É inquestionável. A situação de Marília é desesperadora e por incrível que pareça, poucas ações são realizadas para se pelos menos tentar reverter ou amenizar o cenário de lágrimas em frente às unidades de atendimento e finalmente no cemitério. Medidas tímidas estão resultando em consequências fatais com uma tendência de aumento, conforme o JORNAL DO ÔNIBUS de MARÍLIA tem alertado desde os primeiros meses deste ano.

Há de se reconhecer a bravura, abnegação, dedicação e uma eficiência heroica e sobrenatural dos profissionais da saúde que mesmo com a limitação da estrutura disponibilizada, tentam a todo custo salvar os pacientes que esperam sim um leito de UTI na esperança da vida.

Quando nos citamos a limitação da estrutura disponibilizada, nos referimos aos médicos e enfermeiros que atuam na linha de frente nas unidades de saúde que atendem pacientes com covid-19 e indignados com a situação, acabaram por relatar o drama do dia a dia. Na penúltima sessão camarária, foi divulgado na tribuna a falta de respiradores, um item básico para o auxilio em pacientes com dificuldade respiratória.

Na final da tarde de ontem o desespero chegou ao limite devido a superlotação e as mortes em razão da doença em Marília, tanto é que, nas redes sociais já circulava duas artes em forma de texto expondo a situação e pedindo publicando um S.O.S.

Enquanto outras cidades apresentam queda no número de mortes, Marília segue na contramão e não se percebe uma redução no numero de contaminados e no triste cenário de mortes. Para piorar a situação, dos sete óbitos confirmados ontem, seis morreram a espera de leitos em unidades de saúde dos bairros da cidade, ou seja, na UPA zona norte e PA sul.

No boletim divulgado nesta quarta feira, foram mais nove óbitos confirmados com mais onze suspeitos. Com isto, são agora, quase 700 óbitos na cidade, sendo que, aproximadamente 600 somente nestes primeiros 6 meses de 2021. Um caos que só não é reconhecido publicamente pela administração municipal, claramente por razões políticas.

Na semana que passou, recheada com um feriado, nas redes sociais, viralizou uma foto de uma influencer digital registrando segundo ela, o passeio do gestor municipal em um dos mais belos Resort’s do país. O fato não foi desmentindo pelo gestor, mas, também não foi confirmado pela assessoria de imprensa. O grande questionamento que fica é; Qual o grau de preocupação com a gravidade da situação e aonde esta o gestor ???

Em meio ao desespero da população e do grande numero de contaminados fica claro a falta de um planejamento antecipado e de investimentos principalmente em leitos de UTI e material humano. Não adianta utilizar o discurso de que uma Unidade de Terapia Intensiva não é garantida de vida, pois, poderia tecnicamente falando, pelo menos suscitar uma esperança. O que não se pode, é criar apenas uma unidade de apoio ao PA sul, com os recursos disponíveis e achar que já está bom demais. Isto é inadmissível.

Enquanto isso, a assessoria de imprensa da Prefeitura de Marília, por meio da Secretaria Municipal da Saúde, confirmou na manhã desta quarta-feira, dia 9 de junho, como já citamos, mais nove mortes por Covid-19, chegando a 698 óbitos pela doença no município com a expectativa negativa de 11 casos de mortes suspeitas. Confira o boletim abaixo;

A prática de nosso jornalismo, é pautar pelos fatos reais e conforme o boletim divulgado, nota-se claramente a gravidade da situação. Atualmente são 27.414 contaminados e 4. 255 aguardando os resultados dos exames. Nas unidades hospitalares constam 179 pacientes internados e como caso preocupante 720 contaminados em livre transmissão sem nenhuma estratégia eficaz de monitoramento. Enfim um caos, ou uma bomba prestes a explodir onde o único plano é a vacina e mais nada. Um marketing excessivo para uma única medida, que aliás é governo federal e estadual.

Confiramos então os óbitos confirmados. O primeiro óbito foi de um homem, de 57 anos, portador de doença cardiovascular crônica, segundo notificação do hospital. Ele teve início de sintomas no dia 17 de maio e foi a óbito na terça-feira, dia 8 de junho.

O segundo óbito foi de uma mulher, de 78 anos, portadora de hipertensão arterial crônica, conforme notificação hospitalar. Ela iniciou sintomas no dia 31 de maio e foi a óbito na segunda-feira, dia 7 de junho.

O terceiro óbito foi de uma mulher, de 59 anos, portadora de doença cardiovascular crônica, de acordo com notificação do hospital. Ela começou a ter sintomas no dia 29 de maio e foi a óbito na terça-feira, dia 8 de junho.

O quarto óbito foi de um homem, de 54 anos, portador de doença cardiovascular crônica e distrofia fascioescapuloumeral, segundo notificação hospitalar. Ele teve início de sintomas no dia 6 de maio e foi a óbito nesta quarta-feira, dia 9 de junho.

O quinto óbito foi de uma mulher, de 83 anos, portadora de portadora de doença cardiovascular crônica, diabetes mellitus e neoplasia de pulmão, conforme notificação hospitalar. Ela iniciou de sintomas no dia 26 de maio e foi a óbito na terça-feira, dia 7 de junho.

O sexto óbito foi de uma mulher, de 59 anos, portadora de doença cardiovascular crônica, de acordo com notificação do hospital. Ela começou a ter sintomas no dia 25 de maio e foi a óbito nesta quarta-feira, dia 9 de junho.

O sétimo óbito foi de um homem, de 60 anos, portador de asma, segundo notificação hospitalar. Ele teve início de sintomas no dia 7 de maio e foi a óbito nesta quarta-feira, dia 9 de junho.

O oitavo óbito foi de uma mulher, de 61 anos, portadora de doença cardiovascular crônica, obesidade e diabetes mellitus, conforme notificação do hospital. Ela iniciou sintomas no dia 12 de maio e foi a óbito nesta quarta-feira, dia 9 de junho.

E o nono óbito foi de uma mulher, de 69 anos, portadora de doença cardiovascular crônica, diabetes mellitus e hipertensão arterial, de acordo com notificação hospitalar. Ela começou a ter sintomas no dia 29 de maio e foi a óbito na terça-feira, dia 8 de junho.

O JORNAL DO ÔNIBUS de MARÍLIA se solidariza com as famílias enlutadas e lamenta mais uma vez a perda de vidas que poderiam ter sida evitadas.

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