Parlamentar mineiro, do PSD, bateu Rogério Marinho, do PL, e vai permanecer no cargo pelo próximo biênio 2023-2024

O senador por Minas Gerais Rodrigo Pacheco (PSD) foi reeleito presidente do Senado nesta quarta-feira (1/2) e vai permanecer no comando da casa no biênio 2023-2024. Na disputa, ele derrotou Rogério Marinho (PL-RN) por 49 votos a 32 – precisava da maioria, 41.

Pacheco disse que pretende manter um perfil conciliador no Congresso Nacional, em prol da harmonia entre os Poderes. “Todos conhecem meu apreço ao Poder Judiciário pela estabilidade institucional. As ameaças de subversão não encontram eco em mim. No Congresso, tenho primado pela serenidade e pelo equilíbrio na condução dos trabalhos”, declarou.

Mais cedo, durante uma cerimônia no Supremo Tribunal Federal (STF), Pacheco disse que não haveria “enquadramento” do Judiciário.  em discurso na cerimônia que marcou a retomada dos trabalhos do Judiciário, o parlamentar disse que “o prédio foi devastado”, mas que os ministros mostraram “a força de sua resiliência” e não irão “vergar com intimidações”. 

“Esse encontro se torna ainda mais significante com a reabertura deste Plenário menos de um mês após ataques criminosos, num episódio de ofensa à democracia que ficará marcado em nossa história. Este prédio foi devastado, obras importantes foram destruídas, roubadas, o patrimônio de todos os brasileiros foi violentado”, declarou o parlamentar. 

A vitória de Pacheco, eleito com um número maior de votos que o esperado, indica traição dos senadores anteriormente dispostos a votar em Marinho. Nesta semana, os parlamentares divulgaram nas redes sociais placares não oficiais de votação. Os mais recentes mostravam que Marinho ou Girão receberiam 38 votos, enquanto Pacheco teria apenas 35. Com o resultado final, a oposição dificilmente conseguirá aprovar Propostas de Emenda à Constituição nem Comissões Parlamentares de Inquérito.

A candidatura de Pacheco recebeu o apoio formal do Partido dos Trabalhadores (PT) e do governo de Luiz Inácio Lula da Silva. A possibilidade da vitória de Marinho representaria um golpe nas pretensões do partido, visto que o ex-ministro defende pautas caras aos 52 milhões de brasileiros que não escolheram o atual presidente, como o impeachment de ministros do STF, as liberdades individuais, o armamento civil e a liberdade de mercado.

A reeleição do presidente do Senado ocorreu a despeito do abaixo-assinado contra sua vitória. Mais de 170 mil pessoas assinaram o documento. Os signatários acreditam que Pacheco não é comprometido com seu dever institucional e com o cumprimento da Constituição. Marinho, nesse cenário, seria capaz de trazer “paz social, segurança jurídica e o equilíbrio necessário aos Poderes constituídos”.

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