Você leitor ou leitora com assiduidade do JORNAL DO ÔNIBUS DE MARÍLIA, percebeu que ultimamente não estamos publicando notícias de boletins de ocorrências desta natureza. A iniciativa foi comungar com alguns leitores contrários as publicações que, visualizam nas mesmas um incentivo as práticas tentativas ou consumadas.

Poderíamos neste exato momento estar narrando mais esta ocorrência de uma vida ceifada por razões e motivos ainda a serem apurados, que fogem completamente ao entendimento de qualquer um. Fato é que, esta pessoa é mais uma que precisava de ajuda, necessitava ser ouvida e infelizmente não houve tempo. Uma pessoa jovem, trabalhadora, 37 anos e residente na zona norte de Marília.

Infelizmente, apesar de não noticiarmos, as ocorrências continuam a acontecer, ou seja; a imprensa não tem nenhuma influência sobre a atitude de desespero das pessoas, muito pelo contrário, nosso papel enquanto imprensa séria e desmotivar a ação e incentivá-la a procurar ajuda.

Se este final de semana tivemos um caso, no final de semana passada foram três ocorrências registradas, afora as tentativas. Por esta razão, esta matéria não tem como objetivo falar do fato ocorrido, mas chamar a atenção para a necessidade de falarmos mais sobre o assunto. Esta é uma iniciativa que, aliás, vem de encontro com a campanha do setembro amarelo. SIM, É PRECISO SE FALAR MAIS SOBRE O ASSUNTO, principalmente em Marília, cidade campeã em registros desta natureza.

Se você clicou no link desta matéria, com certeza a preocupação foi saber quem era a vítima, porém a ideia não é esta. Por este homem que infelizmente desistiu de viver, nada mais poderá ser feito, no entanto, a razão desta matéria é justamente para chamar a atenção de outras vidas que gritam em silêncio e podem estar bem próximas a você, no seu trabalho, vizinha a sua casa e muitas vezes não percebemos suas atitudes e sinais suicidas.

Setembro amarelo – mês da prevenção do suicídio

Setembro Amarelo é o mês (de 1 a 30 de setembro) dedicado à prevenção do suicídio. Trata-se de uma campanha, que se iniciou no Brasil em 2015, e que visa conscientizar as pessoas sobre o suicídio, bem como evitar o seu acontecimento.

É nesse mês que no dia 10, coincidentemente neste domingo, se comemora o dia mundial de prevenção do suicídio. É o momento para uma reflexão nas igrejas, entidades, autoridades, clubes de serviço e principalmente nas famílias de Marília.

Ao mesmo tempo em que há muita discussão sobre o tema e que são organizadas caminhadas, durante esse mês alguns locais são decorados com a cor amarela. Assim, já foram iluminados de amarelo o Cristo Redentor, o Congresso Nacional, a Catedral e o Paço Municipal de Fortaleza, entre outros.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), 32 pessoas se suicidam por dia no Brasil, o que significa que o suicídio mata mais brasileiros do que doenças como a AIDS e o câncer.

O assunto é envolto em tabus, por isso, a organização da campanha acredita que falar sobre o mesmo é uma forma de entender quem passa por situações que levem a ideias suicidas, podendo ser ajudadas a partir do momento em que as mesmas são identificadas.

As situações que levam a esse fim podem surgir de quadros de depressão, bem como do consumo de drogas. É por isso que “Falar é a melhor solução” é o slogan da campanha, cujos envolvidos na sua organização acreditam que conscientizando as pessoas podem prevenir 9 em cada 10 situações de atos suicidas.

Origem do Setembro Amarelo

O Setembro Amarelo começou nos EUA, quando o jovem Mike Emme, de 17 anos, cometeu suicídio, em 1994.

Mike era um rapaz muito habilidoso e restaurou um automóvel Mustang 68, pintando-o de amarelo. Por conta disso, ficou conhecido como “Mustang Mike”. Seus pais e amigos não perceberam que o jovem tinha sérios problemas psicológicos e não conseguiram evitar sua morte.

No dia do velório, foi feita uma cesta com muitos cartões decorados com fitas amarelas. Dentro deles tinha a mensagem “Se você precisar, peça ajuda.”. A iniciativa foi o estopim para um movimento importante de prevenção ao suicídio, pois os cartões chegaram realmente às mãos de pessoas que precisavam de apoio.

Em consequência dessa triste história, foi escolhido como símbolo da luta contra o suicídio, o laço amarelo. Outras campanhas de saúde, como o Outubro rosa e Novembro azul, também utilizam cores como forma de alerta e de identificação sobre as questões que abordam.

Se pensar em suicídio, busque ajuda

É importante que as pessoas que estejam passando por momentos de crise busquem ajuda. O ideal é um acompanhamento psicológico, além do apoio da família e dos amigos. Para isso, é essencial que as pessoas consigam falar sobre o que sentem.

Se você estiver com sérios problemas e chegar a considerar o suicídio, pode procurar ajuda entrando em contato com o Centro de Valorização à Vida (CVV).

Esse é um projeto que fornece apoio emocional e prevenção do suicídio. Através de telefone, e-mail e chat 24 horas todos os dias da semana, eles atendem de forma voluntária e gratuita todos que precisam conversar. O serviço é totalmente sigiloso. O site do CVV é www.cvv.org.br.

Os 5 sinais mais sutis de um suicida

Os sinais de alerta de suicídio devem ser levados muito a sério. Existem alguns sinais que são óbvios, como falar sobre suicídio e morte, mas outros são muito mais sutis e podem ser facilmente perdidos.

É importante conhecer os sinais, principalmente para quem tem fatores de risco para suicídio. A detecção precoce de sinais de alerta pode levar à ajuda profissional e tratamento de saúde mental e pode até salvar uma vida.

Mais homens morrem devido ao suicídio do que mulheres (12,6 por cada 100 mil homens em comparação com 5,4 por cada 100 mil mulheres). As taxas de suicídio entre homens são geralmente mais altas em países de alta renda (16,5 por 100 mil). Para mulheres, as taxas de suicídio mais altas são encontradas em países de baixa-média renda (7,1 por 100 mil).

As estatísticas mostram que todos precisam estar mais atentos ao risco de suicídio e aos sinais de alerta. Se alguém de quem você gosta está mostrando sinais de comportamento suicida, você pode tomar medidas para obter ajuda.

Mas, há sinais que nem sempre são claros ou fáceis de ver. Algumas pessoas escondem muito bem seus sentimentos e intenções. Saiba mais sobre como é o comportamento suicida e você poderá ajudar a salvar uma vida.

Fatores de risco de suicídio

O suicídio não discrimina. Qualquer pessoa de qualquer raça, sexo, idade ou nível socioeconômico pode sentir-se suicida em qualquer momento de suas vidas. Mesmo alguém que parece feliz ou “tem tudo” pode ser vulnerável ao suicídio.

No entanto, existem certos fatores de risco a serem considerados. Estas são situações, condições e outros fatores que colocam algumas pessoas em maior risco de se tornarem suicidas:

  • Ter uma doença mental, especialmente depressão, transtorno bipolar, transtorno de ansiedade ou transtorno de conduta e, especialmente, uma doença mental não tratada
  • Ter um transtorno de uso de substâncias
  • Estar gravemente doente, viver com uma doença crônica ou terminal ou sentir dores significativas de longo prazo
  • Sofrendo de lesão cerebral traumática
  • Situações de vida estressantes, especialmente aquelas que são prolongadas, incluindo bullying ou problemas de relacionamento
  • Situações repentinas estressantes ou traumáticas, como a perda de um ente querido
  • Ter sofrido trauma e abuso na infância
  • Ter acesso a meios letais
  • Ser exposto ao suicídio de outra pessoa
  • Tentativas de suicídio anteriores
  • Uma história familiar de suicídio

Ter fatores de risco para o suicídio não significa que seja inevitável. No entanto, se você ou alguém de quem você gosta tem um ou mais desses, deve estar especialmente atento e alerta para sinais.

Sinais de alerta mais fáceis de ver

Não existe realmente um padrão típico de comportamento para alguém que é suicida, mas existem sinais de alerta comuns. Você pode ver um ou mais desses em alguém que pensa em suicídio. Estes são os sinais geralmente claros e fáceis de observar:

  • Falando sobre morrer ou querer morrer
  • Falando sobre se sentir vazio, sem esperança ou sem saída para os problemas
  • Mencionando fortes sentimentos de culpa e vergonha
  • Falando sobre não ter um motivo para viver ou que os outros estariam melhor sem eles
  • Retirada social e isolamento
  • Distribuindo itens pessoais e resolvendo pontas soltas
  • Dizendo adeus a amigos e família

Sinais de alerta de suicídio menos óbvios

Infelizmente, também existem sinais de suicídio que são fáceis de acidentalmente ignorar. Mesmo as pessoas próximas ao suicida podem não perceber o quão profundamente desesperadas elas se sentem. Aqui estão cinco sinais que você precisa saber que podem indicar que alguém está pensando em suicídio:

  1. Quaisquer mudanças incomuns no comportamento. Isso é comum para alguém que é suicida, mas é fácil ignorar porque as mudanças podem não parecer relacionadas à depressão ou desesperança. Por exemplo, alguém que você conhece que geralmente é gentil pode ficar zangado e agressivo. Ou alguém que está triste e lutando contra a depressão pode repentinamente ficar calmo e aparentemente feliz e em paz. Outras alterações podem incluir aumento do abuso de substâncias ou alterações incomuns de humor.
  1. Mudanças nos padrões de sono. Uma mudança na forma como alguém dorme é um sinal de depressão, mas também de comportamentos suicidas. Alguém que está se sentindo suicida pode dormir mais do que o normal, lutando para sair da cama. Eles podem dormir menos, sentir insônia e ficar acordados até altas horas e, no dia seguinte, lutar contra a fadiga. Quer seja um sintoma de suicídio ou não, esses tipos de mudanças nos hábitos de sono são motivo de preocupação e devem ser abordados.
  1. Acessando meios letais. Esse sinal pode ser potencialmente óbvio, como se um ente querido dissesse que comprou uma arma. No entanto, coletar meios letais também é um importante sinal de alerta que pode ser escondido. Alguém pode começar a estocar comprimidos sem que ninguém perceba. Eles são fáceis de esconder. É importante estar ciente de qualquer meio letal ao qual você esteja preocupado de que a pessoa possa ter acesso. Com o acesso, o risco de suicídio aumenta.
  1. Distância emocional. Alguém que está se sentindo suicida pode se desligar da vida em geral, das outras pessoas e das atividades típicas. Eles podem parecer emocionalmente distantes das pessoas, independentemente de terem se isolado socialmente ou não. Agir indiferente diante de situações emocionais pode não parecer um comportamento suicida, por isso é importante observar esse tipo de comportamento e reconhecê-lo como um potencial sinal de alerta ou sintoma de depressão. Na mesma linha, alguém que se sente suicida pode perder o interesse nas atividades normais, no trabalho e em casa, e nas coisas de que antes gostava.
  1. Dor física. A dor e o desconforto físico costumam ser ignorados como sintomas de depressão e também de suicídio. Se alguém que você conhece reclama com frequência de qualquer tipo de dor, como dores de cabeça, distúrbios digestivos ou apenas dores no corpo em geral, fique alerta para outros sinais de depressão ou suicídio. Se o indivíduo não tiver uma explicação fácil para a dor, como uma história de enxaqueca ou uma lesão atlética causando músculos doloridos, você deve estar especialmente preocupado.

O que fazer se alguém parecer suicida

Com uma maior consciência disso e dos sinais menos sutis de pensamentos suicidas, é mais fácil saber quando buscar ajuda. Mas o que você faz se alguém que você conhece está exibindo esses sinais?

Em primeiro lugar, se alguém está realmente ameaçando suicídio, falando sobre fazê-lo, ou tem ou está solicitando ativamente meios letais, ligue para o 190 ou 188 e obtenha ajuda de emergência. Não os deixe sozinhos.

Se a situação não for tão imediata, mas você suspeitar que alguém é suicida, converse com essa pessoa. Mencionar suicídio ou discuti-lo não vai levar ninguém ao limite e fazê-los agir. Fale com essa pessoa em particular, ouça sem julgamento e seja compassivo. Pergunte diretamente se está pensando em suicídio.

Sugira também que busquem ajuda profissional e ofereça opções para tornar a etapa mais fácil de lidar. Forneça um número nacional de atendimento ao suicídio (como o 188 – Centro de Valorização da Vida) e descubra com quem eles se sentiriam mais à vontade para falar, como um médico de confiança ou um conselheiro religioso. Peça a ajuda de outras pessoas queridas se estiver tendo dificuldades para chegar a alguém que parece suicida.

O suicídio é um problema crescente e, infelizmente, alguns dos sinais de comportamentos suicidas são sutis e difíceis de detectar até que seja tarde demais. Esteja atento a todos os sinais de alerta e, acima de tudo, observe se alguém de quem você gosta parece estranho ou diferente. Ofereça ajuda, forneça opções de tratamento e esteja lá como um amigo que irá ouvi-los e apoiá-los.

É importante levá-lo a uma clínica especializada para tratar esses pensamentos suicidas e outras coisas que podem estar interligadas a ele. Por favor, sinta-se a vontade para nos contatar. A Clínica Jequitibá conta com uma equipe multidisciplinar composta por vários profissionais da saúde capacitados e experientes para te ajudar com os mais diversos problemas. Conte conosco!

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