“O tradicional cheirinho de biscoito” oriundo de uma das mais antigas indústrias de Marília esta indo embora. O seu lugar será ocupada pela ARCOR, indústria de origem Argentina.

Uma das mais tradicionais indústrias do ramo alimentício da cidade de Marília infelizmente esta encerrando suas atividades na cidade. A NESTLÉ, multinacional considerada a maior fabricante de chocolates do Brasil deve divulgar oficialmente a noticia já no inicio da próxima semana. A preocupação agora é para a permanência ou corte de funcionários por parte de nova empresa.

A noticia já corria nos bastidores desde o ano de 2017 quando a Nestlé foi proibida de vender para concorrente de grande porte um pacote de marcas e ativos do qual foi obrigada a se desfazer para conseguir, 15 anos depois, que o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou a compra da Garoto. Segundo apurou o Estadão/Broadcast, a proibição constou do acordo firmado entre a empresa e o Conselho no ano de 2016.

O prazo para a venda dos ativos já estava se esgotando. Segundo fontes que acompanharam as negociações, o pacote inclui os chocolates Serenata de Amor, Chokito, Lollo e Sensação – o detalhamento dos ativos que a empresa teve que vender ainda é mantido sob sigilo, no entanto, na tarde de ontem a noticia da venda para a empresa ARCOR de origem argentina já se espalhava nos bastidores de empresa e de alguns veículos de comunicação.

Com a proibição de que as marcas fossem repassadas para um concorrente de grande porte, fica de fora das negociações a Lacta (do grupo Mondelez), hoje vice-líder de mercado, atrás da Nestlé. A tendência era mesmos que os ativos fossem comprados por concorrentes menores, como a própria Arcor e também a Hershey’s. O comprador terá de ser apresentado ao Cade e aprovado pelo conselho antes da operação. Este fato já teria ocorrido e, pelas informações a empresara estaria assumindo o local já à partir do próximo dia 18 de outubro.

O HISTÓRICO DA NEGOCIAÇÃO

Impasse. A fusão de Nestlé e Garoto foi firmada em 2002. Dois anos depois, foi vetada pelo conselho, tendo sido suspensa pela Justiça em 2005. Com isso a Nestlé teve de manter separados os ativos da Garoto e ficou impedida de incorporar totalmente a marca.

No ano de 2016, a Nestlé procurou o Cade para apresentar uma proposta de acordo que possibilitasse dar fim ao processo e à longa disputa judicial.

O conselho entendeu que as soluções apresentadas pela Nestlé endereçam todas as questões concorrenciais decorrentes da fusão, com a venda de ativos, plantas e marcas e homologou o acordo em outubro do referido ano, dando prazo de um ano para a venda.

Na época da fusão, a Nestlé tinha 34% de participação no mercado de chocolate do País – ao comprar a Garoto sua fatia chegaria a 58%, contra 33% da Lacta. Mesmo com a entrada de concorrentes, o mercado continuou sendo dominado pelas três empresas 15 anos depois.

O caso Nestlé/Garoto é um dos mais emblemáticos da história do Cade e influenciou o trabalho a legislação posterior. Em 2002, fusões e aquisições eram analisadas depois de o negócio já ter sido fechado. Isso muitas vezes acontecia anos depois da operação, quando as duas empresas já estavam funcionando conjuntamente.

Em 2012, com a nova lei da concorrência, os negócios passaram a ser analisados previamente. Empresas só podem fundir plantas de produção e administrações após o aval definitivo.

Nossa reportagem Procurou detalhes na tarde de ontem, porém, a assessoria da Nestlé disse que ainda não teriam autorização para comentar o assunto. Não conseguimos contato com representantes da Arcor. A principal preocupação passa a ser agora com os funcionários que, com a informações sobre a estrutura da nova empresa, cogitam um possível corte para adequação a realidade da empresa argentina.

No inicio desta tarde de sexta feira ( 04) fomos contactados pela assessoria de imprensa da NESTLÉ que se posicionou através de uma nota com uma outra versão sobre o caso e que, não confirma a informação. Confira a nota na íntegra.

“Tendo em vista notícias falsas que têm circulado em canais locais sobre o fechamento de sua fábrica de Marília, a Nestlé informa que a unidade é estratégica para os negócios da companhia e não há planos de a empresa sair da categoria de Biscoitos.  A Nestlé reforça que tem investido fortemente em inovação para esse segmento, com lançamentos tanto em formatos quanto em sabores. A fábrica de Marília ganhou, no último ano, uma linha nova e somente em 2019 já entregou mais de 20 produtos novos.A companhia reforça ainda a importância desse mercado, sendo que o Brasil já é o 3º país consumidor de biscoitos no mundo. Em 2018, esse mercado faturou R$ 17 bilhões em vendas e cresceu pouco mais de 7% comparado ao ano anterior.A Nestlé Brasil destaca que atua na categoria de Biscoitos desde 1967 e estamos em Marília há mais de 30 anos. A empresa tem uma relação muito forte com a cidade e com o país, ajudando a construir marcas fortes e queridas pelos consumidores.”

Por um outro lado, a ARCOR ainda não se pronunciou sobre o assunto e a agencia estado confirma todos as informação publicadas em sua página sobre economia envolvendo as negociações entre as empresas que se registram desde o ano de 2002, mas, que no entanto se encontram sobre julgamento e analise do CADE.

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