Podem até rotular de perseguição política, mas, dentro da linha editorial e da proposta do JORNAL DO ÔNIBUS DE MARILIA de levar aos seus leitores um jornalismo apartidário, imparcial e com independência de publicar as noticias e expressar seus pensamentos, garantidos pela constituição, fica difícil não se posicionar diante daquilo que julgamos ser, no mínimo, fora de hora, para não se dizer inoportuno e uma verdadeira aberração.

Vivemos um momento triste, onde boa parte da cidade convive com a tristeza da morte de 317 pessoas somente até a publicação desta matéria, onde, outras centenas de famílias, amigos e companheiros de trabalho vivem dias enlutados por aqueles que perderam a guerra contra o vírus.

Venda de fogos de artifício e rojões é fiscalizada em lojas do Centro de  Macapá | Amapá | G1

Em um momento como este, onde a única coisa que se espera de um governante é pelo menos solidariedade e oração, já que se diz um cristão de princípios, seria no mínimo respeitar o momento de luto das famílias e adiar toda e qualquer festa ou evento municipal. No que diz respeito ao dinheiro a ser gasto, poderia ser revertido para a compra de máscaras e álcool gel para a população carente da cidade.

Estamos nos referindo ao edital publicado no último dia 25 de março no Diário Oficial de Marília abrindo o processo para a aquisição de materiais para SHOWS PIROTÉCNICOS. Na justificativa o motivo cita que serão utilizados em eventos organizados pelas secretarias municipais sem citar datas específicas. O edital vem assinado pelo prefeito Daniel Alonso e pelo secretário da cultura André Gomes, considerado o guru politico da administração municipal. A sessão de disputa do pregão será no dia 9 de abril, sexta feira da semana que vem, à partir das 9Hs da manhã. Confira a íntegra do edital publicado;

Iniciativa põe em cheque a vontade do prefeito e a lei criado pelo seu vice, Cicero do Ceasa.

Coincidentemente uma Campanha pedindo o fim do uso de fogos de artifício na cidade, foi a pauta de uma reunião ocorrida no último dia 9 de março no gabinete do vice prefeito Cicero do Ceasa, que, quando exerceu o cargo de vereador, criou a lei que proíbe a queima de fogos na cidade.

A reunião contou com a presença de ONG’s ( organizações não governamentais ) e inseriu algumas secretarias municipais para ampliar nos próximos dias a cumprimento da lei municipal. Na ocasião, as organizações enfatizaram o efeito nocivo das explosões para animais, crianças, idosos e pessoas acamadas, principalmente em um momento como este, onde os hospitais estão lotados de pacientes.

Campanha pede fim do uso de fogos de artifício em Marília; lei proíbe  prática - Notícias sobre giro marília - Giro Marília Notícias

A lei foi aprovada em 2019 e segue em vigor, apesar das discussões do tribunal de justiçaproíbe prática. A lei estabelece multa de 20 UFESPs Unidade Fiscal do Estado de São Paulo para quem descumprir – cada UFESP vale R$ 29,09, cerca de R$ 581,00 reais, com dobra na reincidência. além de recolhimento do material; com valor dobrado na reincidência.

Até em São Paulo, o prefeito Bruno Covas (PSDB) sancionou em maio de 2017 um projeto de lei que proíbe soltar fogos de artifício barulhentos dentro do município.

Também proibiu a fabricação e uso de quaisquer artefatos pirotécnicos com efeito sonoro ruidoso. Em caso de descumprimento, a multa prevista é de R$ 2 mil. O valor da multa será dobrado na primeira reincidência e quadruplicado a partir da segunda nas infrações cometidas dentro de um período inferior a 30 dias.

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Pelo visto, a exemplo do que já ocorre rotineiramente na cidade, será mais uma lei a ser descumprida, e o pior, partindo justamente de quem deveria dar o exemplo e, no mínimo ser ético com o autor da lei.

Fato é que; a questão da pandemia segundo especialistas ainda irá demorar um bom tempo, e mesmo que haja a conclusão da vacina em todos os marilienses até o mês de agosto ou setembro, é necessário se considerar que muitas vidas serão ceifadas até lá, ou seja, o ano de 2021 será marcado pelo luto de centenas de famílias, sem espaço para qualquer tipo de comemorações com shows pirotécnicos.

Mas, é uma decisão do executivo municipal e da secretaria da cultura, onde infelizmente qualquer tipo de opinião contrária, será aceita. É uma questão de interpretação perante o momento de sofrimento das pessoas, e principalmente de se elencar prioridades. O que é essencial hoje para a nossa cidade ?? Compra de materiais para show pirotécnico ou de kit intubação, máscaras, Totens de álcool gel em locais públicos e outros ??

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