O que parece ser um quadro preocupante e desesperador, começa a tomar proporções ainda maiores a cada dia. Após mais de um ano na linha de frente do combate ao coronavírus, médicos e profissionais da enfermagem começam a entregar os pontos devido ao cansaço e estafa mental.

A falta de médicos intensivistas é uma realidade e para agravar mais a situação, pelo menos cinco médicos matriculados no programa de residência em Radiologia e Diagnóstico por Imagem do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Marília (HC/Famema) notificaram judicialmente a instituição.

Na exposição de motivos plenamente justificáveis eles alegaram sobrecarga de trabalho em decorrência da pandemia da Covid-19 e exigem que seus nomes deixem de ser inclusos na escala de plantão para o atendimento de pacientes com sintomas da doença.

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O fato expõe claramente a crise no atendimento a saúde da cidade no enfrentamento ao Covid-19 que, por reiteradas vezes afirmamos estar fora de controle. Na ação, os médico elencaram ainda outros motivos pela qual a decisão foi tomada. Confira;

  • O departamento em que os médicos atuam também passou a absorver significativa demanda oriunda dos casos Covid-19.
  • Além de já contarem com regular e própria escala de trabalho em plantão, os médicos afirmam que passaram a ser convocados para plantões de atendimento clínico de casos suspeitos ou confirmados de infecção do novo coronavírus.
  • Houve um aumento na quantidade de laudos que, diariamente, passaram a ser emitidos em comparação ao mesmo período de outros anos.
  • Os profissionais da área de radiologia não são os mais apropriados para prestar atendimento clínicos direto aos pacientes da Covid-19.
  • Há um ano, o programa de residência médica em Radiologia deixou de contar com a participação de estagiários que também auxiliavam no atendimento regular da demanda.

Nossa reportagem apurou que no complemento da ação é citado que, o HC/Famema “deve prestar sua contrapartida, quer remanejando seus médicos de áreas eletivas e mais ociosas ou contratando outros a assumir essa demanda oriunda da Covid-19” e ainda complementa ; “apesar do recebimento de repasses complementares justamente para o aumento desses atendimentos, não foi observado até então [remanejamento ou contratação], estando [o HC/Famema] a se valer substancialmente dos residentes”.

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Nota oficial é emitida pelo HC-Famema

Diante do seu direito de resposta a instituição do HC/Famema informou que recebeu uma notificação judicial no início deste ano, e que, a documentação foi assinada e encaminhada à Procuradoria Geral do Estado, responsável pela defesa da instituição em juízo. Diz a nota ;

“Até a presente data, não recebemos mais nenhuma intimação judicial a respeito. Cada residente realiza em média 1 único plantão de 6h a cada 2 meses, ou seja desde que iniciaram a participação na escala, em agosto de 2020, realizaram no máximo 4 plantões de 6h. Todos esses plantões são realizados com escala de profissional médico assistente do Pronto Socorro, de retaguarda para o caso de alguma dúvida. Em relação aos recursos recebidos pelo HC/Famema para enfrentamento da Covid, foram utilizados ao propósito do recebimento, ou seja, abertura de 40 leitos de UTI Covid, devidamente regulamentados e acompanhados pelo Ministério Público e Tribunal de Contas do Estado de São Paulo. O HC/Famema lamenta a resistência desses profissionais médicos, em colaborar espontaneamente, mesmo diante de bolsa para tal, neste momento de gravidade, perante contexto epidemiológico nacional e mundial que vivemos, diferente do que se espera de qualquer profissional da saúde neste momento” concluiu.

O JORNAL DO ÔNIBUS DE MARÍLIA, acompanha o impasse na instituição HC-Famema, assim como nas demais unidades de saúde, onde, o problema é o mesmo. Informações extra oficiais, conotam a falta até de profissionais da enfermagem para vagas abertas em razão daqueles que foram contaminados e estão afastados. O situação preocupa, diante de uma triste projeção do que poderá ocorrer ainda neste mês de abril, exigindo ainda mais destes verdadeiros heróis na luta pela vida dos pacientes.

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