O governo de São Paulo anunciou no inicio da tarde da última sexta-feira (dia 23) uma queda de 23,6% no número de mortes por covid-19 no Estado após oito semanas consecutivas com indicadores em alta. A Secretaria de Saúde do Estado também confirmou que os números de internações e de casos confirmados do novo coronavírus vêm caindo semanalmente desde março.

Atualmente, a média diária das mortes em decorrência de casos graves da covid-19 é de 621 nesta semana epidemiológica, contra 813 no período anterior.

A média de casos também caiu desde a última semana em 14,3%, passando de de 14.921 para 12.784 infectados. O auge de casos foi verificado três semanas atrás, com 16.453 casos na semana epidemiológica verificada entre os dias 4 e 10 de abril. Já as internações tiveram declínio de 4,5%, baixando de 2.411 para 2.303 nestas duas últimas semanas.

Marília registra o pior mês com 131 óbitos até agora, sendo 33 só nesta semana e ainda 18 mortes suspeitas. Com 10 variantes detectadas, pacientes morrem na fila de espera e familiares já fazem manifestações.

A situação é tão grave, que alegando uma tal força tarefa para a vacinação, que alias está ocorrendo em todo o Brasil, a prefeitura municipal de Marília já não divulga os boletins com o número de contaminados e óbitos ocorridos nos finais de semana.

Ao contrários das outras cidades, o bloqueio às informações é nítido em nossa cidade, tanto é que, uma comissão de vereadores demorou cerca de 1 mês para obter a resposta de um requerimento sobre questões relacionadas a procedimentos e despesas realizadas no combate ao coronavírus.

Enquanto isso, já mais de 40 pacientes morreram nas filas de espera que se formam de forma inadequada na UPA norte e no PA sul, sem qualquer ônus de responsabilidade dos profissionais que atuam nestas unidades, pois, claramente, nota-se um empenho dos mesmos além de suas forças e dos recursos disponíveis para tentar salvar vidas. É notório a falta de um planejamento estratégico para conduzir a situação.

Na manhã de ontem, sábado (24), quem passou em frente à Prefeitura, na avenida Sampaio Vidal, esquina com a rua Bahia, foi surpreendido por familiares da vítima de 53 anos que morreu no PA Sul a espera de um leito de UTI, segurando uma faixa durante o sinal vermelho do semáforo.

Tratava-se de um protesto silencioso dos familiares do serralheiro Antonio Carlos Serrano, o Carlão Serralheiro, de 53 anos, que morreu no último fim de semana, vítima da Covid-19, sem a chance de chegar a uma unidade de terapia intensiva.

De acordo com declarações da esposa dele, Suzana Serrano, a morte poderia ter sido evitada se ele tivesse sido internado numa UTI, já que seu quadro clínico era bem grave. “É um grito de desespero”, afirmou a ex-esposa que espera, com essa manifestação, alertar as autoridades sobre a situação dramática que ocorre nas unidades de pronto atendimento, devido ao grande número de pacientes com a Covid-19 e que precisam de um leito de UTI ( Unidade de Terapia Intensiva ).

Suzana declarou que seu esposo testou positivo para Covid-19 na segunda-feira da semana passada e já no dia seguinte começou a sentir falta de ar. Como tinha comorbidades (hipertenso e obeso), foi levado até ao PA Sul, onde os médicos decidiram que precisaria de oxigênio, como não haviam macas disponíveis, ficou o dia todo sentado numa cadeira e somente na quarta-feira os funcionários do PA conseguiram uma maca.

O quadro clínico do paciente foi se agravando a cada dia até o ponto de que os médicos decidiram entubar o mesmo na própria unidade, na sexta-feira e tentavam uma vaga em UTI. A vítima acabou morrendo no sábado à tarde, vítima de parada cardiorrespiratória. Antonio Carlos Serrano morava no bairro Monte Castelo e era uma pessoa muito conhecida, trabalhando como Calheiro e serralheiro. Este é apenas um dos 40 casos já registrados.

Cidade já tem 10 variantes, inclusive a cepa de Manaus e já falta kit intubação.

O quadro se torna ainda mais dramático quando o próprio secretário admite já a existência de 10 variantes do vírus na cidade, inclusive a CEPA de Manaus. Por esta razão chegamos nesta manhã de domingo com dados ainda de sexta feira com cerca de 4 mil novos casos positivos de coronavírus antes de fecharmos o mês de abril aqui na cidade.

Covid-19: infecção por cepa de Manaus é investigada no interior do ES | A  Gazeta

Para se ter ideia, a CEPA de Manaus, tem no mínimo o dobro da carga viral, com isso, a pessoa contaminada, caso não seja atendida a tempo com os cuidados necessários, acaba indo à óbito em poucos dias. É isto o que tem ocorrido na UPA norte e PA sul. Infelizmente, é sempre relembrar que, O JORNAL DO ÔNIBUS DE MARILIA, havia alertado esta possibilidade, antes do feriadão de 10 dias decretado pelo prefeito de São Paulo.

A administração municipal não adotou barreiras sanitárias e o resultado não poderia ser outro, senão, a tragédia em que estamos vivendo com a morte da amigos, parentes e familiares. Segundo declarações do próprio secretário municipal da saúde, Cássio Luis Pinto, falta equipamentos, oxigênio, Kit intubação e claro, material humano.

No último boletim de número 418 divulgado pela assessoria de imprensa da prefeitura, através da secretaria municipal de saúde, constava já os números assustadores de mais de 21.000 casos confirmados e quase 3.000 aguardando resultados.

Os leitos em UTI continuam em alta com 168 pacientes e a triste noticia da inexistência de vagas. Até o momento, nenhuma medida foi anunciada pela administração municipal, e com isso, a única alternativa para o Mariliense é se prevenir e orar, pois, a situação está se agravando a cada dia.

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