O advogado Marcelo Bessa se retirou de processos em que defendia o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Agora, as ações estarão sob a defesa da advogada Luciana Lauria Lopes em vários processos que tramitam no STF (Supremo Tribunal Federal). Bessa é advogado do PL e também atua na defesa do presidente do partido, Valdemar Costa Neto.

Entre os processos em que Luciana vai defender Bolsonaro no STF estão o inquérito das milícias digitais, o que investiga o vazamento de dados sigilosos de uma investigação da PF envolvendo o sistema de votação eletrônico e ações envolvendo a atuação do ex-presidente durante a pandemia de Covid-19.

O movimento ocorre após o ministro Alexandre de Moraes proibir o contato entre advogados de suspeitos de golpe de Estado. Moraes justificou a medida cautelar alegando a necessidade de impedir a troca de informações entre os suspeitos. A investigação da PF tem como foco o ex-presidente Jair Bolsonaro e seus aliados, especialmente da cúpula militar, suspeitos de conspiração.

Na semana passada, a OAB (Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil) apresentou um pedido para reverter a proibição estabelecida pelo ministro Alexandre de Moraes.

Em sua petição, o órgão enfatizou a importância das prerrogativas dos advogados e classificou o veto de Moraes como um possível abuso. O presidente do Conselho Federal da OAB, José Alberto Simonetti, destacou a necessidade de garantir que os advogados possam interagir livremente e não sejam confundidos com seus clientes.

A instituição reiterou sua confiança no sistema eleitoral brasileiro, frequentemente criticado por Bolsonaro e seus apoiadores. Simonetti ressaltou que a OAB nunca foi abordada pelo ex-presidente ou por seus interlocutores para apoiar críticas infundadas contra o sistema eleitoral, deixando claro que a instituição não daria respaldo a tal solicitação.

Ala do PL vê possibilidade de prisão de Bolsonaro nos próximos dias

Integrantes do partido falam em ‘perseguição política’ e temem que partido seja prejudicado.

As bancadas Partido Liberal (PL) na Câmara e no Senado são unânimes em dizer que o partido é alvo de “perseguição política” sobre as recentes operações Polícia Federal contra integrantes da sigla, especialmente contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Na avaliação dos integrantes da legenda, as últimas ações abrem caminho para uma prisão de Bolsonaro, considerando uma medida mais enérgica pode se dar nos próximos meses ou, a depender dos eventos seguintes, já nos próximos dias, semanas.

Além disso, os chamados ‘bolsonaristas’ temem prejuízo sem precedentes para o PL nas eleições municipais de outubro, a considerar o fato de que o cacique, Valdemar Costa Neto, está proibido de estabelecer contato com Bolsonaro.

Neste ano, a sigla do ex-presidente da República tem a meta ambiciosa de eleger ao menos 1.500 prefeitos em todo o país. Até o fim de 2023, por exemplo, o PL contava com 371 prefeituras.

Em março, como já estava no roteiro do partido, iniciaria a caravana de Bolsonaro pelo Brasil, com o objetivo de visitar todos os estados brasileiros. As andanças incluem cidades inteiras de alguns redutos chaves, como São Paulo, onde a direita conta com expressividade em locais como o interior paulista.

No entanto, com as ações aplicadas por Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), uma interrogação foi colocada nas agendas futuras do PL, considerando que qualquer movimentação política pode ser enquadrada, segundo a cúpula, como medida ilegal e, com isso, resultando em eventuais investidas judiciais.

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