Um crime que revoltou a população de Marília a cerca de quase 150 dias. Era noite do dia 25 de novembro de 2020, quando uma grávida de oito meses morreu após ser atingida por um tiro em um bar na zona sul de Marília. O crime comoveu toda a cidade, e, até hoje trás sequelas e lágrimas para todos os familiares.
No ultimo dia 9 de março, nossa reportagem foi acionada com exclusividade pelo senhor Antônio de Moraes, sogro da vítima que, de forma emocionada manifestou o interesse de registrar a sua revolta pela morosidade da justiça e nos relatou o drama pela qual vivia a família até então, buscando em um ato de desespero e dor, na imprensa, uma forma de gritar por uma solução que ultrapassava na ocasião a casa dos 100 dias sem nenhuma resposta das autoridades, mesmo diante de tantas evidências e provas.
No entanto, na noite de ontem, uma noticia chegou para, pelo menos amenizar a dor da família que clama por justiça. Segundo informações fornecidas pelos policiais da DIG ( Delegacia de Investigações Gerais ) um dos envolvidos no duplo homicídio da dona de casa Carla Silva de Moraes, de 25 anos – que estava grávida – e do zelador Manoel da Silva Barreto, de 36, em novembro do ano passado, acabou sendo preso na cidade de Bauru, no dia de ontem, quinta feira (22).
O acusado é um rapaz de 25 anos, e, foi identificado como Vitor dos Santos Gonçalves, vulgo “Vitão”. Ele era foragido, desde a data do crime, e estava com prisão temporária decretada, sendo finalmente capturado. A detenção do mesmo aconteceu onde ele estava trabalhando como auxiliar de gesseiro numa obra, próxima a um shopping daquela cidade.
Segundo o delegado titular da DIG, Luís Marcelo Perpétuo Sampaio, era ele quem conduzia a moto que levou o atirador. Vitão foi o primeiro indivíduo preso, mas, restam ainda dois mandados de prisão temporária para serem cumpridos. O individuo chegou a ser interrogado, mas se reservou no direito de falar em juízo.
Em entrevista concedida a imprensa o delegado responsável declarou que foram necessárias várias diligências até ser descoberto que ele estava escondido na cidade de Bauru para posteriormente realizar a campana e a detenção. A chegada de laudos ainda pendentes do Instituto de Criminalística de São Paulo poderá determinar a conclusão do inquérito.
Uma tortura de quase 150 dias para uma família traumatizada.
Quando entrevistamos o senhor Antônio Fernandes Moraes, sogro de Carla, a palavra indignação resumia todo o sentimento pela morosidade da justiça, pelo fato ocorrido e das consequências; ” É uma dor profunda que, remédio nenhum cura. A indignação pelo pouco caso, a insegurança que minha família vive e eu vivencio todos os dias para trabalhar. Eu fico exposto aqui o dia inteiro em meu estabelecimento, cruzo com as pessoas suspeitas diariamente e nada é feito. O resultado é uma insegurança que dilacera nosso dia a dia abalando toda nossa estrutura familiar”, desabafou na ocasião.
Para relembrar o fato, segundo informações que constam nos documentos oficiais da polícia, a mulher de apenas 25 anos estava com o marido no local. O casal havia chegado a poucos minutos, pois ela, a vítima tinha manifestado um desejo de comer um espetinho.
Quando efetuava o pagamento, dois homens chegaram em uma motocicleta e atiraram contra um outro cliente que estava no bar. Em meio ao tiroteio, uma das balas acabou atingindo o pescoço de Carla Silva de Moraes, que correu quando os tiros começaram.
Ela foi socorrida primeiramente pelo marido, que a levou para o carro do casal estacionado em frente ao estabelecimento e aguardaram a chegada da ambulância.
Carla chegou a ser socorrida e levada para o pronto-socorro do Hospital das Clínicas, mas ela e o bebê não resistiram. O parto da criança estava agendado para o dia 20 de dezembro.
Ainda segundo a polícia, a outra vítima que morreu no local, era Manoel da Silva Barreto, de 36 anos, que estava no bar com a esposa e conversava com Carla e o marido quando o atirador chegou. O homem estava na garupa da moto e foi em direção a Manoel. Um fato triste que marcou o final do ano 2020, que somente agora começa a ser solucionado.
DIRETO DO PLANTÃO POLICIAL
