O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) reconheceu a apoiadores na entrada do Palácio da Alvorada que “dificilmente” o partido Aliança pelo Brasil irá ser criado neste ano. Segundo o mandatário, dois partidos estão sendo avaliados pela família presidencial para 2022.

O Aliança, no meu entender, dificilmente vai se formar esse ano. Estou acertando, está na reta final, mas é igual casamento, não posso escolher. Era para ser até março (a criação do partido), não deu certo. Tenho dois partidos em vista. Por mim seria ontem, mas tem que ir numa boa. O PSL, no ano passado, foi em cima da hora. Bons deputados foram eleitos, outros nem tanto. Deu aquela confusão toda.

No fim de 2019, Bolsonaro deixou o PSL após um conflito com o presidente da legenda, deputado Luciano Bivar (PSL-PE), que impediu que as principais funções do partido fossem administradas por indicados do presidente.

Com a escolha de um novo partido, o presidente pretende levar cerca de 20 a 25 deputados da chamada ‘ala bolsonarista’ da atual bancada do PSL na Câmara ao novo partido. Além dos parlamentares federais, o presidente tentará filiar os apoiadores estaduais e municipais ao partido.

A legenda que será escolhida, porém, contará com a concordância dos filhos do presidente, que estão atuando na linha de frente das negociações com o Patriotas, onde mantém conversas avançadas, e com o PMN, que deixaria o nome “Partido da Mobilização Nacional” para se chamar “Brasil 35”.

O Patriotas chegou a oferecer todas as principais funções do partido ao presidente, como a presidência, vice-presidência e a tesouraria. Sobre o retorno ao PP ( Partido Progressista) do presidente da Câmara, Artur Lira, na qual Bolsonaro esteve mais tempo filiado em sua vida politica, está descartada.

Enquanto também negociava com o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-SP), o presidente do PTB, Roberto Jefferson, chegou a oferecer a presidência e os principais cargos do partido, como a tesouraria, por dois anos à família Bolsonaro. A oferta, porém, foi negada, já que há a intenção da família de controlar 100% do futuro partido.

A filiação a um partido é necessária para que o presidente esteja apto a disputar a reeleição em 2022 — de acordo com as regras da Justiça Eleitoral, o prazo máximo é até seis meses antes do pleito. Bolsonaro havia dito anteriormente que decidiria seu futuro partidário até março, o que não aconteceu.

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