O final de semana foi marcado para uma pseudo notícia de que Marília é nova capital do emprego. É mais uma estratégia de marketing para tentar amenizar o desgaste da administração Daniel Alonso e Cicero do Ceasa que insistem em maquiar algumas informações.

A informação segue o mesmo modus operandi em dizer que a capital nacional dos radares, que não possui nenhuma atividade de lazer e entretenimento, projetos para uma população que está envelhecendo, nenhum geriatra atendendo nos postos de saúde ainda faltando fraldas geriátricas ser classificada entre as dez melhores cidades do Brasil para envelhecer.

Segundo alguns portais de noticias reproduziram, o levantamento teria sido realizado pelo Centro de Pesquisa e Informação da Secretaria do Trabalho, Turismo e Desenvolvimento Econômico, indicando que de janeiro a outubro deste ano, Marília abriu 1.948 novas empresas. O capital inicial investido nesses novos empreendimentos, segundo o divulgado, se aproxima dos R$ 70 milhões.

Enquanto jornalista, mas nunca esquecendo da militância nos movimentos sociais, acredito no valor fundamental do trabalho. Dignidade se faz com a geração de emprego. Digo e repito sempre: a carteira assinada é a melhor política social que existe. A carteira assinada oferece dignidade ao trabalhador. A carteira assinada consolida as famílias e torna prósperas as comunidades.

Ocorre que, apenas no meio da notícia, visto que a maioria, conforme matéria que o JORNAL DO ÔNIBUS DE MARÍLIA já publicou, a maioria dos internautas só se atenta a manchete para deduzir a informação sem a preocupação de ler totalmente um texto.

Pasmem senhoras e senhores, segundo palavras do próprio secretário Nelson Mora, desse total de novos negócios, 500 são empresas e 1.448 MEIs, ou seja, de Microempreendedores Individuais. A imagem que tentam passar é a de que; “Marília é uma cidade empreendedora nos mais diversos segmentos, incluindo as áreas da beleza, costura, gastronomia, festas e até de agricultura familiar”.

Só nestas declarações fica bem claro que o número de desempregados na cidade é gigante. Marília não se transformou na capital moveleira do estado conforme promessa de campanha de Daniel Alonso em 2016 e tampouco recebeu alguma indústria ou fábrica de grande porte nos últimos 10 anos, com capacidade para contratar de 300 a 500 funcionários ou mais.

Das quase 20 milhões de empresas ativas no Brasil, 70% são MEIs, sendo a maior parte prestadores de serviços. Para explicar melhor, MEI é a sigla para Microempreendedor Individual. Trata-se de um modelo empresarial simplificado, instituído pela Lei Complementar nº128, de 19 de dezembro de 2008, com o propósito de facilitar a formalização das atividades de quem trabalha de maneira autônoma.

Com relação à quantidade de funcionários, um empreendedor MEI só pode contratar 1 (um) colaborador. A esse deve ser pago, no mínimo, um salário mínimo nacional ou o piso determinado pela categoria.

Quais são as atividades permitidas no MEI?

Indo de encontro as palavras do secretário, são centenas de atividades permitidas para esse tipo de empresa, dentre elas:

  • cabeleireiro
  • manicure
  • pedicure
  • comércio varejista de artigos de vestuário e acessórios
  • promoção de vendas
  • lanchonetes
  • casas de chá, de sucos e similares
  • fornecimento de alimentos preparados preponderantemente para consumo domiciliar; 
  • instalação e manutenção elétrica
  • atividades de estética e outros serviços de cuidados com a beleza

A TRISTE NOTÍCIA: A taxa de sobrevivência das empresas no Brasil

Os MEIs têm a maior taxa de mortalidade entre os Pequenos Negócios, 29% fecham após 5 anos de atividade. Já as MEs têm taxa de mortalidade intermediária entre os Pequenos Negócios, 21,6% fecham após 5 anos de atividade. As EPPs têm a menor taxa de mortalidade entre os Pequenos Negócios, 17% fecham após 5 anos de atividade.

A maior taxa de mortalidade é verificada no comércio (30,2% fecham em 5 anos) e a menor na indústria extrativa (14,3% fecham em 5 anos). O ministério encontrou saldo positivo entre aberturas e fechamentos de empresas, de 212.654 empresas Não-MEI. Segundo o Mdic, abriram 483.204 empresas e fecharam 270.550 neste período.

O consultor de negócios Carlos Rogério da Costa entende que a falta de capital de giro e o baixo volume de vendas são os principais motivos para o fechamento. Segundo estudo realizado pelo Sebrae a partir das bases de dados da RFB e de pesquisas de campo realizadas entre 2018 e 2021, entre as empresas fechadas em 2020 verificou-se:

  • Maior proporção de pessoas que estavam desempregadas antes de abrir o negócio;
  • Menor conhecimento/experiência anterior no ramo;
  • Maior proporção de quem abriu por exigência de cliente/fornecedor;
  • Maior proporção de quem abriu por necessidade; 
  • Maior proporção de quem conhecia menos aspectos relevantes do negócio;
  • Tiveram menos acesso ao crédito (pediram menos e conseguiram menos);
  • Tinham menos iniciativa em aperfeiçoar o negócio;
  • Fizeram menos esforços de capacitação;
  • Perto de metade das empresas que fecharam em 2020 considera que “a pandemia foi determinante”.

Não há na cidade nenhuma política de apoio a estas pseudas empresas que nascem na incerteza do futuro. Pessoas que arriscam o pouco que receberam em uma rescisão trabalhista para abrir um negócio em dos ramos já mencionados. A administração municipal só tem olhos para a construção civil e o lançamento de condomínios para classe alta. O povão mesmo fica a ver navios.

É FATO, MARÍLIA NÃO TEM EMPREGOS. Para confirmar o que estamos informando, de acordo com o MAPA DE EMPRESAS, divulgado pelo governo federal, no primeiro quadrimestre de 2023, foram fechadas 736.977 empresas no Brasil, número que representa um aumento de 34,3% sobre o último quadrimestre de 2022, bem como um crescimento de 34,7% sobre o mesmo período em 2022. PORQUE EM MARÍLIA SERIA DIFERENTE?

Por amar esta cidade, gostaríamos que a informação que tentaram vender através de alguns portais de notícias fosse verdadeira, mas basta descer a rua São Luiz para comprovar a quantidade de portas fechando. Outro ponto, para finalizar é que, POLÍTICO NENHUM GERA EMPREGO, quem assim o faz, são os empresários.

E ficam as seguintes perguntas no ar; “Quantas empresas deixaram de se instalar aqui devido aos obstáculos que foram impostos e as dificuldades burocráticas? Quantas empresas foram embora de Marília?

Como sempre afirmamos, AQUI TEM CAFÉ NO BULE. Não comungamos com este tipo de jornalismo que camufla a informação, ou fala aquilo que a verba publicitária solicita. Dizem que a verdade sobre um fato tem sempre três lados: 1) o lado de quem conta a história, 2) o lado de quem é o objeto da história e 3) o lado verdadeiro mesmo. NÓS SEMPRE ESTAMOS COM A LUPA E O TECLADO A SERVIÇO DO TERCEIRO ITEM.

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