Infelizmente a Policia Militar do Estado de São Paulo despertou triste neste inicio de semana. A noticia só repercutiu no final da noite de ontem e somente foi mesmo divulgada por alguns veículos de imprensa nesta terça feira (1º/ Fev ). Segundo consta, mais um integrante da grande corporação acabou por colocar fim a sua própria vida.

Nas redes sociais, no final da tarde de ontem era grande a comoção pela morte da Sd. PM 2ª CL Beatriz, do 9° BPM/M que teria tirado a sua própria vida. Maiores detalhes sobre o que teria provocado a situação não foram revelados. Segundo consta, cada vez mais a pressão em cima da classe policial tem gerado situações do tipo, criando uma preocupação muito grande por parte de seus comandantes, fora outros problemas extra profissão e que serão abordados mais a frente nesta matéria.

Uma nota postada por um de seus companheiros de farda chamou a atenção pelo lamento triste; “Com muita indignação e tristeza recebi a informação sobre o falecimento da Sd PM 2ª CL 190469-8 Beatriz do 9º BPM/M, que tirou a sua própria vida. Os nossos políciais estão adoentados e esses atos criando dores insuportáveis em várias famílias. É mais um momento de muita reflexão. Aos familiares e amigos meus pêsames e muita força! O índice de suicídio na polícia militar tem crescido a cada dia. A mesma instituição que da curso de prevenção ao suicídio, não consegue evitar dos seus”.

Nossa reportagem, desde a noite de ontem tentou alguns contatos e conseguiu apurar que a mesma era da cidade de Jundiaí, 408 quilômetros de Marília. Na realidade o fato teria ocorrido por volta das 21 horas deste sábado (29), na rua República, na Vila Arens, em Jundiaí.

De acordo com a própria Polícia Militar, um vizinho relatou ter ouvido um estampido e ao sair para ver o que estava acontecendo deparou com uma mulher caída ao solo e com uma arma na mão. Ao chegar ao local a PM constatou que tratava-se de uma policial do 9º BPM/M. Nossos sentimentos aos familiares e amigos.

Como identificar a pessoa com pensamentos suicidas

O comportamento suicida inclui o suicídio consumado e a tentativa de suicídio. O suicídio pode ser definido como: “Todo ato executado pelo próprio indivíduo, cuja intenção seja a sua morte, através de um meio no qual o indivíduo acredita que vai resultar no fim”. Cada suicídio é um evento complexo que tem sua especificidade e sua própria história.

A tentativa de suicídio é quando o individuo se autoagride com a intenção de tirar a própria vida, utilizando um meio que acredite ser letal, sem resultar em óbito.

O suicídio é um fenômeno complexo e multifatorial que pode afetar indivíduos de diferentes origens, faixas etárias, condições socioeconômicas, orientações sexuais e identidades de gênero. Mas o suicídio pode ser prevenido, e saber reconhecer os sinais de alerta é o primeiro passo.

Os pensamentos suicidas são muito mais prevalentes do que a gente imagina. Alguns estudos mostram que quase 1 em cada 5 pessoas já teve, de alguma forma, algum tipo de pensamento suicida, em algum momento da vida, ou seja, eles são muito mais comuns do que a gente pensa.

Os pensamentos suicidas surgem quando a pessoa acredita que não há solução para seus problemas. Quando pessoas são suicidas, seus pensamentos e sentimentos são negativos e não conseguem enxergar uma maneira de resolver seus problemas. É como se não conseguissem ver uma luz no fim do túnel.

Dentre os principais fatores de risco para o suicídio, podem ser destacadas:

  • As dificuldades de acesso aos serviços de saúde;
  • O estigma associado à busca de ajuda;
  • Trauma e abuso;
  • Abandono;
  • Perdas de pessoas com vínculos afetivos fortes;
  • Transtornos por uso de substâncias;
  • Conflitos relacionais;
  • Dificuldades financeiras,
  • Perda de emprego;
  • Transtornos mentais;
  • Desesperança;
  • Dor crônica;
  • Fatores genéticos e biológicos;
  • Tentativas anteriores de suicídio.

Os transtornos mentais têm significativa associação com comportamento suicida, a maioria das pessoas que cometeu suicídio tem um transtorno mental diagnosticável.

Suicídio e comportamento suicida são mais frequentes em pacientes psiquiátricos. Dentre as psicopatologias, observa-se um índice maior de suicido na:

  • Depressão,
  • Transtorno afetivo bipolar,
  • Transtornos de personalidade,
  • Transtorno de abuso de substancias,
  • Esquizofrenia,
  • Transtornos de ansiedade.

O histórico familiar é um fator muito importante, pois estudos dizem que um pai/mãe que cometeu suicídio aumenta em 60% a chance que o mesmo aconteça com seu filho(a).

7 sinais de comportamentos suicidas que você pode identificar.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 90% dos casos de suicídio podem ser evitados, e um dos principais meios de prevenção é o diálogo. Devido ao medo, preconceito e até desconhecimento sobre o assunto, o suicídio é um mal silencioso, em que, na maioria das vezes, a pessoa não deixa transparecer comportamentos com tendência suicida.

Claro que o ideal é buscar um profissional para o tratamento da pessoa que apresenta esses problemas, mas, como a resistência pela procura de auxílio é comum, a ajuda de quem convive com elas pode fazer a diferença.

E como você pode ser muito importante na vida de alguém que está passando por essa situação, saber identificar sinais é crucial na prevenção de um suicídio. Separamos 7 tipos de comportamentos que podem te ajudar a reconhecer se uma pessoa está com pensamentos suicidas, confira:

1 – Pensamentos

Pensamentos remoídos obsessivamente, sem esperança e concentração são um dos primeiros indícios, assim como enxergar a vida como algo sem sentido ou propósito;

2 – Humor

Alterações extremas no humor podem sinalizar emoções suicidas. Excesso de raiva, sentimento de vingança, ansiedade, irritabilidade e sentimentos intensos de culpa ou vergonha são sinais aos quais você deve ficar atento;

3 – Avisos

Frases como “a vida não vale a pena”, “estou tão sozinho que queria morrer” ou “você vai sentir a minha falta” estão diretamente ligadas a pensamentos sobre a morte. Se a pessoa se sente um fardo, busque ajuda;

4 – Melhora súbita

Geralmente a ideia de suicídio está ligada a um sentimento de que a pessoa está no fundo poço. A felicidade súbita pode ser um sinal de que a pessoa já aceitou a decisão de encerrar a própria vida. Caso você perceba uma melhora repentina, busque ajuda imediatamente;

5 – Desapego

Caso você perceba que a pessoa está começando a “fechar pontas soltas”, doar seus pertences e até visitar vários entes queridos, faça uma intervenção o mais rápido possível;

6 – Irresponsabilidade

Comportamentos irresponsáveis e perigosos, sem medir as consequências, como o uso excessivo de álcool e drogas, direção imprudente e sexo sem proteção são indícios de que a pessoa já não dá a importância devida a própria vida;

7 – Mudança na rotina

Todo mundo tem um lugar que gosta de frequentar em especial, então repare em mudanças extremas na rotina. Caso a pessoa pare de ir a locais que sempre gostou de visitar, tome uma medida o mais rápido possível. Abandonar atividades que lhe davam prazer é um grande sinal de alerta.

Se você identifica algum desses tipos de comportamento, busque ajuda imediatamente pelo telefone 141. Você pode conversar com algum voluntário, com respeito e anonimato sobre tudo o que for dito durante a chamada.

O apoio de um ente querido também é de muita ajuda. Converse, escute com paciência, sem julgamentos, sem expor nenhum sentimento que faça a pessoa se sentir culpada e envergonhada. Seja direto e pergunte se a pessoa está com pensamentos suicidas. Por meio da resposta você pode obter um forte indício para buscar assistência.

Diálogos salvam vidas.

Como ajudar alguém que pensa em suicídio?

Vontade de desistir de tudo, de sumir, recusa a fazer planos futuros, desânimo e apatia podem sinalizar uma tendência à ideação suicida. Mas como nós podemos ajudar pessoas que apresentam esses sinais?

Para começo de conversa, é preciso entender a diferença entre comportamento suicida e ideação suicida. O comportamento suicida é caracterizado pela tentativa de suicídio. Já a ideação suicida é caracterizada por pensamentos, vontades, palavras e até mesmo planos de suicídio – e é bem mais comum do que imaginamos.

Os índices crescentes e cada dia mais alarmantes de suicídios ao redor do mundo fazem com que campanhas  sejam ainda mais necessárias. Falar sobre o assunto é de suma importância, um passo essencial para que tanto o suicídio em si quanto os transtornos mentais deixem de ser um tabu e também para que mais pessoas possam ter acesso à ajuda.

Como ajudar?

1. Falar pode mudar tudo

Falar ajuda na reabilitação de transtornos mentais e mais ainda quando o assunto é suicídio. Não é à toa que existem tantas formas de terapia que são concentradas na partilha de sentimentos. Apesar do que muitas pessoas acham, segundo a OMS, falar sobre suicídio não aumenta o risco de alguém querer acabar com a própria vida, mas pode ajudar a identificar sinais de comportamentos suicidas e, então, procurar ajuda especializada.

2. Seja gentil

Todo mundo precisa se sentir amado e querido e ser gentil é uma premissa para um bom convívio social. Especialmente no caso de pessoas com depressão e tendências à ideação suicida, um contato que demonstre preocupação, carinho e empatia pode fazer toda a diferença em como a pessoa se sente, trazendo mais segurança e confiança para enfrentar os desafios e superar o momento desafiador.

3. Movimento

Um dos comportamentos característicos de pessoas suicidas é o isolamento social e o abandono das atividades das quais sentiam prazer. Incentivar essas pessoas a continuar com suas rotinas, se dedicando às coisas que gostam, a experimentar novos lugares, atividades e momentos também pode ajudar.

4. Ajuda especializada

Ajudar pessoas nessas condições nem sempre é fácil e é preciso tomar cuidado para não ultrapassar nossos próprios limites. Pense só, quando uma pessoa é internada para cuidar da saúde mental, existe toda uma equipe de apoio: psicólogos, terapeutas, nutricionistas, psiquiatras, enfermeiros e muito mais. Olhando por esse lado, é humanamente impossível desempenhar todos estes papéis sozinho, por mais bem intencionado que você seja, não é mesmo?

Por isso é de suma importância incentivar a procura por ajuda especializada. Profissionais qualificados estão preparados para ajudar da melhor forma durante este período e, muitas vezes, são parceiros fundamentais para o tratamento de transtornos mentais e do comportamento suicida.

5. Deixe o julgamento de lado

Muitas vezes estamos convictos de que nossa forma de pensar é a mais correta e mais saudável e soltamos frases como: “depressão é coisa de preguiçoso”. Para ajudar uma pessoa que possua qualquer transtorno mental (e ele não precisa nem beirar o comportamento suicida) é preciso respeito, empatia e compaixão. O julgamento e a crítica podem intensificar, e muito, as dores emocionais de uma pessoa que está precisando de ajuda.

Onde buscar ajuda

Caso precise de ajuda, o ideal é sempre buscar o auxílio de profissionais habilitados. O tratamento urgente é fundamental para resguardar vidas. Conheça alguns canais disponíveis:

  • CAPS e Unidades Básicas de Saúde ( saúde da família, postos e centros de saúde)
  • UPA 24h
  • Samu 192
  • Hospitais
  • Pronto-socorro
  • CVV – Centro de Valorização da Vida (apoio emocional e prevenção do suicídio): 188 (ligação gratuita a partir de qualquer linha telefônica fixa ou celular) ou cvv.org.br (Chat, Skype ou e-mail)

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