Grupos de risco serão imunizados até o fim do primeiro semestre de 2021. Os prioritários incluem idosos e profissionais de saúde e indígenas

O governo federal lançou oficialmente o Plano Nacional de Imunização. O anúncio foi feito pelo ministro da Saúde, Eduardo Pazuello. “Todas as vacinas produzidas no Brasil, ou pelo Butantan, pela Fiocruz ou qualquer indústria, terá prioridade do SUS e isso está pacificado”, confirmando também a inclusão da CoronaVac, vacina desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac e produzida em parceria com o Butantan.

Pazuello afirmou que todos os estados brasileiros terão uma tratamento igualitário e proporcional. “O mais importante de hoje aqui não é apresentar o plano. O mais importante hoje aqui é nós demonstrarmos que todos os estados, nós estamos juntos, todos os estados da federação serão tratados de forma igualitária, proporcional, não haverá nenhuma diferença”, explicou sobre o encontro. 

Ao falar sobre a imunização, o ministro questionou o motivo da ansiedade pela vacina. “Vamos levantar a cabeça. Acreditem. O povo brasileiro tem capacidade de ter o maior sistema único de saúde do mundo, de ter o maior programa nacional de imunização do mundo, nós somos os maiores fabricantes de vacinas da América Latina. Pra que essa ansiedade, essa angústia? Somos referência na América Latina e estamos trabalhando”.

Ele também afirmou que todos os brasileiros devem receber a vacina de forma gratuita, nos postos de vacinação. “Vacinas registradas, vacinas garantidas em sua segurança e eficácia”, específica. 

Sobre questões relacionadas à logística, Pazuello diz que o governo federal irá entregar o material para a vacinação dos estados. Eles serão responsáveis pela distribuição na sua região. Assim, as unidades da federação serão responsáveis por fazer os imunizantes chegarem nos municípios, que aplicarão efetivamente as vacinas. O Ministério da Defesa deve auxiliar no trabalho. 

“A logística é simples. Apesar do nosso país ser desse tamanho, temos toda a estrutura já planejada e pronta. O ‘Q’ da questão está no cronograma. Esse cronograma depende de registro. Eu tenho de falar em hipóteses. Temos mais de 200 milhões de doses negociadas, Temos previsão de assinatura de MP ainda nesta semana de 20 bilhões de reais”, explica o ministro. 

Plano de imunização

São previstos quatro grupos prioritários que somam 50 milhões de pessoas. Eles devem receber duas doses em um intervalo de 14 dias entre a primeira e a segunda injeção. No total, serão precisas 108,3 milhões de doses, já incluindo 5% de perdas no processo de transporte.

Fazem parte dos grupos prioritários: trabalhadores da saúde, idosos, pessoas com doenças crônicas, professores, forças de segurança e salvamento e funcionários do sistema prisional.

De acordo com o plano, o governo federal adquiriu 300 milhões de doses de vacinas contra a Covid-19. No entanto, ainda não há nenhum imunizante está registrado e licenciado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). 

Para entender: veja em detalhes o plano de vacinação contra a Covid-19

Coronavírus - Governo inclui Coronavac em plano de imunização contra  Covid-19

O documento baliza as ações da campanha nacional, de compra de doses, faixas etárias prioritárias e regras de logística para distribuição de insumos aos estados e municípios.

O planejamento foi lançado após quase 10 meses de pandemia no Brasil e em meio a uma corrida mundial por doses da vacina. Para o leitor entender como será a campanha de vacinação, o JORNAL DO ÔNIBUS DE MARÍLIA  preparou um guia com as principais informações sobre o plano.

Veja as principais medidas previstas no plano de imunização:

  • Número de pessoas: a imunização será feita em quatro grupos prioritários, que somam 50 milhões de pessoas.
  • Quantidade de doses: serão necessárias 108,3 milhões de doses de vacina, já incluindo 5% de perdas.
  • Grupo prioritário: trabalhadores da saúde, idosos (primeiro aqueles acima de 75 anos de idade e, depois, acima dos 60 anos), pessoas com doenças crônicas (hipertensão de difícil controle, diabetes mellitus, doença pulmonar obstrutiva crônica, doença renal, entre outras), professores, forças de segurança e salvamento e funcionários do sistema prisional.
  • Compra de doses: segundo o plano, o governo federal já garantiu 300 milhões de doses de vacinas contra a Covid-19 por meio de acordos.
  • Negociações em curso: o governo está negociando a compra de vacinas com seis laboratórios: Pfizer/BioNTech, Janssen, Instituto Butantan, Bharat Biotech, Moderna e Gamaleya.
  • Registro de vacinas: até agora, nenhum imunizante está registrado e licenciado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), etapa prévia obrigatória para que a vacinação possa ser realizada.
  • Termo de consentimento: as vacinas aprovadas para uso emergencial terão o documento. Com isso, quem se vacinar com o imunizante terá de assumir o conhecimento dos estudos e possíveis efeitos colaterais do insumo. Isso mudará quando as vacinas forem aprovadas oficialmente.
  • Coronavac: produzida pelo laboratório chinês Sinovac em parceria com o Instituto Butantan, imunobiológico foi alvo de desentendimentos entre o governo federal e o de São Paulo. Agora, o Ministério da Saúde a incluiu no plano nacional de vacinação.
  • Distribuição de doses: As vacinas produzidas no Brasil serão destinadas ao Sistema Único de Saúde (SUS). O Ministério da Saúde fará a distribuição das doses aos estados e municípios.
  • Divisão: segundo o ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, as doses serão distribuídas de forma “igualitária e proporcional” aos entes da Federação.
  • Armazenamento: segundo o governo, estão aptas a guardar a vacina uma Central Nacional, 27 Centrais Estaduais, 273 Centrais Regionais e aproximadamente 3.342 Centrais Municipais.
  • Salas de vacinação: serão aproximadamente 38 mil salas de imunização, podendo chegar a 50 mil pontos de vacinação em períodos de campanhas.
  • Prazo: O governo ainda não marcou uma data para o início da vacinação. Até o momento, estima-se que os grupos de maior risco para agravamento e de maior exposição ao vírus estariam vacinados ainda no primeiro semestre de 2021.
Fases da vacina contra coronavirus

Em tom conciliador, Bolsonaro falou de união e disse que se houve exageros, “foi no afã de buscar solução”. “Se alguns de nós extrapolou ou até exagerou, foi no afã de buscar solução”, disse.

“São 27 governadores com uma só proposta: o bem comum, a volta à normalidade”, iniciou Bolsonaro, elogiando os chefes dos Executivos estaduais. O presidente também voltou a citar a medida provisória que pretende editar para liberar R$ 20 bilhões para a compra de vacinas.

Bolsonaro fez um mea culpa no início de seu discurso, no evento marcado para fazer apresentação do plano nacional de imunização.

“Se algum de nós extrapolou ou até exagerou foi no afã de achar uma solução”, afirmou, em referência à disputa política travada entre ele e o governador de São Paulo, João Doria (PSDB).

Bolsonaro declarou que o momento é de paz e entendimento. “Não sabíamos o que era esse vírus, como não sabemos ainda, mas a solução está por vir”, comemorou.

Vacinas aprovadas para uso emergencial terão “termo de consentimento”

O governo informou que vai insistir em cobrar a assinatura de um “termo de consentimento” para quem deseja se vacinar contra a Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus. A medida é alvo de críticas da comunidade médico-científica.

O presidente Jair M. Bolsonaro (sem partido) anunciou a apoiadores que o documento seria cobrado nessa terça-feira (15/12). E, mesmo com a repercussão negativa, o Plano Nacional de Imunização contra a Covid-19, lançado nesta quarta-feira (16/12), traz a exigência.

Agora, as vacinas aprovadas para uso emergencial terão o termo. Com isso, quem se vacinar com o imunizante terá de assumir o conhecimento dos estudos e possíveis efeitos colaterais do insumo.

“Se um laboratório, nacional ou estrangeiro, solicitar à Anvisa autorização de uso emergencial, e for concedio pela Anvisa, nós vamos estudar que grupos poderão receber. E sim: todos que forem voluntários a receber terão que assumir esse compromisso específico”, confirmou o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, na cerimônia de lançamento do plano.

DIRETO DA REDAÇÃO COM INFORMAÇÃO DA AGÊNCIA MTP

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