Seria cômico se não fosse trágico a visita do Governador João Dória em nossa cidade de Marília com clima de festa em noite do óscar com tapete vermelho que foram ( por incrível que pareça ) estendidos simultaneamente por situação e oposição. Desde o dia anterior, faixas já eram colocadas em locais estratégicos para recepciona-lo em total demonstração de apoio irrestrito a um governo que está acabando com o estado mais rico da união.

Enquanto o assunto era aglomerado urbano, o que mais se pode constatar era uma aglomeração de pessoas em torno do “galã” da tarde. Em meio a apupos e discursos inflamados o grito de guerra era um só; “- Aqui não é terra da cloroquina, aqui e a terra da vacina”, sem citar nomes, mas, em uma clara indireta bem reta ao governo federal. Embora, não tenhamos a intenção de defender ninguém nesse processo, onde todos tem a sua parcela de culpa.

O que nos causou estranheza, foi a postura dos políticos locais, sem distinção que, em momento nenhum lembraram de cobrar algum benefício para a cidade além das sobras que foram distribuídas gentilmente pelo nobre governante. Em uma rápida pincelada lembramos de algumas pendências e necessidades de nossa cidade que poderiam constar no discurso de um de nossos políticos, afinal, um deputado estadual é líder do governo na assembleia legislativa e o outro é o prefeito reeleito da cidade, ou seja, todos de um mesmo time, queira ou não queira. Vamos a lista;

  • Implantação da AME +
  • Retorno do comando da Policia Militar para o 9ºBPMi
  • Heliporto para pouso e decolagem do helicóptero Águia da Policia Militar
  • Isenção de tarifa de pedágio para trabalhadores que atuam na chamada região considerada aglomerado urbano e que se deslocam diariamente para cidades vizinhas
  • Encampação da FAMEMA de fato por uma das faculdades do estado
  • Instalação do BAEP

Confira e faça o comparativo dos recursos distribuídos para as cidades da região

A pequenez representativa da cidade pôde ser notada logo nos anúncios da Secretaria da Habitação que contemplaram os municípios de Garça, Ourinhos, Herculândia, Pompeia, Queiroz, Quintana, Canitar, Campos Novos Paulista, Florínia, Gália e Marília.

O governador João Doria autorizou um aporte de recursos da modalidade Nossa Casa, que na realidade é um apoio para fomentar a construção de moradias. Veja um resumo dos recursos obtidos por cada município;

  • CIDADE DE GARÇA : foi oficializada a entrega de 124 casas no município no Conjunto Habitacional Vereador João Serapião. O investimento da CDHU foi de R$ 12,6 milhões. Acrescenta-se um aporte de R$ 3,6 milhões para 359 casas do Residencial Três Marias
  • CIDADE DE GÁLIA : Foi anunciado o sorteio de 207 casas do empreendimento Gália I para o dia 2 de julho. O investimento do Governo de São Paulo é de R$ 15,1 milhões.
  • CIDADE DE FLORÍNEA : foi descerrada a placa de entrega de 61 casas do Conjunto Habitacional Jardim São José, com investimento de R$ 5,4 milhões.
  • CANITAR : O Governador assinou, por meio do Programa Nossa Casa – CDHU, ordem de serviço do empreendimento Canitar C, com 121 unidades. O valor é de R$ 2,7 milhões destinados à urbanização dos lotes do conjunto.
  • CIDADE DE OURINHOS : Liberada a quantia de R$ 2,4 milhões para as 245 unidades do conjunto Vida Nova Ourinhos.
  • CIDADE DE MARÍLIA : Liberada com muita festa um cheque de R$ 2,4 milhões para a construção de 240 moradias do empreendimento denominado Maia.
  • DEMAIS CIDADES :
    Herculândia, aconteceu oficialmente a assinatura de ordem de início de serviço para o empreendimento Herculândia D, com 52 unidades. O valor é de R$ 2 milhões, destinado à urbanização dos lotes E para a cidade de Campos Novos Paulista, a liberação foi de R$ 1,5 milhão para urbanização dos lotes de 43 moradias do habitacional Campos Novos Paulista C.

Como se vê, mais uma vez a cidade de Marília ficando na rabeira da política de investimentos do estado de São Paulo. Resta aguardar agora a inauguração das praças de pedágios, o único presente real concedido para a capital nacional do alimento, que, por enquanto ainda é referência para 25 cidades da região.

O prêmio de consolação como aglomerado urbano.

A proposta para criação do Aglomerado Urbano simboliza segundo o discurso do governador, é a valorização do interior, e estabelecer um novo patamar para a região. Esse é um processo de descentralização, colocando o governo mais próximo da população por meio de um Conselho, além de investimentos por meio do Fundo de Desenvolvimento, onde tanto o Estado quanto os municípios colocam recursos para investimentos e solução de problemas da região.

Para os antigos da política, algo semelhante já ocorria em nossa região com a AMCOP, assim como também com outra associação existente em Ourinhos e também na cidade de São José do Rio Preto, onde os prefeitos se reuniam para debater temas de comum interesse e popularmente falando, “partiam para a briga contra o governador. Infelizmente esta entidade foi assassinada politicamente por “grandes interesses”.

Voltando ao assunto, o grande questionamento do JORNAL DO ÔNIBUS de MARÍLIA é como a classe politica de Marília aceitou passivamente a classificação da cidade como aglomerado urbano (AU) em uma região com mais de 1 milhão de habitantes sendo que nesta mesma divisão de AU, a cidade de Araçatuba, que é composta por uma população de cerca de 500 mil habitantes, distribuída em 20 municípios e com um Produto Interno Bruto (PIB) de R$ 15 bilhões obteve a mesma classificação. Cadê a força politica daqueles que comandam a cidade ???

As 20 cidades que devem compor a AU de Araçatuba são as seguintes:
Araçatuba, Bento de Abreu, Bilac, Birigui, Braúna, Brejo Alegre, Buritama, Clementina, Coroados, Gabriel Monteiro, Glicério, Guararapes, Lourdes, Nova Lusitânia, Piacatu, Rubiácea, Santo Antônio do Aracanguá, Santópolis do Aguapeí, Turiúba e Valparaíso. Sem menosprezar e apenas fazendo um comparativo, qual delas tem o potencial de uma Garça, uma Pompéia, Assis, Tupã ou Ourinhos que, somadas a Marília fornecem um PIB, no mínimo o dobro da mencionada região ?

Considerada a capital nacional do alimento, com ênfase na produção de biscoitos, a cidade de Marília reúne mais de 200 empresas do ramo e é a principal da região, onde sozinha consegue atingir um PIB de quase R$ 8 bilhões de reais – o 44º do Estado e o 130º do País. Mas, afinal, qual foi o critério para o Marília e o oeste paulista mais uma vez serem massacrados desta forma ??

É estranho a apresentação de um estudo apontando a criação do Aglomerado Urbano de Marília composto apenas por 15 municípios, ou seja; Álvaro de Carvalho, Alvinlândia, Campos Novos Paulista, Echaporã, Fernão, Gália, Garça, Júlio Mesquita, Lupércio, Marília, Ocauçu, Oriente, Oscar Bressane, Pompéia e Vera Cruz. Segundo o estudo Juntos, somariam 355.295 habitantes e um Produto Interno Bruto (PIB) de R$ 11,66 bilhões.

Um estudo paralelo da FECOMÉRCIO documenta a região de Marília com 54 municípios, onde a mesma é conhecida pelo setor alimentício. Indústria, comércio e prestação de serviços se destacam na região, com empresas que distribuem seus produtos para os mercados nacional e internacional. O JORNAL DO ÔNIBUS DE MARILIA, mais uma vez com exclusividade e dentro do seu objetivo de fazer um jornalismo sério, imparcial e mostrando a verdade dos fatos trás para você, aquilo que seria obrigação dos politicos locais levantarem e colocarem na mesa de discussão os dados apresentados por uma secretaria de estado e que foram simplesmente rasurados para prejudicar a cidade com potencial de ser uma região metropolitana a exemplo de Piracicaba. Confira;

As cidades que fazem parte da Região de Marília, segundo critério adotado pela Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo (Sefaz/SP) que subdivide o Estado em 16 regiões, abrangendo em todos os 645 municípios paulistas definiu a região de Marília com 54 municípios : Álvaro de Carvalho, Alvinlândia, Arco-Íris, Assis, Bastos, Bernardino de Campos, Borá, Campos Novos Paulista, Cândido Mota, Canitar, Chavantes, Cruzália, Echaporã, Espírito Santo do Turvo, Fartura, Fernão, Florínea, Gália, Garça, Herculândia, Iacri, Ibirarema, Ipaussu, Júlio Mesquita, Lupércio, Lutécia, Manduri, Maracaí, Marília, Ocauçu, Óleo, Oriente, Oscar Bressane, Ourinhos, Palmital, Paraguaçu Paulista, Pedrinhas Paulista, Piraju, Platina, Pompeia, Quatá, Queiroz, Quintana, Ribeirão do Sul, Salto Grande, Santa Cruz do Rio Pardo, São Pedro do Turvo, Sarutaiá, Taguaí, Tarumã, Tejupá, Timburi, Tupã e Vera Cruz. Fonte: FecomercioSP, IBGE e Secretaria de Planejamento e Gestão do Estado de São Paulo

Apenas como outro comparativo interessante, levantamos a cidade de Piracicaba que foi considerada região metropolitana recentemente, embora o site da prefeitura de Marília informe que a mesma foi classificada como Aglomerado urbano.

No próprio site do governo do estado, consta a informação de que; João Doria assinou o Projeto de Lei que foi enviado para a Assembleia Legislativa para criar a Região Metropolitana de Piracicaba.

“Hoje o grande fato é o anúncio da Região Metropolitana de Piracicaba. Isso significa uma conquista depois de três décadas. Trinta anos de debate. E agora, em um ano, nós definimos a sua criação”, declarou o Governador. “Isso estabelece um novo planejamento urbano, rural e de integração das cidades que farão parte da nova Região Metropolitana”, acrescentou Doria.

Integram a RM de Piracicaba 25 municípios, a saber; Águas de São Pedro, Analândia, Araras, Capivari, Charqueada, Conchal, Cordeirópolis, Corumbataí, Elias Fausto, Ipeúna, Iracemápolis, Laranjal Paulista, Leme, Limeira, Mombuca, Piracicaba, Pirassununga, Rafard, Rio Claro, Rio das Pedras, Saltinho, Santa Cruz da Conceição, Santa Gertrudes, Santa Maria da Serra e São Pedro. Juntos, estes municípios somam mais de 1,5 milhão de habitantes.

Como já citamos na matéria anterior, se fosse um campeonato, poderíamos com tranquilidade dizer que Marília foi classificada na série “C” e, não estranhem, pois, a cidade de Bauru, também receberá o título de aglomerado urbano, mesmo contendo em sua região potências como Agudos, Botucatu, Lins, Jaú, Lençóis Paulista, etc…

No embalo politico do aglomerado urbano, serão contempladas as cidades de Lins, Botucatu, Ourinhos, Presidente Prudente e segue a fila. Com a palavra, diante deste dados, os nobres vereadores que poderiam além de discutir projetos para colocar nomes em ruas, pautar uma discussão sobre esse tema de relevante importância para a nossa cidade. Os demais políticos não podemos nem perder o tempo em citar, pois, estão comprometidos até o pescoço com seus compromissos políticos. E o povo ??? oras, é um mero detalhe que será lembrado à partir de junho de 2022. Quer apostar ???

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