O século é XXI, o ano é 2022. Já enviamos homens à lua e descobrimos a cura para várias doenças mas, falar sobre sexualidade ainda é um grande tabu. Entrar em um sex shop então… o que os outros vão pensar? Sexo é um assunto primordial na sociedade em que vivemos, é algo que gera curiosidade, medo, empolgação e até sentimentos que ainda não tem nome.

A primeira sex shop do mundo foi inventada por uma mulher. No final da segunda guerra mundial, Beate Uhse, ficou viúva quando ainda estava grávida. Pra piorar, teve que encerrar sua carreira de pilota. Sim, tudo ao mesmo tempo.

Para tentar sobreviver financeiramente e criar seu filho, mudou-se para Flensburg, na Alemanha, e começou a vender artigos de porta em porta. Assim muitas mulheres, donas de casa, lhe revelaram o medo que tinham de engravidar nos duros anos do pós-guerra.

Beate Uhse, a mulher por trás do Sex shop

Com base nos ensinamentos que recebeu de sua mãe, ela redigiu um manual explicando o método contraceptivo Ogino-Knaus, popularmente conhecido como “Tabelinha”. Não era seguro, mas era o que tinha disponível na época. E pasmem, em 1947 ela vendeu 32 mil cópias!!!

Aos poucos Beate foi agregando produtos como preservativos e livros sobre “Higiene Conjugal” – era como se chamava a vida sexual dos casais. Até que em 1962, abriu sua primeira loja física com uma enorme variedade de produtos voltados para a saúde sexual do casal cujo nome era: Instituto de Higiene Conjugal.

A ideia fez tanto sucesso que se expandiu para diversos países, inclusive os mais conservadores como China e Rússia.

No Brasil as primeiras sex shops chegaram no final dos anos 70, por intermédio de empresários do ramo de filmes eróticos. As lojas, voltadas para o público masculino, além dos produtos, tinham cabines individuais chamadas “Peep Show” onde eles podiam assistir filmes pornôs. Apesar de ter feito muito sucesso, o modelo sofreu uma grande reformulação. 

Foi nos anos 90, com o “boom” do seriado “Sex and the City”, que o uso de vibradores foi popularizado, bem como a noção de que sexo tem que ser bom para ambas as partes. Anos depois, em 2010 foi a vez de “De pernas para o ar” trazer um novo conceito para as sex shops. A revolução estava só começando.

Idealizadas em sua maioria por mulheres, as novas lojas têm como prioridade a educação e a saúde sexual, a desconstrução de tabus e preconceitos, o estímulo ao autoconhecimento, o autocuidado e o fortalecimento de relacionamentos saudáveis. 

Muito além de vibradores e dildos, você encontra itens para higiene íntima, cuidados menstruais, acessórios para exercícios pélvicos e lingeries diferenciadas. A discrição vai desde a fachada até as embalagens e o nome na fatura do cartão de crédito – sim, tudo à prova de curiosos.

Falar sobre sexo e sexualidade deve ser algo natural, tranquilo e saudável, afinal, foi através dele que todos nós chegamos aqui. Nesse sentido, a sex shop deixa de ser um local que gere medo e passa a ser aliada. PERMITA-SE.

Fernanda Viana é Sexóloga, Educadora e Terapeuta Sexual. Bacharel em direito, hoje trabalha pelo direito ao prazer e relacionamentos saudáveis. É idealizadora da Loja Lov em Marília e realiza atendimento em seu consultório particular. @fernandavianasexologa 

www.fernandaviana.com.br

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