Donos de bares e restaurantes e entidades que representam o setor, além de atividades do turismo e empresários da noite, criticaram as novas medidas de restrição à circulação adotadas pelo governo de São Paulo para frear o novo crescimento de casos de covid-19 no Estado. A Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) afirma que 20 mil postos de trabalho devem ser fechados com a medida. Pelo menos 50 comerciantes protestaram na porta do Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista.

As entidades argumentam que vinham cumprindo protocolos de segurança para evitar a propagação da doença – embora a média móvel (a média dos sete dias anteriores) de casos nesta semana, que chegou a 11,7 mil novos casos por dia, tenha sido a maior de toda a pandemia, iniciada em março do ano passado.

“Não contribuímos para a progressão da pandemia. Qualquer cidadão que frequenta restaurantes e bares que cumprem os protocolos, sabe disso”, disse por nota o presidente da Abrasel, Percival Maricato. Na nota, a entidade argumenta que o fechamento dos bares estimula a ocorrência de festas clandestinas, onde não há seguimento de protocolos de segurança. A Abrasel afirma que 50 mil estabelecimentos já se fecharam no Estado desde o começo da crise.

A Associação Nacional de Restaurantes (ANR) destacou ainda que 84 mil pessoas apenas do setor de bares e restaurantes já perderam seus empregos. “Ao fechar nos fins de semana e feriados, o setor aumenta ainda mais seus prejuízos, principalmente com o fim da lei federal que permitia, em 2020, a suspensão de contratos e redução de jornadas”, informa nota da associação.

A ANR disse, na mesma nota, que reconhece as ações do governo paulista para obter vacinas contra a covid-19. “Mas não é mais possível suportar tamanha insensibilidade com o setor, com a aplicação de medidas ainda mais restritivas, quando se percebe que a real razão do aumento de casos, segundo os mais renomados infectologistas do país, são as praias lotadas no verão, as aglomerações no transporte coletivo e as festas clandestinas “, informa o texto.

O presidente da Associação da Noite e Entretenimento Paulista (ANEP), Beto Lago, também destacou que os empresários do setor vinham seguindo os protocolos sanitários para evitar a propagação da doença. “Mais uma vez o governo do Estado penaliza e marginaliza o pequeno e médio empreendedor do Turismo e Entretenimento paulista, área fundamental no futuro do desenvolvimento econômico de São Paulo. O recente fechamento da Ford, aliás, evidencia a ‘desindustrialização’ cada vez maior do Estado. A fase vermelha deveria ser aplicada a todos os setores e não, de novo, penalizar o empresário sério e que segue os protocolos sanitários.”

Em Marília campanha é lançada para se evitar demissões em massa.

Em Marília foi lançada a campanha S.O.S de Bares e Restaurantes que une casas e estabelecimentos que iniciaram manifestações isoladas na última quinta feira ( 21), com pinturas nas vitrines e faixas e locais próximos.

Outras empresas adotaram a campanha no dia de ontem, sexta feira ( 22) e para hoje, sábado (23) uma carreata pacífica foi organizada pelas principais ruas da cidade. Os empresários também utilizam as redes sociais como forma de protestar para a medida que penaliza severamente o setor.

Uma reunião com pouco mais de 20 empresários foi realizada em um restaurante foi realizada para organizar o movimento. O encontro definiu a realização da carreata, uma reunião no gabinete do prefeito e campanhas de conscientização em massa nas redes sociais.

Segundo a opinião dos participantes, a falta de leitos de UTI tem sido o principal motivo para o rebaixamento da cidade para a fase vermelha do plano São Paulo. Os eventos particulares e clandestinos também foram citados, além claro, das aglomerações no transporte coletivo.

O sindicato da categoria chegou a enviar um pedido a prefeitura solicitando o aumento no numero de leitos de UTI, no entanto, não participou da reunião com os empresários. O plano São Paulo prevê a sua alteração somente no dia 8 de fevereiro, ou seja, até lá serão mais duas semanas, onde verdadeiramente muitos comerciantes estarão com a vida financeira de seus estabelecimentos colocados na UTI, com poucas chances de vida.

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