Olá meus amigos, quero logo de imediato agradecer a todas as pessoas que seguem a minha página e também aquelas que acabam por curiosidade lendo a minha coluna. O tema em que eu escolhi hoje foi tomando um tradicional cafezinho na Padaria do meu amigo Moraes na rua Durval Menezes, zona sul da cidade.
Quero desde já, enviar minhas saudações à todos os motoristas, motociclistas e principalmente aos pedestres nessa época de transito tão conturbado e que muitas vezes acaba ceifando vidas justamente por imprudência ou falta de uma sinalização correta.
Do balcão onde eu estava, era possível ver a instalação das estruturas do semáforos tão aguardados por todos os moradores e comerciantes deste cruzamento com a rua Francisco Pimentel. Sem querer fazer politicagem, me senti lisonjeado por ter participado dessa importante conquista acionando os órgãos competentes para a instalação.
No entanto, o que foi reivindicação de muitos anos para a maioria, por incrível que pareça acaba sendo motivo de reclamação para outros. É justamente aí que eu quero falar e tentar de uma forma muita tranquila desmistificar essa coisa de semáforização em massa em nossa cidade ( como nunca houve ) como inibidor de acidentes.
Se procurarmos na wikipédia, a resposta para semáforo será; “(também conhecido popularmente como sinal, sinaleira e farol ou sinal luminoso ) é um instrumento utilizado para controlar o tráfego de veículos e de pedestres ou peões nas grandes cidades em quase todo o mundo. Utiliza uma linguagem simples e, por isso, de fácil assimilação.”
A importância dos semáforos para o cotidiano urbano está em aumentar a capacidade dos veículos de trafegarem por uma via e “melhorar a qualidade de vida, fornecendo aos motoristas a condição de decisão para cruzar (uma via) com segurança, onde cada veículo se movimenta procurando não bater em outros”.
Quanto aos semáforos para os pedestres, ajudam a “garantir a convivência entre quem conduz os veículos e os que cruzam as ruas”.
Esses semáforos protegem pessoas com dificuldades de locomoção, como idosos, deficientes ou mulheres grávidas e que fique bem claro que não estou aqui realizando uma matéria politica ou sendo advogado do Diabo, mas, fazendo uma reflexão coerente pela realidade de nosso transito. Pelo que levantei antes de escrever este texto, a maioria dos semáforos instalados são antigas reivindicações dos moradores e comerciantes, que observam o aumento da frota e do tamanho da cidade.
A pressa e a falta de respeito às leis de trânsito motivaram a ação, que, força os condutores a reduzirem a velocidade para os padrões seguros e permitidos. A outra pequena parcela, foi feita após levantamento realizado pela engenharia de trânsito.
Segundo dados extra oficiais, em Marília 60% dos acidentes registrados na zona urbana ocorrem em colisões transversais ou laterais, ocasionadas por avanço de preferencial em cruzamentos. Tiro o meu chapéu para a Prefeitura de Marília, que, por meio da Emdurb (Empresa Municipal de Mobilidade Urbana), deu início a esta grande operação de instalação de semáforos inteligentes no município, com foco na segurança dos pedestres e fluidez do trânsito de veículos.
Você deve imaginar que semáforos inteligentes são fundamentais para otimizar o fluxo de veículos, mas quais características trazem inteligência ao sistema? Mostrar, em um cronômetro ou com luzes, o momento em que abrirá e fechará não torna a operação inteligente.
Por outro lado, a capacidade de contar o número de veículos nas vias, a inteligência de alterar o tempo de abertura por um fluxo maior e o fato dos semáforos, de uma região, a sincronização para abrir e fechar, de modo a fazer com que o veículo, com determinada velocidade constante, não precise parar, são características de semáforos inteligentes.
Consegui apurar por exemplo que, nos Estados Unidos, para vias movimentadas, há semáforos que, ao longo da madrugada, ficam piscando no amarelo, mas com sensores de iluminação para perceberem a aproximação de veículos e sinalizarem de forma adequada. Assim, o cruzamento otimize de modo que o sinal fique aberto para o lado que possui automóveis.
Para se ter uma ideia da necessidade desta semáforização da cidade, tomei como base o último levantamento divulgado pelo Denatram ( Departamento Nacional de Trânsito) e que data a movimentação do ano passado ainda. Marília registrou aumento de quase 5.000 veículos de janeiro a outubro de 2018.
O percentual de aumento foi de 2,5% do total da frota do município, correspondente 166.240 veículos. Após esse período não há dados disponíveis, até o momento, sendo que, eles poderão ser atualizados a qualquer momento.
Eu particularmente trabalho com uma projeção de no mínimo 180.000 mil veículos por baixo em uma cidade que foi mal projetada pelos seus governantes nos últimos 30 anos, onde o principal planejamento era o cenário politico e não o desenvolvimento estratégico em diversas áreas, principalmente no que diz respeito a mobilidade urbana.
É inadmissível pelo meu ponto de vista ruas consideradas perimetrais tão estreitas e que muitas vezes são a unica opção de ligação entre os bairros.
Ainda para concluir o raciocínio, durante o período, o índice de automóveis foi o que mais apresentou aumento de todas as categorias, com crescimento de 2,2%, correspondente a 2.091 novos veículos – sendo a variação de 93.745 para 95.836.
Nas motocicletas o crescimento foi de 2,3%, com 802 motos, de 34.040 para 34.842. As duas categorias de veículos constituem os principais meio de transporte da população em Marília e que registram o maior índice de acidentes.
Outras categorias, como caminhão e ônibus, tiveram pouca variação em dez meses. Em relação aos caminhões, a variação foi de 0,8%, de 3429 veículos para 3458 em circulação de janeiro para outubro. Volto a lembrar que, são dados ainda do ano passado e a pergunta que faço é; ” Quantos não compraram um veiculo de outubro do ano passado para cá ?? basta dar uma olhada no quarteirão aonde você mora e notar.
Já está provado que nas cidade onde ocorreu este tipo de operação, o número de acidentes de trânsito diminuiu em mais de 50% em quatro anos. As estatísticas da redução é atribuída a um grande conjunto de ações preventivas e de conscientização realizado pelas Prefeituras, que priorizam a segurança de pedestres e contemplam programas de educação para o trânsito, além de projetos de engenharia de tráfego.
Algo precisava ser feito e só para concluir, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), estima uma população de 237.130 habitantes para a cidade de Marília e vejam só; o Denatran revelou que o número de veículos quase dobrou em dez anos. Em 2008, a frota correspondia a 94.671 veículos motorizados, sendo 56.748 automóveis e 20.742 motocicletas – o aumento foi de 75%. Portanto, a necessidade da ação era veemente.
Tenho a consciência de que a semáforização não irá ser a solução milagrosa dos problemas, mas, é o ponto pé inicial de um conjunto de ações que poderão ser desenvolvidas justamente para que possamos disciplinar o trânsito e principalmente reeducar os nossos motoristas para aquela antiga frase; ” Mais vale perder um minuto na vida, do que a vida em um minuto”.
Não quero aqui, responsabilizar os motoristas, mas, sim, conscientizar sobre a necessidade de uma reflexão para o assunto. Penso que precisamos utilizar mais uma ferramenta chamada “paciência” e compreendermos melhor o direito do outro motorista.
A titulo de curiosidade, estive visitando alguns comerciantes nas proximidades da confluência das ruas 15 de Novembro e Prudente de Moraes (centro) e na avenida João Martins Coelho, esquina com a rua José Bretan, no Jardim Santa Antonieta, zona norte. Conversando com os mesmos, não ouvi nenhuma reclamação e constatei que a instalação do centro atendeu reivindicação de mais de quatro anos, apresentada por comerciantes e pedestres. Ou seja, o local era considerado “área de conflito”.
Já segundo palavras de um dos agentes de trânsito, o novo dispositivo é equipado com GPS para sincronização com o semáforo anteriormente existente entre a 15 de Novembro e a rua 9 de Julho, o que garante a fluidez no trânsito. Dessa forma, o motorista não será parado duas vezes.
Friamente, embora eu não seja nenhum especialista, me lembro uma situação dificíl principalmente em horários de pico e finais de semana com um fluxo intenso, travando o trânsito, gerando acidentes e também insegurança às pessoas que tentavam atravessar.
Com o semáforo, o cenário foi alterado e a situação ficou muito mais tranquila no local. Encontrei no site da prefeitura o organograma de continuação deste projeto de semáforização contemplando outros locais como por exemplo :
– Avenida da Saudade x Rua Nossa Senhora Aparecida (oeste)
– Avenida Durval de Menezes x Avenida Francisco da Costa Pimentel (sul)
– Rua Onório Machado x Rua Ermelinda Sanches Casarini (oeste)
– Avenida República, com a Rua Belini Marconato (norte – próximo à fábrica da Dori, específico para pedestres).
E aí, continuando o meu pingado com um delicioso pão na chapa, sou obrigado a ouvir ainda críticas de pessoas que ou se sentem proprietárias exclusivas das ruas, ou são insensíveis ou apenas são frustradas politicamente, pois, se analisarmos friamente, não há o que contestar.
Volto a frisar, em uma cidade que foi mal planejada durante 30 anos, uma medida como esta só vem a acrescentar e favorecer em muito o fator segurança no trânsito.
No mais, meu amigos e amigas, só me resta convidar você que teve uma paciência para ler esta reflexão até o final para tomar quem sabe um dia, um cafezinho comigo aqui no meu amigo Moraes. Mas, e você ??? O que acha da Semáforização em Marília ???? Forte abraço e até a próxima….
LOURIVALDO CARVALHO BALIEIRO é Jornalista, comerciante e colunista deste Site de Noticias contribuindo quinzenalmente com temas polêmicos e reflexões do dia a dia do Mariliense.
