Proposta também analisará destino a ser dado para o Palácio dos Bandeirantes, atual sede. ‘Vamos pensar todas as questões de sustentabilidade, acessibilidade e precisamos de algo que seja icônico’, diz Tarcísio de Freitas sobre projeto.

O segredo de uma boa gestão é justamente o grau de comprometimento com a cidade em ações que exigem ousadia, criatividade, responsabilidade fiscal, sensibilidade, honestidade, planejamento e menos politicalha. Nos dias de hoje e na atual conjuntura, cada vez mais as cidades necessitam de menos política e mais administrações técnicas para suprir as falhas de governos anteriores, cujo principal objetivo era simplesmente o populismo.

A cidade de Marília é um exemplo disto. Estamos partindo para o centenário do município e os governantes ainda não se atentaram que em breve o centro da cidade estará morto, como aconteceu em São Paulo e outras grandes cidades. Com exceção ao BOULEVARD MARÍLIA, um investimento da Holding Shimizu de quase 100 milhões de reais, nada tem sido feito na área central da terra de Bento de Abreu.

Não se atentaram ainda que os comerciantes estão migrando para as ruas e avenidas dos novos bairros que surgem. Os motivos são simples; mais comodidade para o consumidor e aluguel infinitamente mais em conta, favorecendo a geração de empregos e a ampliação da política de investimentos. Se nada for feito, em um curto espaço de tempo, o centro de Marília estará abandonado, basta checar o número de portas fechadas, por falta de uma política de enfrentamento da prefeitura diante dos especuladores utilizando, por exemplo, o IPTU PROGRESSIVO.

Questionamentos à parte, temos que tirar o chapéu para a iniciativa do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, (Republicanos) que anunciou na última quinta-feira (1º) o início de estudos para viabilizar a transferência da sede do governo do estado, atualmente no bairro do Morumbi, Zona Sul de São Paulo, para a região central da capital paulista.

A expectativa é a de que o projeto dure cerca de 29 meses para avaliar questões urbanísticas e arquitetônicas até que seja feito um leilão para ver quem assumirá a obra do que Tarcísio chamou de “esplanada do governo”.

A transferência de toda a estrutura em si, após o projeto ser aprovado e implementado pela iniciativa privada (em modelo PPP, de Projeto Público-Privado), deve ser concretizada em até oito anos.

Além dos meses para estudos das adaptações e obras necessárias, serão mais cinco anos para a mudança e realocação de toda estrutura de governo.

“Vamos pensar todas as questões de sustentabilidade, acessibilidade e precisamos de algo que seja icônico, que as pessoas queiram ver, queiram visitar, queiram tirar foto e que seja, obviamente, absolutamente funcional. Que é o ponto de partida. Transferir o poder para lá, você fica do Centro, vem a segurança, vem a circulação das pessoas”, afirmou o governador.

A troca da sede faz parte de uma série de ações para revitalizar a região central da capital, que convive com episódios de violência e insegurança na chamada Cracolândia e no entorno – como nas praças Princesa Isabel e República e a Avenida Rio Branco.

Tarcísio assina documento para início dos estudos para transferir sede do governo — Foto: Mônica Andrade/Governo SP

Tarcísio listou medidas feitas pelas pastas de saúde com os dependentes químicos que ocupam a região; de segurança pública, com major policiamento e queda recente nos índices de criminalidade; e de habitação, que estão integrados ao projeto de destinar a estrutura governamental para a localidade. Serão enviados para o Centro de São Paulo o gabinete do governador, secretárias de estado e autarquias.

Antes mesmo de o projeto ter início, o governador afirmou que não haverá entraves com o Plano Diretor de São Paulo, que está em análise e pode sofrer mudanças na Câmara Municipal.

O governador disse que o governo ocupa atualmente 56 prédios diferentes e cerca de 807 mil metros quadrados em estruturas, mas que um espaço com 300 mil metros quadrados é o suficiente para acolher as equipes.

“A gente percebe uma ineficiência de ocupação de espaço e em termos de recursos. Temos até a intenção de fazer desmobilização de patrimônio. Obviamente, nem todo patrimônio pode ser desmobilizado. Não vai desmobilizar um prédio como a secretaria de Educação (localizado na Praça da República), mas ele já não é funcional do ponto de vista de estrutura de estado. Ele tem que ter outra destinação”, diz.

CRACOLÂNDIA: Medida pode favorecer o fim de um problema crônico

Região central de São Paulo

O centro de São Paulo hoje tem uma visão degradante, loteado por dependentes químicos que compõe a Cracolândia, que por incrível que pareça, foi delimitada como bairro na plataforma Google Maps. 

A demarcação considerou a área entre a Rua Helvétia, a Alameda Barão de Piracicaba e o Largo Coração de Jesus. Após ações do governo e a Prefeitura de São Paulo, os usuários se espalharam por diversos pontos no Centro, mas ainda se concentram nas ruas que foram marcadas pela plataforma.

Com a decisão do governador, a região poderá ter um novo visual paisagístico, e o mais importante; um fluxo maior de pessoas, inibindo a presença de traficantes e auxiliando o plano do governo estadual já mencionado de aumento do efetivo policial e também de um amplo projeto de recuperação das pessoas que por lá vivem.

DIRETO DA REDAÇÃO

error: Conteúdo protegido por direitos autorais.