Agosto foi o mês com o maior número (64) de empresas gerais abertas, além de 257 novas MEIs

Só faltou mesmo fogos de artifício para a informação divulgado na última quinta feira (8) por parte da Prefeitura de Marília, por meio da Secretaria Municipal do Trabalho, Turismo e Desenvolvimento Econômico, que através do Centro de Pesquisa e Informação/Diretoria de Desenvolvimento Econômico, divulgou o balanço da abertura de empresas nos primeiros oito meses do ano de 2022.

Os números são reais mas, conota um outra realidade. De acordo com os dados, o município abriu um total de 2.370 novas empresas no acumulado do ano, sendo 444 gerais e 1.926 MEIS -, com um capital total de R$ 21.019.391,00, média de 296,25 empresas abertas por mês.

A manchete verdadeira é clara; das 2.370 empresas abertas, 1.926 foram MEIS criadas por pessoas que foram arremessadas ao mercado da informalidade como única opção para a sobrevivência em uma cidade que ficou estagnada em crescimento industrial nos últimos anos. Basta checar qual foi a última grande indústria instalada na cidade.

Vale lembrar que, na longínqua campanha eleitoral de 2016 o atual mandatário da cidade prometeu transformar a mesma na capital da indústria moveleira no estado de São Paulo e de lá para cá o que se nota são marilienses tentando montar uma lojinha aqui e outra acolá, onde a maioria não sobrevive aos seis primeiros meses.

A indústria que vinga em Marília é apenas a do setor da construção e imobiliário. Nunca na história do município se lançou tantos condomínios de alto padrão para magnatas esquecendo da mola mestra que impulsiona a gigante adormecida. Atrair novas empresas para a cidade não é prioridade, tanto é que o foco agora é a tecnologia da informação. Até a ACIM, acabou alterando a nomenclatura de associação Industrial para associação de inovação. Vai vendo.

Ainda segundo a informação que consta no site da própria prefeitura, das 2.370 empresas abertas até o mês de agosto, a maioria delas foi na região central com 22,6%, seguida bem de perto pela zona leste com 22,4%. A zona norte teve 19,4%, a zona sul 18,8% e a região oeste ficou com 16,6% do total.

Já com relação ao capital dessas empresas abertas – total de R$ 21.019.391,00 – a média mensal é de R$ 2.627.423,00. O mês de agosto registrou também o maior número de empresas gerais abertas, com total de 64, com média superior a duas empresas abertas diariamente – o recorde anterior era 62 no mês de março.

Além disso, foram mais 257 novas MEIs, totalizando 321 empresas abertas em agosto. Marilia vive hoje pelas indústrias que foram instaladas em saudosos anos anteriores e pelas redes supermercadistas e o comércio em geral, com destaque novamente para a informalidade, que muitas vezes revendem produtos da 25 de março ou mesmo do Paraguai.

imagem meramente ilustrativa

Não há necessidade de se omitir um tendência nacional, principalmente depois do famosa “fica em casa” que quebrou diversas empresas. Para se ter uma ideia, a taxa de desocupação do país no segundo trimestre de 2022 foi de 9,3%, recuando 1,8 ponto percentual (p.p.) ante o primeiro trimestre de 2022 (11,1%) e caindo 4,9 p.p. frente ao mesmo trimestre de 2021 (14,2%). Em relação ao trimestre anterior, a taxa de desocupação recuou em 22 das 27 Unidades da Federação, mantendo-se estável nas outras cinco.

As maiores taxas de desocupação foram da Bahia (15,5%), Pernambuco (13,6%) e Sergipe (12,7%), e as menores, de Santa Catarina (3,9%), Mato Grosso (4,4%) e Mato Grosso do Sul (5,2%).

A taxa de desocupação por sexo foi de 7,5% para os homens e 11,6% para as mulheres no segundo trimestre de 2022. Já a taxa de desocupação por cor ou raça ficou abaixo da média nacional (9,3%) para os brancos (7,3%) e acima para os pretos (11,3%) e pardos (10,8%).

A taxa de desocupação para as pessoas com ensino médio incompleto (15,3%) foi maior que as taxas dos demais níveis de instrução analisados. Para as pessoas com nível superior incompleto, a taxa foi 9,9%, mais que o dobro da verificada para o nível superior completo (4,7%).

No segundo trimestre de 2022, a taxa composta de subutilização da força de trabalho (percentual de pessoas desocupadas, subocupadas por insuficiência de horas trabalhadas e na força de trabalho potencial em relação à força de trabalho ampliada) foi de 21,2%. Piauí (42,3%) teve a maior taxa, seguido por Sergipe (37,4%) e Bahia (34,9%). As menores taxas de subutilização ficaram com Santa Catarina (7,0%), Mato Grosso (10,1%) e Rondônia (11,2%).

número de desalentados no segundo trimestre de 2022 foi de 4,3 milhões de pessoas. O maior número estava na Bahia (612 mil desalentados). O percentual de desalentados (frente à população na força de trabalho ou desalentada) no segundo tri de 2022 foi de 3,8%. Maranhão (14,8%) e Alagoas (13,7%) tinham os maiores percentuais e Santa Catarina (0,4%) e Mato Grosso (1,2%), os menores.

O percentual de empregados com carteira assinada no setor privado foi de 73,3%. Os maiores percentuais estavam em Santa Catarina (87,4%), São Paulo (81,0%) e Paraná (80,9%) e os menores, no Piauí (46,6%), Maranhão (47,8%) e Pará (51,0%).

O percentual da população ocupada do país trabalhando por conta própria foi de 26,2%. Os maiores percentuais eram do Amapá (35,7%), Rondônia (35,3%) e Amazonas (35,0%) e os menores, do Distrito Federal (20,1%), Mato Grosso do Sul (22,6%) e São Paulo (23,2%).

taxa de informalidade para o Brasil foi de 40,0% da população ocupada. As maiores taxas ficaram com Pará (61,8%), Maranhão (59,4%) e Amazonas (57,7%) e as menores, com Santa Catarina (27,2%), São Paulo (31,1%) e Distrito Federal (31,2%).

rendimento médio real mensal habitual foi de R$ 2.652, mantendo estabilidade frente ao primeiro tri de 2022 (R$ 2.625) e caindo 5,1% ante o mesmo trimestre de 2021 (R$ 2.794). Frente ao primeiro trimestre de 2022, as cinco grandes regiões apresentaram estabilidade. Já em relação ao segundo trimestre de 2021, Nordeste, Sul e Sudeste apresentaram queda do rendimento médio.

Em outras palavras, o que vemos por aqui é um rodizio de portas de trabalho na área comercial e para quem não encontra nada, busca como única alternativa abrir uma MEI e tentar a sorte. Nada mais que isto. Os números pela nossa óptica deveria sim, DESPERTAR UM SINAL DE ALERTA, onde a população claramente está pedindo socorro e cabe ao gestor ligar a sua expertise empreendedora e visualizar também o setor industrial, criando mecanismos e atrativos para atrair empresas para cidade e não criando leis para dificultar a instalação, como está acontecendo hoje.

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