Está sendo velada na sala 02 do memorial São Vicente na cidade de Tupã, o corpo de Milena Dantas Bereta Nistarda assassinada cruelmente pelo seu marido, conforme noticiamos na noite que passou. O sepultamento está marcado para logo mais as 14 h no cemitério São Pedro também na referida cidade.

Milena Dantas Bereta Nistarda estava feliz por ter acabado de completar seus 53 anos, ao lado da família, no último dia 14 de fevereiro. Mas doze dias depois do seu aniversário, ela se tornou mais uma vítima de feminicídio praticado na tarde de hoje, segunda-feira, dia 26, pelo seu marido Marcelo Nistarda Antoniassi, de 49 anos. O crime aconteceu por volta das 13h30 min na residência do casal, localizada na Rua Carmini Corteline, 186, Jardim Cerejeiras, ao lado da Igreja São Judas, esquina da Rua Rafael Ubeda Gonçalves. 

Pessoas que residem próximo ao local disseram que o casal havia brigado pela manhã. De acordo com as informações, Milena registrou um boletim de ocorrência por volta das 9h30 desta segunda, por violência psicológica e pediu medida protetiva contra o marido. Após isso, ela retornou para casa e ao chegar em casa, Milena teria trancado as portas já esperando uma reação violenta do esposo. 

No registro policial, a vítima contou que era casada havia 29 anos com Marcelo Nistarda Antoniassi, de 49 anos. Ela revelou aos policiais que o casal tinha dois filhos, um homem de 26 anos e uma mulher de 29 anos, sendo a jovem enteada de Marcelo.

No relato, Milena contou que a violência contra ela aumentou há aproximadamente dois meses, quando os filhos do casal saíram de casa para morar em outras cidades. Um foi para Blumenau (SC) e outro para Marília.

Segundo a vítima, ela se sentia “vulnerável” e o marido a mantinha em “cárcere de forma sutil”, pois “ele sempre arrumava alguma desculpa para ela não sair de casa”. Ainda no relato, Milena informou que, “por diversas vezes, foi obrigada a manter relação sexual com ele, mesmo contra a sua vontade”.

No dia do registro do BO, a vítima ainda revelou que descobriu que o marido rastreava o celular dela. Até então, a única denúncia de violência da esposa contra Marcelo era de um caso ocorrido 10 anos atrás, segundo o registro policial.

A SANGUE FRIO: Requintes de crueldade

O autor do crime, invadiu a residência na Vila Abarca, derrubando o portão com o carro e arrombando as portas do imóvel. Marcelo teria ainda arrombado uma porta lateral e ouviu a voz da mulher no quarto dos fundos. Decidido em matar a mulher, ele arrombou a porta. 
Frente à vítima que estava amedrontada, Marcelo brutalmente desferiu vários golpes de faca e, a sangue-frio, abriu o abdômen da esposa, tirou suas vísceras e o coração.  

Uma pessoa que reside nas proximidades disse ter ouvido barulhos nesse horário, mas sem pensar que se tratava de um assassinato brutal. “Eu ouvi barulhos de vidros se quebrando. Cheguei a pensar que fosse um acidente de trânsito”, disse a fonte que preferiu não se identificar. 

Outra fonte que reside próximo da região explicou que o casal já enfrentava problemas conjugais. “Eles sempre estavam brigando. Eu ouvi quando ela disse: ‘para Marcelo’. E depois tudo ficou quieto. Pensei que se tratasse de mais uma briga do casal”, disse. 

Outra pessoa que conhecia o casal ficou impressionada com o crime. “Ele sempre postava foto na internet com a mulher, dizendo que amava a família. Fiquei sem acreditar”, disse. 

Em sua última postagem em uma rede social, no dia 30 de dezembro de 2023, Marcelo escreveu como legenda da foto, ao lado da família: “Minha família maravilhosa! Obrigado Deus!”.

Por se tratar de um crime brutal, com mais uma vítima de feminicídio, o caso repercutiu ainda mais na cidade por se tratar de pessoas conhecidas no meio social. 

Apesar da resistência à prisão, o homem foi detido em flagrante por feminicídio, aproximadamente quatro horas após a solicitação da medida protetiva pela esposa. O caso será investigado pela Polícia Civil.

O caso foi registrado como violência psicológica, violência doméstica e homicídio qualificado por motivo fútil, à traição ou emboscada, mediante recurso que dificultou a defesa da vítima.

Vale lembrar que ao desconfiar ou constatar casos de violência doméstica, a população pode colaborar por meio de denúncias anônimas nos telefones da Central de Atendimento à Mulher pelo número 180 ou na Polícia Militar pelo número 190.

DIRETO DO PLANTÃO POLICIAL

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