De acordo com denúncia formulada por moradores da cidade de Queiroz, distante de Marília, cerca de 72 quilômetros, um dos rios mais conhecidos da região estaria sofrendo uma gravíssima agressão ambiental com a misteriosa mortandade de peixes que segundo especialistas poderá comprometer a sobrevida de alevinos para as próximas décadas.

Há cerca de uma semana, pescadores e moradores de referido município suspenderam as pescarias e começaram a registrar a mortandade no Rio que desemboca no Rio Feio.

Após os primeiros registros, vários relatos entre os dias 27 e ontem (29) davam conta de pontos ao longo do rio em que os peixes apresentavam dificuldade para respirar e outros locais com peixes mortos boiando na superfície. CONFIRA O VÍDEO NA CABEÇA DESTA MATÉRIA.

De acordo com um boletim de ocorrência lavrado no final da tarde de ontem na delegacia do município de Queiroz pelo Drº Pena Castro, advogado responsável pelo caso, todas as medidas judicias estão sendo tomadas e o Ministério Público do Meio Ambiente foi acionado para que providências sejam tomadas.

Um laudo técnico será necessário para avaliar as características da água e os espécimes de peixes mortos. A suspeita é que produtos contaminantes contidos em uma espécie de linhaça tenham sido lançados no curso d’água pela usina Clealco que fica nas proximidades.

Se todos os peixes morrerem abruptamente ou em um curto período de tempo (24 horas ou menos), provavelmente a mortandade foi causada por um evento repentino que tornou o ambiente impróprio para os peixes. Se a mortandade começou lentamente e aumentou abruptamente nos 5 a 7 dias seguintes, a causa mais provável pode ser uma depleção de oxigênio que se desenvolveu lentamente ou um agente infeccioso altamente virulento.

A correnteza carreia rapidamente todo tipo de detrito e rejeito para os corpos d’água, além de liberarem matéria orgânica presa no estuário. Esse material sobe e provoca a morte de peixes por falta de oxigênio.

A grande quantidade de rejeitos deslocados para o leito do rio alterou os parâmetros de qualidade da água, como temperatura, pH, oxigênio dissolvido, turbidez, salinidade e matéria particulada em suspensão.

Diversos vídeos circulam nas redes sociais onde Piaparas aparentando ter até três quilos, curimbas, e dourados que são sujeitos a multa para pescadores, caso sejam pegos fora das medidas são alguns exemplos que estariam sendo encontrados ao longo do rio. A situação provocou reações de revolta entre moradores da pequena cidade e sitiantes das imediações que entraram em contato com o JORNAL DO ÔNIBUS DE MARÍLIA.

O primeiro passo para minimizar os impactos deste tipo de situação continua sendo a coleta e o tratamento dos esgotos domésticos e industriais, mas até a publicação desta matéria nada teria sido realizado.

Segundo informações colhidas pela nossa reportagem, técnicos da Cetesb estiveram no local e realizaram vistorias na área, na busca de vestígios ou eventuais lançamentos irregulares de efluentes. 

Amostras de água teriam sido coletadas em diferentes pontos, para verificar a presença de poluentes que possam estar associados à mortandade. O JORNAL DO ÔNIBUS DE MARÍLIA ACOMPANHA O CASO.

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