Ministro das Relações Exteriores de Israel classificou a fala de Lula como ‘promíscua’ e ‘delirante’, além de uma ‘vergonha para o Brasil’.

O chanceler israelense Israel Katz cobrou publicamente nesta terça-feira (20) uma retratação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) por ter comparado a ação israelense contra o Hamas ao Holocausto, no último final de semana. O líder internacional retratou a fala de Lula como ‘vergonha’, ‘promíscua’ e um ‘cuspe no rosto dos judeus’.

A pressão pública pelo pedido de desculpas ocorre um dia depois de Israel ter declarado Lula como ‘persona non grata’ no país, ao levar o embaixador brasileiro em Tel Aviv, Frederico Meyer, até o Memorial do Holocausto de Jerusalém para ver de perto as ações de Adolf Hitler contra os judeus.

“Milhões de judeus em todo o mundo estão à espera do seu pedido de desculpas. Como ousa comparar Israel a Adolf Hitler?”, questionou o chanceler.

“Hitler levou milhões de pessoas para guetos, roubou suas propriedades, as usou como trabalhadores forçados e depois, com brutalidade sem fim, começou a assassiná-las sistematicamente. Primeiro com tiros, depois com gás. Uma indústria de extermínio de judeus, de forma ordeira e cruel”, sustentou.

O chanceler disse que Israel “embarcou numa guerra defensiva contra os novos nazistas que assassinaram qualquer judeu que viam pela frente”, mencionando as mortes de idosos, bebês, deficientes, entre outras atrocidades.

“Que vergonha. Sua comparação é promíscua, delirante. Vergonha para o Brasil e um cuspe no rosto dos judeus brasileiros. Ainda não é tarde para aprender História e pedir desculpas. Até então continuará sendo ‘persona non grata’ em Israel”, reiterou o chanceler na postagem.

Em meio ao confronto, mais de 115 deputados assinaram um pedido de impeachment contra o presidente brasileiro, sob a acusação de “cometer ato de hostilidade contra nação estrangeira, expondo a República ao perigo de guerra ou comprometendo-lhe a neutralidade”.

83% dos brasileiros discordam de fala de Lula comparando Israel ao nazismo, diz pesquisa

Oito em cada dez brasileiros discordam da comparação feita pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) entre Israel e o holocausto.

A fala foi rejeitada por 83% dos brasileiros, segundo pesquisa do instituto Real Time Big Data, encomendada pela TV Record e divulgada nesta segunda-feira (19). Entre os entrevistados, 13% concordaram com a fala do presidente, e 4% responderam não saber o que comentar sobre o assunto.

A pesquisa foi feita com 800 entrevistados, dos quais 53% são mulheres e 47% são homens. A margem de erro é de 3 pontos percentuais para mais ou para menos.

Ainda segundo o levantamento, 54% das pessoas que foram questionadas disseram acreditar que o Brasil deveria se manter neutro em relação à guerra em Israel, enquanto 26% creem que o país deveria apoiar os israelenses. Outros 14% acham que o Brasil deveria apoiar o lado palestino.

A pesquisa também apontou que 57% dos entrevistados acham que Israel é o lado certo no conflito. Outros 28%, o grupo terrorista Hamas. Não sabem ou não responderam somam 15%.

A maior parte dos entrevistados – 89%, de acordo com o Real Time – afirmou que tem acompanhado as notícias em relação à guerra entre Israel e Hamas.

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