A banda Legião Urbana nos anos 80 lançou um hit chamado “Que País é este”, sucesso estrondoso que retratava a realidade de uma nação estuprada pelos políticos de plantão. E de repente ao ler a introdução deste texto você pergunta; O que tem uma coisa a ver com a outra?

É muito simples, precisamos compor uma paródia deste sucesso para a cidade de Marília. Que cidade é esta que abandona a própria sorte quase mil famílias que estão obrigadas a desocupar os 880 apartamentos do Conjunto Habitacional “Paulo Lúcio Nogueira”, conhecido como CDHU, na zona sul de Marília.

O prédio precisa ser desocupado após decisão judicial, que aponta precariedade na estrutura, com risco de desabamento. Pelo cronograma inicial, a remoção total dos apartamentos deve ser concluída na semana do dia 5 de agosto de 2024.

Nossa redação recebeu dezenas de reclamações de moradores relatando atraso no pagamento de auxílios prometidos pela prefeitura da cidade como ajuda de custos para a mudança. Para os moradores deixarem os imóveis condenados, a Prefeitura de Marília prometeu liberar míseros R$ 600 em auxílio-moradia e mais R$ 600 em auxílio para a mudança, totalizando R$ 1.200.

O valor é depositado em conta no nome do morador ou repassado em cheque nominal emitido pela Secretaria Municipal da Fazenda, porém é importante destacar que o aluguel médio na cidade varia de R$ 800 a R$ 1.200 reais ou mais, dependendo da região da cidade.

Segundo os moradores, o pagamento dos benefícios, deveriam ser depositados no dia 10 do mês, mas a Prefeitura alega que os pagamentos são subsequentes, 30 dias após o primeiro pagamento, de acordo com cada beneficiado.

Na versão da administração, isso pode ter ocorrido por conta de possíveis erros cadastrais, porém, desta vez, moradores que receberam a primeira parcela dos benefícios dizem que não foram contemplados na segunda parcela. Por isso questionam a hipótese de problemas no cadastro. Pessoas que não tem direito reivindicando o auxílio e erros nos dados fornecidos pelos moradores que estão sendo checados.

Em nota divulgada, a Prefeitura de Marília negou qualquer tipo de atraso no pagamento dos benefícios. A administração municipal apontou que os supostos atrasos nos pagamentos estariam relacionados à inconsistência de dados. O comunicado ressalta também que é importante lembrar que só o morador recebe o benefício, e não proprietário do imóvel. Por tanto, o auxílio vale pra quem morava no local na data da decisão de desocupação.

MAIS ESSA: Larápios invadem apartamento que ainda estão sendo desocupados, furtando fios, moveis e eletro

O pesadelo não para por aí. Além da preocupação financeira, os moradores convivem agora com os larápios que estão invadindo apartamentos e furtando que acham pela frente, desde móveis até eletrodomésticos, portas, torneiras, fios e espelhos de tomadas.

Uma dona de casa que optou por não se identificar, disse a nossa reportagem que mudou para uma residência em um dia levando boa parte das coisas, mas quando voltou no dia seguinte encontrou a porta arrombada e deu de cara com o apartamento completamente depenado.

¨Minha mãe tinha um apartamento no bloco C1. Porém por ser um prazo muito curto e questão de carreto, não conseguimos levar todos os nossos pertences de uma vez. Nós ouvimos um áudio de uma vizinha no grupo de watts app que temos e resolvemos retornar no dia seguinte. Ocorre que lá chegando constatamos a destruição. Toda a fiação foi furtada, espelhos de tomada, móveis, um box de banheiro. Dá dó por que foi uma conquista nossa, aos poucos com muita dificuldade”, lamentou.

Um apartamento do Bloco F também foi alvo de furto. Fizeram uma limpa no local. A dona do imóvel relatou no Plantão Policial, na segunda-feira (17), que esteve no local, já desocupado, mas a porta de entrada estava danificada e levaram praticamente todos os bens que estavam no apartamento.

Foram levados geladeira Brastemp, dois guarda-roupas, uma rack, panelas, sanduicheira elétrica, dois espelhos e diversos utensílios domésticos. Para dizer a verdade, o local virou uma espécie de terra sem lei e abrigo de vândalos. Além de incêndios criminosos, os imóveis vêm sendo alvos de furtos constantes de pertences e fiações elétricas, sem qualquer tipo de ação da administração municipal em defesa dos condôminos. TERRA DE NINGUÉM…..

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