Na última quarta feira ( 17) alguns marilienses “realmente” preocupados com o futuro de Marília, principalmente no que diz respeito ao item mobilidade urbana e arquitetura urbanística comentaram de forma positiva o vídeo exclusivo do jornalista Rodrigo Víudes (Blog do Rodrigo) que discorreu sobre uma das mais importantes obras realizadas à nível de Brasil, claro, na cidade planejada de Maringá-PR.

Na ocasião, o experiente jornalista ressuscitou um assunto que já foi amplamente discutido na gestão do ex prefeito Mário Bulgareli e também no plenário da Câmara municipal de Marília em 2010 e 2015. Trata-se do rebaixamento dos trilhos que também chegou a ser ventilado pelo arquiteto Laerte Rojo Rosseto quando da elaboração do plano diretor.

Quando falamos em ressuscitar o assunto é porque a discussão sobre o tema não é novidade. Apenas para recordar, um requerimento apresentado pelo saudoso parlamentar Sidney Gobetti de Souza (1953-2012) em setembro de 2010, foi aprovado em plenário solicitando à então administração municipal estudos que apontassem para o rebaixamento dos trilhos ou a construção de um entorno ferroviário ( o que é inviável diante da topografia do município ).

No mesmo ‘caput’ de seu requerimento, Gobetti já sugeria a “construção de uma moderna avenida, Norte/Sul e também uma ciclovia, sendo uma obra que irá contribuir para o desenvolvimento regional e modernização da malha viária de Marília.

O ex vereador e presidente da Câmara Municipal de Marília, Herval Rosa Seabra foi outro parlamentar a puxar o coro da remoção da malha ferroviária do trecho urbana da terra de Bento de Abreu, desta feita em 18 de fevereiro de 2015, no entanto, de lá prá ca, praticamente nada trafegou em relação a essa demanda legislativa. Nem trens.

Se levarmos a fundo nem os carros de inspeção da própria concessionária do trecho passa por aqui há anos. O último transporte de cargas ocorreu em 2008: toneladas de açúcar de Tupã (SP) para o porto de Santos (SP). Atualmente na área central entre a rua Nove de Julho e rua Paraná, existe uma ocupação realizada por um projeto cultural que acabou de forma irregular “negociando” quase 200 boxes para instalação de um novo camelódromo.

Maringá, um exemplo de conciliação entre o transporte ferroviário, o trânsito e a visão urbanística da cidade .


CRÉDITOS DE IMAGEM : PAULO ARTIOLI

O rebaixamento da linha férrea de Maringá é a maior obra ferroviária em zona urbana do Sul do Brasil. A obra começou em 1986 com a retirada do pátio de manobras da Rede Ferroviária Federal do centro da cidade. Com a liberação da área, começou a obra de rebaixamentos da linha férrea, eliminando os cruzamentos em nível com as principais avenidas de ligação norte/sul do centro da cidade.

A prioridade foi liberar as principais avenidas: Pedro Taques, São Paulo, Herval, Duque de Caxias e Paraná, com viadutos também nas ruas Piratininga e Basilio Sautchuck, obras executadas com recursos do município e da Urbamar S/A. O trecho de 1.640 metros de extensão ganhou um túnel, entre as avenidas São Paulo e Paraná. 

A obra seguinte foi o rebaixamento da linha férrea no trecho até a avenida Centenário, com a construção de mais quatro viadutos ferroviários, com as avenidas Monlevade, Rebouças, Gaspar Ricardo e Tiuiti. Com a conclusão dessa etapa da obra, a Via Expressa se tornou importante alternativa de tráfego no sentido leste oeste, ligando a região do Novo Centro da avenida Paraná até a avenida Tuitui, na saída para Sarandi.

Os viadutos das avenidas Monlevade, ,Rebouças e Gaspar Ricardo, e a ligação da Via Expressa com a avenida Mauá, na altura do viaduto da avenida Rebouças, também contribuem na melhoria do tráfego de veículos na avenida Colombo, trecho urbano da BR 376.

Na cidade de Maringá, no Paraná, o trem passa no meio do centro da cidade, mas em um túnel. Antes e depois desse túnel o trem passa em uma trincheira, como podem ver nas fotos tiradas pelo fotografo Paulo Artioli dia 14/02/2021. Essas obras foram feitas na década de 90, o prefeito preferiu fazer o rebaixamento da linha férrea ao invés de fazer um contorno ferroviário, antes dessa obra, nenhum daqueles prédios em cima existiam, e havia um grande pátio ferroviário na área.

Mais recentemente em 2006, uma nova etapa do rebaixamento foi feita em outras ruas onde o trem ainda passava no nível da rua, e essa nova etapa foi concluída em 2012, sendo considerada a maior obra ferroviária do sul da América do Sul, atualmente Maringá tem apenas 1 passagem de nível, na avenida Paranavaí.

A maior obra ferroviária do Sul do Brasil


CRÉDITOS DE IMAGEM : PAULO ARTIOLI

Ao longo desse rebaixamento o trem passa por duas trincheiras, e dois túneis, o segundo túnel foi inaugurado em 2012. Aquele grande espaço que tem no fundo dessa obra serve para passar carros da prefeitura, e no futuro uma nova linha será construída para passar um suposto trem de passageiros, dentro desse túnel também há uma estação ferroviária que liga direto ao terminal de ônibus em cima, mas por enquanto está desativada.

Trem passa por debaixo de Avenida de grande movimento na área central da cidade

Antes, a exemplo de Marília, o trem passava pela Avenida 19 de Dezembro diversas vezes ao dia interrompendo o tráfego na via

CRÉDITOS DE IMAGEM : PAULO ARTIOLI

O trem passa pela Avenida 19 de Dezembro diversas vezes ao dia. Cada trem leva entre 50 e 85 vagões, chegando a medir até 1,5 quilômetros de extensão. Fora das áreas urbanas, a máquina costuma se locomover a uma velocidade entre 20 e 25 quilômetros por hora. Já nas cidades, a velocidade é ainda menor.

A passagem do trem causa grandes problemas, já que a qualquer momento os motoristas podem ser surpreendidos com a interrupção do trânsito. Como já citamos, no conceituado Blog do Rodrigo, é possível acompanhar uma excelente explanação sobre o assunto. Confira acessando o link à seguir ;
https://m.facebook.com/story.php?story_fbid=1067835140515011&id=100066644604293

A passagem do trem pela Avenida 19 de Dezembro, em Maringá, deixou de causar transtornos aos motoristas em dezembro de 2021. Diariamente o trem interrompia o tráfego na via (que é uma extensão da Avenida Mandacaru), causando longos engarrafamentos e muitos minutos de espera. Desde então, o trem começou a passar por debaixo do viaduto (há cerca de 9 metros de profundidade) construído no local.

A conclusão do viaduto fez parte das obras de rebaixamento da via férrea que foi executada no setor oeste da Via Expressa. No trajeto de 1,1 quilômetros entre as avenidas Paraná e 19 de Dezembro foi feito a escavação para rebaixamento dos trilhos da linha férrea, que, no setor oeste, foi transposta por meio de três viadutos. Dois deles já prontos, da Rua José de Alencar e da Avenida 19 de Dezembro. O terceiro está sendo construído na altura do cruzamento com a Rua Arlindo Planas, na Zona 6.

Considerada a maior obra de infraestrutura ferroviária urbana em andamento na região Sul do Brasil, a obra de rebaixamento da linha férrea entre a Avenida 19 de Dezembro e a Rua Arlindo Planas fez parte do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e uma etapa inicial contou com a aplicação de R$ 48,8 milhões para um túnel de 600 metros e obras complementares.

Com a criação do túnel, foi possível agilizar a obra com menos interferência no tráfego de veículos. Além disso, a permitiu uma urbanização. No total as obras de rebaixamento dos trilhos e a Via Expressa somam 7.360 metros do trecho urbano da ferrovia.

Em Marília, as mais recentes discussões direcionavam para a construção de um parque linear e uma ciclovia, porém sem contar com a remoção do trilhos, pelo menos da área central. Pelo andar da carruagem, tudo continua como antes no quartel de Abrantes.

Não existe outra saída, a alternativa mais viável para a ferrovia seria mesmo o rebaixamento de seus trilhos, a exemplo do projeto bem sucedido em Maringá (PR). Enquanto isso, a população diante de mais um processo eleitoral precisa encontrar alguém (candidato) que abrace DE FATO ESTA CAUSA e aos nobres edis da Câmara Municipal resta forçar de forma democrática uma discussão com a sociedade sobre o assunto, mesmo porquê, se depender da administração municipal, a tartaruga ganha a corrida.

Por esta razão, reiteramos a necessidade e a importância do eleitor (a ) bem avaliar seus candidatos. Um credencial que deve ser levado em consideração, é justamente o grau de conhecimento do mesmo em questões envolvendo a cidade, sua criatividade e seu compromisso na busca de recursos, por exemplo para uma mega obra como esta que por sua vez, poderia de forma planejada contemplar automaticamente uma ampliação do terminal urbano de uma forma mais racional e ampliada, um novo e mais seguro camelódromo e até o tão discutido parque linear e a ciclovia em pleno coração da cidade, um local que deveria ser um cartão de visita, mas…

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