Nesta quarta-feira(8), pode-se dizer que a cidade (pelo menos boa parte da classe política e toda a imprensa) direcionarão suas atenções para acompanhar toda a movimentação que ocorrerá na sala de audiências da segunda vara federal de Marília.

Ao contrário do que alguns chegaram a comentar, trata-se de apenas mais um capítulo envolvendo os ex prefeitos Abelardo e Vinicius Camarinha, assessores e outras pessoas, no escândalo que culminou com a lacração do maior conglomerado de veículos de comunicação de nossa região, a CMN (Central Marília Notícias) que englobava as emissoras Diário FM e Dirceu AM e o Jornal Diário de Marília, com suas atividades encerradas durante a operação Miragem realizada pela Polícia Federal em 2016 e 2017 respectivamente.

O caso começou em 10 de agosto de 2016, com a lacração das duas emissoras de rádio, conhecidas por revelar grandes nomes da radiodifusão para todo o país. Na ocasião, buscas foram realizadas no prédio da empresa, situada na rua Coronel Galdino de Almeida, 55 e também em endereços particulares. No total foram 15 mandados de busca e apreensão em Marília, 05 em São Paulo e01 em Ribeirão Preto.

Na realidade, na quarta-feira, a audiência será uma oitiva dos acusados, sacramentando o último ato antes dos requerimentos e alegações finais e o posterior encaminhamento do caso para a decisão de primeira instância. Na última quinta-feira, sob o comando do juiz federal Ricardo William Carvalho dos Santos, foram colhidos os últimos depoimentos de testemunhas de acusação e defesa, inclusive com algumas desistências, como ex-funcionários das empresas e até deputados federais que foram arrolados como testemunhas de denunciados.

O caso repercutiu em todo o país e a tramitação longa é atribuída ao foro especial, devolução para a justiça de Marília e duas surpreendentes delações premiadas que podem ser decisivas para a decisão final.

Delação de ex-sócia da CMN "vaza", mas Justiça mantém silêncio. Camarinha  diz que é perseguição. | Visão Notícias - Informações de Marília e região

Uma das delatoras era Sandra Mara Norbiato, que teria confessado ser laranja do referido grupo político, se apresentando como proprietária do famoso complexo da CMN (Central Marília Notícias). Ela acabou sendo ouvida na quinta-feira, mas como informante, isto porque, a mesma teve relação com um dos acusados, Antônio Celso dos Santos, hoje seu ex-marido, e que também fez uma delação premiada no caso.

Marília: funcionários do Jornal Diário estão sem receber - YouTube
Na ocasião, dezenas de funcionários ficaram com pendências trabalhistas em função do ocorrido. Várias manifestações foram realizadas, sendo necessário ações trabalhistas.

O caso é cercado de muita expectativa, tanto é que os nove acusados acompanharam atentamente os depoimentos das testemunhas. A denúncia é grave e envolve os crimes de falsidade ideológica, uso de documento ideologicamente falso, crimes contra a ordem tributária, desenvolvimento clandestino de atividades de telecomunicações, coação no curso do processo, tentativa de fraude processual e organização criminosa. Várias ações de
execução fiscal (contribuições previdenciárias e encargos sociais) também tramitam na esfera da Justiça Federal de Marília.

Agentes da PF durante diligências da Operação Miragem, em Marília: dez investigados têm prazo para se manifestar em juízo — Foto: Fábio Conti/TV SOL/Divulgação

Apenas para recordar, no início de 2017, a PF (Polícia Federal) cumpriu mandados em Marília durante segunda fase da operação. Na ocasião, os agentes suspenderam as atividades do jornal impresso que funcionava no mesmo local onde duas rádios haviam sido fechadas cinco meses antes.

Em maio do mesmo ano, o MPF (Ministério Público Federal) denunciou ex-prefeito Vinícius Camarinha por usar “laranjas” para ocultar propriedade de meios de comunicação. Seu pai, Abelardo Camarinha, também foi denunciado.

DIRETO DO PLANTÃO DE NOTÍCIAS

error: Conteúdo protegido por direitos autorais.