Pelo deliberado e maioria de votos, os jurados decidiram por condenar o réu, que teria de cumprir seis anos de reclusão em regime inicial semiaberto. O detalhe essencial ficou na forma de condenação. Eles acolheram a argumentação do Ministério Público e decidiram pela condenação do coronel aposentado da Polícia Militar, porém retirando as qualificadoras e condenado-o por homicídio simples.

Ocorre que, o mesmo já havia cumprido dois anos atrás das grades no presídio Romão Gomes, na capital paulista e por esta razão, foi revogada a prisão preventiva e expedido imediatamente o alvará de soltura. De sobra, o mesmo terá que cumprir apenas seis meses de reclusão em regime aberto por fraude processual, pois os jurados entenderam que houve Dhaubian, alterou a cena do crime, objetivando de beneficiar.

Apenas para detalhar, a defesa sustentou a tese de que na realidade, a vítima, Daniel, estaria com a arma da esposa do coronel Dhaubian e tinha a intenção de matá-lo. A pistola foi encontrada na cena do crime, mas o Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP) acredita que ela foi plantada no local, logo após o homicídio, visando se autobeneficiar, enganando os policiais e a perícia técnica.

Por outro lado, a ex-esposa de Dhaubian, também policial militar, declarou que a arma estava realmente em sua casa, enquanto familiares do coronel afirmam terem visto a mesma com a mulher, enquanto ela se dirigia paraa cidade de Assis, onde teve um encontro com a vítima, Daniel na noite anterior ao crime.

No resumo da ópera, foi revogada a prisão preventiva e expedido o alvará de soltura ao então acusado, coronel Dhaubian Braga Brauioto Barbosa, que já pode retornar para o seu lar, agora liberado pela justiça.

DIRETO DO PLANTÃO POLICIAL

error: Conteúdo protegido por direitos autorais.