Responsáveis devem manter serenidade e confiança nos órgãos e segurança; especialistas defendem monitoramento das redes sociais dos filhos

As ocorrências não param. Um estudante, de 15 anos, levou uma faca para uma escola estadual na Vila Elmaz, em Rio Preto, e foi flagrado por câmeras de monitoramento, na tarde da última segunda-feira, 10.

A diretora já teria sido alertada pelos alunos e durante acompanhamento das câmeras de monitoramento das salas, observou quando o adolescente abriu a mochila e tirou de dentro uma faca de tipo punhal e mostrou para os colegas. Imediatamente a diretora solicitou a presença do menor à sua sala.

Questionado, o acusado, que está nessa escola há poucos meses, disse que não tinha um motivo especial para ter levado a faca e que só queria mostrá-la aos amigos. O pai do infrator e a Polícia Militar foram chamados. No Plantão, o punhal foi apreendido.

Um boletim de ocorrência de porte de arma foi registrado e o aluno liberado para o pai após assinatura do Termo de Compromisso e Responsabilidade do ECA.

Adolescente é flagrado com faca dentro de mochila em escola de SC

Um pouco mais distante, na tarde desta terça-feira (11), por volta das 15h, um adolescente foi flagrado em posse de uma faca na Escola de Educação Básica Antônio Milanez Netto, no bairro São Defende, em Criciúma, no Sul catarinense.

Segundo informações, o jovem teria falado para alguns colegas que estava com uma faca em sua mochila. A direção da escola foi alertada sobre a situação e se dirigiu até a sala em que o adolescente estava.

Após revistarem a mochila do estudante, a faca foi encontrada. Questionado sobre o motivo de estar com o objeto, o adolescente não se manifestou. A Polícia Militar (PM) foi acionada e compareceu ao local, confeccionando um boletim de ocorrência.

Um pouco mais perto da cidade de Marília, um adolescente também foi flagrado por levar faca para a escola no município de Fernão. Caso este acompanhado de perto pela Delegada da DDM de Garça, Renato Ono.

Poderíamos elencar aqui pelo menos mais uns 10 (dez) casos semelhantes, com o mesmo modus operandi e foram impedidos de cometer novas barbáries em escolas.

Quando nos reportamos a este assunto é justamente para mostrar o cenário preocupante em que estamos vivendo no momento. Não se trata de oportunismo ou sensacionalismo, mas até como um serviço de utilidade pública, pois esta é a função do bom jornalismo.

É importante destacar esse fato, pois o que mais temos são “paus mandados” que vivem a custo do dinheiro público tentando desmoralizar o único veículo de imprensa que não se dobra para grupos políticos e consegue levar aos seus leitores um jornalismo sério, imparcial, independente e sem manipulação, sem a necessidade de ser apelativo.

Um dos mais novos portais de notícias da cidade que somente nos meses de fevereiro e março, conseguiu mais de 206 mil e 242 mil acessos respectivamente, mostrando a sua surpreendente penetração em todas as camadas sociais de Marília e região, sem necessitar de explorar momentos tristes de nossa história para conseguir links. Em matérias deste gênero, buscamos, sim, conscientizar e fazer campanhas, pois entendemos que este deve ser o papel da imprensa.

O momento é tenso para alunos, professores, funcionários e principalmente para o pais. Para resumir, um ataque com quatro crianças mortas, em uma escola de Blumenau (SC), uma tentativa de ataque com três pessoas feridas em um colégio de Manaus (AM) e dezenas de ameaças falsas, tudo isso em menos de uma semana. Como conversar com os filhos sobre os últimos casos de violência no ambiente escolar?

O conselho dado pelas duas especialistas é “serenidade”. Para Fernanda Sobreira, psicopedagoga e presidente da Associação Pró Educação Infantil MG (Apei), os casos de violência nas escolas são “horrorosos”, mas devem ser vistos como “exceções dramáticas”e não como casos recorrentes.

“Não devemos fazer disso uma obsessão nem criar pânico prejudicial. Os pais precisam se tranquilizar e tranquilizar os filhos, combater a proliferação de notícias falsas e confiar nos órgãos responsáveis que já estão agindo. Não podemos dar palco, dar ainda mais dimensão para esses casos.”

Confiança nas escolas

A confiança nas escolas também é defendida por Renata Gazzinelli, diretora de relacionamento e mercado do Bernoulli Sistema de Ensino. A psicopedagoga defende que os pais conversem primeiro com as autoridades escolares antes de falarem sobre o assunto com os filhos.

“Quem escolhe a escola é a família e não o contrário. Se a família escolheu determinado colégio, foi por alguns motivos, e um deles provavelmente foi segurança. Em casos de dúvida, os responsáveis devem buscar entender quais métodos de segurança que a escola adota. Assim, os pais não passam medo ou temor para os filhos, mas sim algo concreto.”

Renata defende que os responsáveis tenham um diálogo adequado com a faixa etária do filho. No caso daqueles mais velhos, é bom explicar que eles confiam nas escolas e que os casos de violência recente são fatalidades que não tornam o ambiente escolar inseguro.

O cuidado com a conversa deve ser dobrado para evitar mais traumas em jovens que já ficaram mais de dois anos isolados em casa por conta da pandemia da covid-19.

Redes sociais

Nos últimos dias, uma suposta “lista do massacre” circulou nas redes sociais. A publicação, que inclui escolas de Minas Gerais, foi excluída pelo Tik Tok e é investigado pelo Ministério Público. As duas especialistas defendem que os responsáveis monitorem a atividade dos filhos na internet de perto. Para Renata Gazzinelli, muitos pais têm uma falsa segurança em relação às redes sociais.

“A geração passada tinha a chave de casa, a atual tem a chave do mundo. Muitos pais são negligentes, acham que os filhos estão seguros no quarto e inseguro na rua. Às vezes é até o contrário, os perigos na internet são muito reais. Eu defendo que os pais administrem os perfis dos filhos e conversem sobre o tema. Eu digo que a melhor rede social é a mesa de jantar.”

Renata também pede para que os pais abram os olhos para “pequenos delitos” que os filhos podem cometer nas redes sociais. Para ela, atos aparentemente inofensivos são sinais que devem ser observados e corrigidos.

“Tem jovem que vende gabarito de prova e outras coisas que não deveriam ser vendidas. São atos antiéticos. Muitas vezes os pais se preocupam com casos de violência registrados lá longe e não percebem os filhos se corrompendo com coisas pequenas”.

Dicas para os pais

Confira algumas dicas que podem ajudar você, pai ou responsável, à conversar com seus filhos sobre os recentes casos de violência e ameaças no ambiente escolar:

  • Conversar com as escolas e entender as medidas de segurança tomadas;
  • Confiar nos órgãos responsáveis;
  • Tranquilizar os filhos sobre os casos de violência;
  • Monitorar a atividade dos jovens nas redes sociais;
  • Evitar a exposição a notícias violentas e fake news.

O JORNAL DO ÔNIBUS DE MARÍLIA, orienta a população a buscar informações em fontes confiáveis, como portais de notícias, rádio, jornais, pois não é possível ter certeza de que o conteúdo recebido pelas redes sociais está correto. “Há uma chance razoável de ser um conteúdo que esteja errado ou que tenha sido deliberadamente inventado por alguém, querendo se aproveitar, diante dessa situação”.

A rotina já não é mesma na maioria das escolas. Medidas de segurança, horários diferenciados e procedimentos de monitoramento. A cena mais comum, é assistir sempre um abraço de mãe com filhos (as) em um ato fraternal pela vitória de mais um dia.

A orientação é de que, “diante de qualquer ameaça” no “prédio escolar ou em rede social no qual seja citada a escola e/ou alunos e seus profissionais”, é preciso registrar boletim de ocorrência, acionar a polícia militar pelo 190 e informar a diretoria de ensino, nessa ordem de prioridades.

A realidade é uma só: “As pessoas internalizam o pânico cuidando muito mais das redes sociais do que da própria vida real, e com isto acabam por não enxergar o que está acontecendo a sua volta”. Por esta razão é importante se atentar para mais alguns cuidados.

  • Antes de se preocupar com terceiros, com o que os outros estão fazendo e de espalharem o pânico, cuidem o que os seus filhos estão fazendo, até porque há idade mínima para poderem ter perfil em rede social.
  • E cuidem para o que estão levando na mochila antes de eles saírem de casa para a escola.
  • Mesmo com o álibi de levar uma arma branca para se defender, não permita que isto ocorra. Deem mais atenção e crédito às informações dos órgãos oficiais, sites fidedignos e evitem acreditar em tudo que é disseminado nas redes sociais.
  • O pessoal que é alarmista, que dissemina falsas informações, quer justamente notoriedade. Querem mais likes e seguidores. É preciso evitar isso, porque se isso continuar daqui a pouco ninguém mais vai querer levar seus filhos para a escola.
  • Deixem que a Polícia está cuidando disso. Menos rede social e mais vida real. É exatamente isso que as pessoas estão precisando.

Nesta hora, o melhor entretenimento é estar a mesa com os filhos para falar sobre o momento e outros assuntos. A criança ou adolescente precisa viver mais o lado família e menos as redes sociais com jogos, desafios e incentivos que acabam fomentando estas barbáries país afora.

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