A Prefeitura de Lins, através da Secretaria de Cultura e Turismo, e em apoio ao Movimento Negro Unificado e Unegro, está realizando a Semana da Mulher Negra e em parceria com a OAB de Lins realizou na noite de ontem (25), cerimônia em homenagem ao dia da Mulher negra.

O Dia da Mulher Negra, Latino-Americana e Caribenha é celebrado em referência à heroína Tereza de Benguela, líder do Quilombo Quariterê, situado na atual fronteira do Mato Grosso com a Bolívia, no século XVIII. Tereza resistiu à escravidão por duas décadas, motivo pelo qual ela se tornou um símbolo da luta das mulheres negras pela igualdade racial e de gênero.

O evento homenageou, por meio das indicações da comunidade linense, 13 mulheres negras que se destacaram na cidade e que estavam dentro das seguintes características:

  • Uma mulher negra PCD;
  • Uma mulher negra líder comunitária;
  • Uma mulher negra de religião de Matriz Africana/ Afro Brasileira;
  • Uma mulher negra da Educação;
  • Uma mulher negra da Saúde ;
  • Uma mulher negra Universitária;
  • Uma mulher negra Afroempreendedora;
  • Uma mulher negra da Comunicação;
  • Uma mulher negra da Arte e Cultura;
  • Uma mulher negra do Comércio;
  • Uma mulher negra trans;
  • Uma mulher negra advogada;

Para se ter direito a participar da homenagem, era necessário estar atento aos seguintes requisitos: Ser linense ou ter residência fixa em Lins; (Poderia ser homenageada, mediante a confirmação presencial no evento, as linenses com residência fixa em outra cidade da região ). O evento seguiu todos os protocolos de segurança de saúde;

Desde 1992, o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha – 25 de julho –, foi decretado em um encontro na República Dominicana naquele ano. Desde então, leva milhares de mulheres negras a marcharem pelas ruas da América Latina na luta por seus direitos, por vida digna e para serem respeitadas como devem.

Os números, porém, são aterradores e na pandemia pioraram. Tanto que as mulheres negras ganham 44,4% a menos que os homens brancos nessa parte do continente americano, mesmo com mais escolaridade, revela a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal).

No setor privado, as mulheres negras dificilmente ocupam algum cargo de maior relevância. Além disso, representam apenas 10,6% da força de trabalho nas 500 maiores empresas do Brasil, por exemplo, revela a Cepal. Somente 8,2% atuam como supervisoras, 1,6% como gerentes e 0,4% como executivas.

Já nas profissões de remuneração mais baixa, a presença das mulheres negras é de absoluta maioria. São cerca de 80% das trabalhadoras domésticas no país e atualmente têm grande presença nas ruas como vendedoras ambulantes, em trabalho absolutamente precário.

O racismo se estruturou para dominar a maioria da população e as mulheres negras permanecem na base da pirâmide social, carregando sobre os seus ombros toda uma sociedade racista, machista e patriarcal.

Na escravidão trabalhavam lado a lado com os homens também escravizados e produziam tanto quanto eles. Também eram as trabalhadoras domésticas, amas de leite, e todo o trabalho a ser realizado para manter as senhoras e os senhores de escravos no ócio.

E muitos tentam negar a história de mulheres como Luiza Mahin, Tereza de Benguela (também homenageada no 25 de julho no Brasil), Mariana Crioula, Xica da Silva, Chiquinha Gonzaga, Elza Soares, Clementina de Jesus, Carolina Maria de Jesus, Ruth de Souza, Leci Brandão, Marielle Franco, entre muitas outras, e dessa juventude que vem chegando para construir o novo, como diz Rozana Barroso, presidenta da União Brasileira de Estudantes Secundaristas (Ubes), “queremos um Brasil que caiba nos nossos sonhos”. Entendendo a educação como a possibilidade de transformação de uma sociedade.

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