Felipão, Marta, Romário, Bebeto e Deschamps também se manifestaram sobre morte de ex-jogador e técnico

O ex-jogador e técnico Mario Jorge Lobo Zagallo morreu nesta sexta-feira, aos 92 anos. A informação foi divulgada em seu perfil no Instagram. Único brasileiro campeão mundial como técnico e como jogador, Zagallo estava aposentado desde 2006, após a Copa do Mundo da Alemanha, e conviveu com inúmeros problemas de saúde. A última internação havia sido em julho do ano passado por causa de uma infecção respiratória.

“Zagallo tem um significado enorme na minha vida e carreira, mas sua grandeza transcende as relações interpessoais. O que ele representa para o mundo, para o esporte e para o país é de uma dimensão tão fora do comum que, hoje, com a sua partida, muitos falarão em fim de uma era. Direi diferente: sua era é eterna. Zagallo Eterno tem 13 letras”, escreveu Ronaldo Fenômeno em sua conta no Instagram ao lamentar a partida do craque.

“O Velho Lobo é o último dos campeões do mundo de 1958 a nos deixar; o último de uma geração que colocou o Brasil no mapa do futebol; o único tetracampeão mundial. Sorte a nossa que teve de engolir essa lenda e aprender com sua paixão pela Seleção Brasileira o verdadeiro sentido da amarelinha”, escreveu ainda o pentacampeão.

O apresentador Galvão Bueno publicou em suas redes sociais um vídeo de cinco minutos no qual lamenta a partida do ex-técnico e jogador. “Sábado triste!! Perdemos um grande brasileiro!! Te amo, Zagallo!! Vc vai brilhar mto em outra dimensão!! “Zagallo eterno” tem 13 letras!!”, diz o texto que acompanha a publicação. Veja abaixo:

Romário também lamentou a morte de Zagallo e falou sobre o ex-treinador na sua cerimônia de posse na presidência do America, neste sábado.

— Zagallo tem a mesma importância de um Pelé. Sempre foi muito vitorioso, deixou um legado importante para todos nós. Dia triste para o futebol. Todos sabem da minha relação com ele, na verdade a gente não tinha relação, mas uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa, tenho que admitir — afirmou.

Os dois tiveram uma relação bastante conturbada, marcada tanto por momentos gloriosos quanto por atritos. Em 1994, conquistaram juntos a Copa, nos Estados Unidos. Entretanto, o Baixinho foi cortado pelo então treinador no Mundial seguinte e criticou a decisão do Velho Lobo de não escalá-lo para a competição.

— Vivi o futebol por anos e ele é um dos grandes ícones do nosso esporte, sempre representou muito bem nosso futebol e é um dos mais conhecidos do planeta. Tristeza muito grande, e vai ficar para sempre na nossa memória, como Pelé — disse.

O ex-técnico da Selação Brasileira Felipão também se manifestou após a morte do colega. Em um vídeo ele lamenta a morte do “professor”:

— Hoje é um dia muito triste para nós do futebol brasileiro e mundial. Perdemos nosso professor. Perdemos alguém que nos ensinou, direcionou e colocou em caminhos que jamais imaginávamos pela sua qualidade e competência. Como pessoa, melhor ainda. Quero deixar meus pêsames para a família e que o Mário Jorge Lobo Zagallo descanse em paz.

Parceiro de Zagallo por décadas na Seleção, o técnico Carlos Alberto Parreira lamentou a perda daquele que chamou de seu “melhor amigo no futebol”.

— Uma notícia muito triste, devastadora. Zagallo era meu melhor amigo no futebol, meu mestre. O cara me ajudou, me protegeu, me ensinou tudo que eu aprendi no futebol — disse Parreira no Sportv.

O presidente da Fifa, Gianni Infantino, foi mais um que homenageou Mário Jorge Lobo Zagallo.

— É com grande tristeza que tomamos conhecimento do falecimento de um dos verdadeiros grandes nomes, um homem cujo impacto na Copa do Mundo da Fifa é incomparável. Mário Zagallo venceu quatro Copas do Mundo Fifa, como jogador e depois como técnico; mais do que qualquer outra pessoa. Mas o seu legado não pode ser resumido em números. A influência de Zagallo no futebol, e no futebol brasileiro em particular, é suprema — disse Infantino.

Infantino também elogiou o estilo de jogo da seleção brasileira de 1970, comandadada por Zagallo, e o chamou de “gênio tático”. O presidente da Fifa reforçou que o Velho Lobo será sempre lembrado com o o padrinho do futebol brasileiro. Zagallo também fez parte da comissão técnica de Carlos Alberto Parreira em 1994 e participou dos Mundiais de 1958 e 1962 como jogador.

— Em tempos de necessidade, o Brasil olhou para ‘O Professor’ como uma presença calma, um guia e um gênio tático. Ele será lembrado como o padrinho do futebol brasileiro e sua presença fará muita falta para todos no esporte, mas principalmente aqui na Fifa. A história da Copa do Mundo Fifa não pode ser contada sem Mário Zagallo. Desejo enviar minhas mais sinceras condolências ao Brasil, à Confederação Brasileira de Futebol e à sua família e amigos — completou o dirigente.

O atacante Vinícius Júnior, do Real Madrid e da seleção brasileira, usou as redes sociais para se manifestar sobre a morte de Zagallo. “Obrigado por tanto, LENDA”, escreve o jogador em sua conta no X, antigo Twitter.

Outro jogador que costuma figurar nas convocações da seleção brasileira e esteve presente na lista da Copa do Mundo do Catar, Richarlison também lamentou a partida do ex-técnico. O centroavante, que não viu Zagallo jogar, destacou o legado do Velho Lobo no Brasil.

“Infelizmente não te vi jogar e nem treinar, mas, depois que vestimos a camisa da Seleção pela primeira vez, é inevitável conhecer o seu legado e o amor que sempre teve pelo Brasil e pelo futebol. As duas Copas que ganhou como jogador; o maior time da história em 70; o “vocês vão ter que me engolir”, quando alguns te davam como acabado, mas venceu a Copa América e ainda seria vice-campeão mundial mais uma vez. Que bom que hoje temos acesso às imagens e à sua história pra te reverenciar como merece. Obrigado por tudo! Descanse em paz, Velo Lobo!”, escreveu o jogador do Tottenham.

“Obrigado por tudo mestre. Descanse em paz”, escreveu Ronaldinho Gaúcho em seu perfil no Instagram. Ronaldinho e Zagallo venceram a Copa das Confederações de 2005, quando o Velho Lobo atuava como Coordenador Técnico da Selação Brasileira.

Bebeto, campeão do mundo com Zagallo em 1994, disse nas redes que “perdeu um pai que o futebol me deu”. “Eu não tenho palavras suficientes para agradecer por tudo que ele fez na minha vida, seus ensinamentos dentro e fora de campo foram fundamentais para eu me tornar o homem que sou hoje. E que sorte a minha, ter tido justamente a oportunidade de usar a camisa “7” como ele e ser campeão mundial em 1994 ao seu lado, essas coisas meu velho eu vou levar pro resto da vida!!”

“Que dia triste para o futebol. Perdemos a nossa maior referência nesse esporte que amamos tanto. Orgulho imenso de ter tido o privilégio de trabalhar com o Prof. Zagallo. Entre os tantos aprendizados e ensinamentos, a maior lição: acreditar que SEMPRE é possivel. Descansa em paz professor, a missão foi cumprida”, escreveu Taffarel em seu perfil no Instagram.

Ex-técnico da Seleção e atualmente no Flamengo, Tite também se manifestou sobre a partida do colega, em um vídeo divulgado nas redes sociais do clube carioca:

— O momento é de tristeza e pesar pelo falecimento de Zagallo. Agora, ele é também do grande exemplo que fica, do grande exemplo como pessoa, como caráter, como conduta, como família, do extraordinário e inspirador técnico ao longo de toda a sua trajetória. O grande atleta que foi associado ao multicampeão. Fica assim na história, fica assim no nosso reconhecimento, fica assim na nossa eterna saudade. Fica no nosso carinho aos familiares e ao grande exemplo Zagallo.

” NOSSO HERÓI se foi… A personificação perfeita das cores verde e amarela na pele..!! MUITO OBRIGADA, por vc HONRAR nosso povo, nosso país, o futebol brasileiro, e principalmente, aos amantes da bola e da nossa Seleção…!! Ou melhor, a SUA SELEÇÃO..!!! SAUDADES..!!!! #ZAGALLOÉDOBRASIL”, postou Marta, que assim como Zagallo é de Alagoas, nas redes sociais.

— Com a morte de Mario Zagallo, o futebol perdeu um dos seus mais ilustres embaixadores e o futebol brasileiro um dos seus maiores monumentos. Eu tinha-o na mais alta consideração. Aliás, senti-me extremamente lisonjeado por me juntar a ele e a Franz Beckenbauer na mesa dos que tiveram o privilégio de ganhar o Campeonato do Mundo como jogador e depois como treinador — disse o francês Didier Deschamps, que conquistou a copa como jogador 1998 e depois em 2018, já como técnico.

Segundo o ge, ele estava internado desde o dia 26 de dezembro e acabou não resistindo à “progressão de múltiplas comorbidades previamente existentes”. Viúvo desde 2012 de Alcina de Castro, Zagallo deixa quatro filhos: Maria Emilia de Castro Zagallo, Paulo Jorge de Castro Zagallo, Mário César Zagallo, Maria Cristina de Castro Zagallo.

Presente no Maracanazzo
Ainda menino, o alagoano criado na Tijuca e jogador das categorias de base do América, jogou no terreno onde seria construído o então maior estádio do mundo para a Copa da 1950. Já com o Maracanã de pé, viu das arquibancadas, onde fazia a segurança como militar da Polícia do Exército, a traumática vitória do Uruguai sobre o Brasil na final. Era uma daquelas 200 mil pessoas testemunhas do Maracanazzo.

Não demorou muito para o estádio fazer parte constante da sua vida. Assim como a seleção brasileira. A “Formiguinha”, como era conhecido, teve participação ativa no meio-campo de Flamengo e Botafogo e da seleção bicampeã do mundo em 1958 e 1962. Já o “Velho Lobo”, comandou títulos inesquecíveis tanto dos clubes quanto do Brasil.

Zagallo nas Copas: único tetracampeão do mundo
Zagallo se retirou dos gramados e continuou fazendo história à beira do campo. Comandou a seleção em 1970, no tricampeonato mundial, e, 24 anos depois, como coordenador técnico auxiliou Carlos Alberto Parreira na campanha do tetra. Ali, se tornou o único tetracampeão do mundo: dois títulos como jogador (1958 e 1962) e dois títulos na comissão técnica.

Dois anos após o tetra, Zagallo comandou a seleção nos Jogos Olímpicos de Atlanta, em 1996. Recheada de craques, como Ronaldo Fenômeno, Bebeto, Roberto Carlos, Rivaldo e Dida, a equipe viu o sonho do ouro olímpico ruir nas semifinais diante da Nigéria. O Brasil vencia por 3 a 1 a 20 minutos do fim do jogo, mas permitiu o empate. Na prorrogação, Kanu fez o golden gol. O time conquistou o bronze ao golear Portugal.

Despedida de Zagallo das Copas do Mundo
Viveu o drama da derrota para a França, na final de 1998, após ser criticado por não levar Romário ao Mundial, e se despediu da seleção em 2006, novamente, pelas mãos dos franceses, nas quartas de final, reeditando a parceria de 1994 com Parreira. Ao todo, foram cinco finais em sete Copas do Mundo disputadas, e o reconhecimento da Fifa, que lhe concedeu a Ordem de Mérito, em 1992, a mais alta honraria da entidade.

Zagallo encerrou a carreira com os seguintes números pela seleção brasileira: 135 jogos (99 vitórias, 26 empates e 10 derrotas), como técnico. À frente da seleção olímpica, foram 19 partidas (14 vitórias, três empates e duas derrotas). Como coordenador técnico, Zagallo foram em 72 jogos (39 vitórias, 25 empates e oito derrotas).

DIRETO DO PLANTÃO ESPORTIVO

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