O deputado federal André Fernandes (PL-CE), autor do texto, confirmou a informação, no início da noite de ontem sexta-feira, 24

A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos atos de 8 de janeiro alcançou o número mínimo de votos para ser instaurada. Até o momento, 173 deputados e 32 senadores apoiaram a abertura do processo. O deputado federal André Fernandes (PL-CE), autor do texto, confirmou a informação, no início da noite de ontem, sexta-feira, 24.

Urgente: parlamentares obtêm assinaturas para CPMI dos Atos Antidemocráticos

Mais cedo, Fernandes disse que ainda eram necessárias as assinaturas de 70 deputados. A expectativa era aprovar a CPMI depois do feriado de Carnaval. “Essa é uma das proposituras com maior adesão neste começo de legislatura”, afirmou o parlamentar. “O Congresso mudou. Hoje, o povo tem maior facilidade de cobrar os seus parlamentares nas redes sociais e verificar quem assinou ou não as proposituras.”

Fernandes argumenta não ter dúvidas sobre a depredação do patrimônio público. Segundo o deputado, todos os que participaram dos atos de vandalismo devem ser punidos. Ressaltou, contudo, que “ainda pairam no ar incertezas acerca do ocorrido e quem de fato o planejou, o executou e se omitiu, quando por força legal deveria ter agido”.

O pedido de investigação das invasões de 8 de janeiro se soma aos requerimentos de CPI no Senado e na Câmara, apresentados pela senadora Soraya Thronicke (União-MS) e José Nelto (PP-GO), respectivamente. O governo, no entanto, tem se posicionado contrário a uma investigação sobre o evento no Congresso.

“O simples fato da esquerda querer barrar a instauração da CPMI (mista, composta por senadores e deputados) indica haver muito a ser elucidado. E vamos elucidar”, disse Sanderson sobre a CPMI que pretende voltar sua mira contra Lula e o ministro da Justiça, Flávio Dino, sob o argumento de que o governo federal foi omisso.

“Vale assinalar que nesses últimos 47 dias (desde o evento fatídico do 8 de janeiro em Brasília) assistimos graves arbitrariedades e abusos que precisam ser absolutamente apurados”, destacou o deputado do PL. Confira a lista dos deputados que assinaram;

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Filho de Zé Dirceu não quer CPI para apurar manifestações

O deputado Zeca Dirceu (PT-RS), filho do ex-deputado José Dirceu (PT).

O líder do PT na Câmara dos Deputados, Zeca Dirceu (PT-PR), afirmou ser contra a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar as manifestações em Brasília. Houve registro de vandalismo, mas pela primeira vez o partido e toda a frente de esquerda se posicionam contrários as investigações a atos desta natureza.

“A própria CPI das manifestações pode ser um elemento de confusão, de desagregação e de divisão”, disse Zeca Dirceu, em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, publicada em 18 de janeiro. O petista também propôs dialogar com todos os partidos na Casa, incluindo o Partido Liberal (PL), do ex-presidente Jair Bolsonaro, mas pelo visto não conseguiu o seu objetivo.

Governo e aliados intensificam ações para minar CPIs sobre o 8 de janeiro

DECISIVO - Rodrigo Pacheco: a instalação de CPI no Senado depende do senador mineiro, aliado de Lula -

No Palácio do Planalto, no entanto, essa possibilidade não é bem-vista, pois pode servir como palanque para a oposição jogar holofotes sobre eventuais erros de ministros como Flávio Dino, da Justiça, e José Múcio, da Defesa, na tarefa de proteger as instituições e o patrimônio público. Temendo possíveis desgastes, o presidente Lula não quer nem ouvir falar do assunto. Tanto ele quanto Dino já rechaçaram a ideia. Como só o discurso não bastou, o governo e sua base de apoio no Congresso intensificaram movimentos para tentar barrar essas CPIs.

Por enquanto, o ataque parece estar sendo mais eficaz no Senado, onde nasceu a primeira proposta de CPI. Ela é encabeçada por Soraya e parecia ter um futuro promissor. Apresentada em janeiro, poucas horas após os atos de depredação em Brasília, o requerimento reuniu assinaturas de 38 senadores em mandato (são necessárias 27), além de doze que deixaram o Senado em fevereiro, com o início da nova legislatura. Em entrevista, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), chegou a dizer que havia “fato determinado, de magnitude e importância, e assinaturas suficientes”, motivo pelo qual não lhe restaria alternativa que não ler o pedido de CPI, ato que abre caminho para sua instauração.

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