Tem uma coisa muito perigosa acontecendo de uns tempos para cá. A publicidade, os filmes, as músicas, as redes sociais, tudo, uma avalanche de conteúdo produzida todos os dias e da qual ninguém consegue fugir, têm criado uma demanda cada vez maior por consumo.

Pior do que isso: hoje em dia são tantos influenciadores e artistas expondo vidas de luxo e ostentação na internet que o nosso senso de realidade acaba bastante deturpado. Ficamos com uma visão errada das coisas. É como se o sucesso hoje fosse medido na casa dos milhões, como a gíria da moda de pouco tempo atrás.

Não tem problema você se inspirar no Zezé di Camargo, no Leonardo, no Zé Felipe ou na Virgínia, no Neymar ou no Messi. O que não funciona é acreditar que só as carreiras deles são carreiras de sucesso, porque isso vai causar frustração. Sonhe alto, mas trabalhe com os pés no chão. Não tenha “expectativas a mil”, crie coragem e tenha persistência “de milhões”. Não se ache o melhor, mas tenha certeza de que é capaz e busque se capacitar cada dia mais.

Além disso, coloque na cabeça que toda prosperidade, todo sucesso, requer um investimento antes. Para alcançar seu objetivo você vai precisar investir seu tempo, sua força, sua inteligência, sua criatividade. Muitas vezes vai precisar investir inclusive seu dinheiro. E aí que está o segredo: se você não é herdeiro, se você parte do zero como eu parti, vai ter que se esforçar muito e trabalhar direito para conseguir sucesso na carreira; esse sucesso não vai cair do céu, nem vai acontecer de uma hora para outra!

Eu comecei cedo a ganhar dinheiro para ajudar em casa trabalhando duro como boia-fria.

Aos 14 anos quando eu pude começar a trabalhar formalmente, meu pai quis que eu fosse pintor. Tive uma experiência como pintor aprendiz de um pintor chamado “Azulão”, só que em meio período ele percebeu que eu não levava jeito para aquela profissão. Poderia insistir mesmo sem aptidão? Poderia. Mas que bom que o Azulão teve a visão de que eu poderia me dar melhor em outras áreas. Felizmente tive muitas experiências assim com chefes que conseguiram perceber competências minhas para ir progredindo.

Como contei na minha primeira coluna aqui, fui funcionário de uma grande empresa por 30 anos. Após os dois primeiros meses como office boy, já fui promovido a classificador de amendoim, café e castanha. Nessa função eu era responsável por determinar o valor dos produtos.

Algum tempo depois, fui para o setor de contas a pagar. Passei a realizar rotinas do setor financeiro. Lidava com cheques, com contratos e máquinas de escrever. Aqui minha aptidão com matemática e leitura já começavam a fazer a diferença na minha carreira.

O que pesou muito para essas primeiras promoções da minha carreira foi minha vontade de trabalhar. Eu ficava além do horário, fazia mais do que era pedido e acabava chamando atenção.

Percebi cedo pela minha personalidade e pelas minhas competências e aptidões que eu gostava de trabalhar com administração, com contabilidade. Foi assim que descobri minha vocação para administrador.

Em 1987, quando estava no departamento fiscal da empresa, tivemos problemas com uma fábrica no Mato Grosso do Sul. Fui enviado para resolver o problema. Ganhei 320 dólares de bonificação pelo trabalho. Essa era outra competência que identificaram em mim – a capacidade de resolver problemas.

Com 21 anos me tornei chefe de escritório na Jazam. Eu comecei recebendo um salário-mínimo e então como chefe de escritório passava a receber um salário que seria o equivalente hoje a 5 mil reais, mais as participações nos lucros. Já estava dando uma virada na minha vida.

Com 27 anos me tornei Diretor Administrativo fazendo parte do estatuto da empresa, junto com o dono, Sr. Jairo Zanbom. Mas essa ascensão foi interrompida. E aí entra a lição da resiliência! Continuamos essa história na nossa próxima coluna.

  • Técnico em Contabilidade
  • Administrador de empresas
  • Consultor contábil/financeiro
  • Ex- Secretário da Administração
  • Atual Superintendente da Saúde da cidade de POMPEIA

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