Discussão sobre Zambelli no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados não está relacionada à operação da Polícia Federal (PF) que mirou a parlamentar nesta quarta-feira (2)

O deputado João Leão (PP-BA) aceitou a denúncia do Partido Socialista Brasileiro (PSB) contra a colega Carla Zambelli (PL-SP) no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados nesta quarta-feira (2). Ele é relator do processo movido pelo deputado Duarte Júnior (PSB-MA), que acusa Zambelli de quebra de decoro parlamentar por xingá-lo durante sessão com o ministro da Justiça Flávio Dino (PSB) em 11 de abril.

O relatório de Leão ainda será colocado para votação dos parlamentares que integram o Conselho de Ética. Entretanto, a análise do parecer acabou adiada para a próxima reunião do grupo, ainda não marcada, atendendo à solicitação do deputado Domingos Sávio (PL-MG) que ingressou com um pedido de vistas — mais tempo para analisar o conteúdo do relatório. O PSB quer a cassação do mandato de Carla Zambelli pelo ocorrido com o deputado Duarte Júnior.

A admissibilidade da denúncia e o voto pela abertura do processo contra a deputada ocorre horas após uma operação da Polícia Federal (PF). Agentes cumpriram mandados de busca e apreensão em endereços ligados a Zambelli em São Paulo. Também nesta quarta-feira, a PF prendeu o hacker Walter Delgatti Neto — o “hacker da Lava Jato” — que teria se reunido em diversas ocasiões com a deputada do PL e até recebido pagamentos dela.

Carla Zambelli se defende das acusações

Zambelli depôs ao Conselho de Ética e respondeu às perguntas do relator João Leão no início da tarde. Ela negou ter atacado o colega deputado e garantiu que houve um erro de interpretação. “Eu não mandei que ele fosse para ‘aquele lugar’. O que aconteceu é que eles [deputados] estavam em três pessoas na sessão e me chamaram de ‘espanhola’ e ‘pistoleira'”, declarou. Ela se referia ao episódio em que Joice Hasselmann a acusou de ter trabalhado como prostituta na Espanha e à circunstância em que sacou uma arma para um homem e o perseguiu em São Paulo às vésperas do segundo turno das eleições presidenciais.

“Por último, quando interpelei o ministro Flávio Dino, esse senhor [Duarte Júnior] que até esqueço o nome, disse: ‘a senhora não está em São Paulo para sair dando tiros’. Sou uma pessoa normal, mas, naquele dia, eu disse: ‘agora só falta ele me mandar tomar no c*’. Tenho testemunhas”, afirmou, garantindo que não xingou o parlamentar.

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