Eles esperavam uma resposta e após 45 dias embaixo de sol e chuva, parece que os mesmos tomaram a decisão do “ultimatum”. Após o início do movimento que questiona a eleição de Luis Inácio Lula da Silva (PT) para presidente da República e pede “socorro” às Forças Armadas para impedir a posse do petista, o pedido de intervenção não teve qualquer resposta dos militares, por esta razão, o desânimo parece ter tomado conta de alguns e os questionamentos e a insatisfação lotam os grupos de redes sociais.

Os “patriotas” já exaustos partem para o tudo ou nada e anunciam que farão “o último ato”, no próximo domingo (18/12) e na segunda-feira (19/12).  Os grupos compartilham vídeos de lideranças convocando os manifestantes a se reunirem em frente aos quartéis do Exército e tiros de guerra, a exemplo do que acontece em Marília. Eles chamam o evento de “novo 7 de Setembro”.

“Vamos dar forças às Forças Armadas. Vamos lotar Brasília. Vamos repetir o 7 de Setembro. Vamos nos encontrar na porta do QG [Quartel-General] de Brasília”, disse o padre Genésio Lamounier Ramos, em um dos principais vídeos usados pelos manifestantes pró-Bolsonaro. Em Marília obtivemos apenas audios e folders da convocação em frente ao TIRO DE GUERRA.

O movimento sofreu o primeiro baque no dia de ontem, quinta-feira (15/12), com a megaoperação da Policia Federal em diversos atos por ordem superior. A PF cumpriu quatro mandados de prisão preventiva no Espírito Santo, no âmbito da operação ordenada pelo ministro do STF, Alexandre de Moraes contra empresários suspeitos de financiarem atos como bloqueios de rodovias, após a proclamação do resultado das eleições.

Mas o pior baque aconteceu na tarde de ontem ao avistarem um caminhão de mudança adentrando o Palácio da Alvorada sem qualquer pronunciamento do presidente Bolsonaro. O baque foi culminado no inicio desta tarde de sexta feira com a estrutura do cercadinho sendo desmontada e outro caminhão chegando no Palácio do Planalto para complementar a mudança com transporte de diversas caixas. Confira o passo a passo por trás de um silêncio.

Caminhão de mudança é flagrado chegando no Palácio da Alvorada

Caminhão de mudança é visto saindo do Palacio Alvorada

A 15 dias do prazo para o presidente Jair Bolsonaro (PL) desocupar o Palácio da Alvorada, o primeiro caminhão de mudança foi avistado entrando no local, nesta quinta-feira (15/12). Identificado com emblemas da empresa Muda Brasília, companhia de mudanças no Distrito Federal e Entorno, o caminhão entrou na residência oficial por volta das 15h30.

Procurada pela reportagem, a empresa Muda Brasília disse que foi contratada pela 5 Estrelas Mudança e Transporte para prestar serviço, uma vez que a mesma estava sem caminhão para realizar o serviço contratado.

O site Metrópoles questionou a Secretaria Especial de Comunicação Social da Presidência (Secom) sobre a contratação do serviço, mas não obteve resposta até a última atualização deste texto. O espaço segue aberto.

No momento da chegada do caminhão de mudança, alguns poucos apoiadores de Bolsonaro se concentravam em frente ao espelho d’água do Alvorada. Nos últimos dias, os simpatizantes estavam comparecendo diariamente, mas desde terça-feira (13/12), as visitas começaram a diminuir e depois de ontem, a presença de pessoas hoje era muito pequena.

Estrutura do cercadinho no Alvorada começou a ser retirada no inicio desta tarde.

Funcionários da Presidência começaram a desmontar, no início da tarde desta sexta-feira (16/12), parte da estrutura metálica do cercadinho do Palácio da Alvorada, que fica no gramado da área interna da residência oficial. Até a última atualização desta reportagem, a tenda do cercadinho ainda estava no local. A estrutura era usada pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) para conversar com apoiadores, que iam à residência oficial da Presidência diariamente.

Nesta sexta, funcionários também foram vistos pintando a rampa principal que dá acesso ao prédio. No dia da posse, em 1º de janeiro de 2023, o presidente eleito Lula deve subir a rampa para assumir o posto como 39º mandatário da República.

As movimentações nos dois prédios ocorrem a 15 dias para que Bolsonaro deixe o comando da Presidência, em 31 de dezembro. Ele está no comando do Executivo federal desde 1º de janeiro de 2019, após vencer as eleições de 2018.

DIRETO DA REDAÇÃO COM INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES DO SITE METROPÓLES.

error: Conteúdo protegido por direitos autorais.