Uma pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Defesa do Consumidor, a Proteste, avaliou algumas marcas de queijo ralado, coalho, gorgonzola e processado. A conclusão é que nem todas se enquadram nos padrões estabelecidos pela legislação do país.
Segundo as análises laboratoriais, foi encontrada quantidade da bactéria Escheria coli acima dos limites máximos permitidos nos lotes de duas marcas de queijo coalho: Porto Alegre e SertaNorte.
A bactéria é encontrada frequentemente no intestino humano. Porém, quando consumida em altas concentrações em alimentos contaminados pode causar dores abdominais e diarreias, segundo a especialista da Proteste, Mylla Moura, em entrevista ao Globo.
A Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (Proteste) analisou marcas de queijo coalho, gorgonzola, ralado e processado, e descobriu irregularidades em alguns produtos. Entenda quais foram e os riscos de ingerir queijo contaminado para a saúde:
Análise da Proteste
Ao todo, o órgão testou 49 produtos, sendo:
- 18 marcas de queijo coalho;
- 9 de gorgonzola;
- 6 de queijo processado;
- 6 de queijo ralado.
Como mencionamos, os pesquisadores descobriram a presença da bactéria Escheria coli acima dos limites máximos estipulados pela legislação brasileira em dois lotes de duas fabricantes de queijo coalho: Porto Alegre e SertaNorte.
Além disso, a Proteste também verificou que houve discrepâncias com relação ao teor de sódio nos quatro tipos de queijo estudados. Atualmente, a lei brasileira prevê que a quantidade de sódio presente no produto não ultrapasse 20% do valor declarado no rótulo.
No entanto, algumas marcas concentravam bem mais que isso: o queijo coalho Três Marias tinha 159% a mais de sódio do que informava; o ralado Gran Romano, 76,6%; o gorgonzola Cruzilia, 94%; e o processado São Vicente, 36,3%.
Gorduras saturadas
A pesquisa também analisou a quantidade de gorduras saturadas encontradas nos queijos. A Organização Mundial da Saúde (OMS) aconselha o consumo de 22g por dia desse tipo de gordura. Resultado: 100g de queijo coalho da marca Cruzilla (o equivalente a um espeto e meio) contém 20,3g; um pacote grande (100g) dos queijos ralados Crioulo e Nata de Minas, 27g; 100g do queijo processado Tirolez, 16,3 g (o que representa pouco mais de três colheres de sopa de fondue); e 100g do gorgonzola Regina, 21g.
“Com os resultados, o consumidor deve equilibrar os queijos na dieta. As características inerentes ao produto já apresentam altas quantidades de gordura saturada e sódio em suas composições, e é importante avaliar essa variação entre os tipos de queijo”, acrescentou Mylla.
Queijo contaminado: quais os riscos?
O micro-organismo Escheria coli já é encontrado naturalmente no intestino humano, mas quando consumido em grandes quantidades, pode causar a chamada infecção intestinal. A presença excessiva da bactéria nos alimentos pode ser ocasionada por falta de higiene ou problemas no armazenamento dos mesmos.
A infecção intestinal por Escheria coli provoca sintomas como náuseas, diarreia ou constipação, vômito, febre e até gastrite. Além disso, a bactéria pode provocar outros tipos de infecção, como as do trato urinário, em feridas, como pneumonia e até meningite em recém-nascidos.
O tratamento é geralmente feito com o uso de antibióticos e ingestão abundante de líquidos. Poucos casos evoluem para complicações que necessitam de outras intervenções, como internação, hemodiálise e drenagem de pus.
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