Segundo o estudo, o dependente químico afeta as atividades diárias e o psicológico dos familiares: 58% das famílias com algum usuário de drogas têm afetada a habilidade de trabalhar ou estudar, 29% das pessoas estão pessimistas quanto ao seu futuro imediato e 33% têm medo que seu parente beba ou se drogue até morrer, ou alegam já ter sofrido ameaças do familiar viciado.

A pesquisa apontou ainda que ao menos 28 milhões de pessoas no Brasil  têm algum familiar dependente químico. Os dados foram levantados entre junho de 2012 e julho de 2013. Um questionário com 115 perguntas foi respondido por 3.142 famílias de 23 capitais brasileiras. Foi a primeira avaliação em âmbito nacional focada nas famílias de dependentes.

A realidade não acontece somente nos grandes centros. Ela pode ser vista bem próximo a você, seja em Marília, Ourinhos, Lins, Assis, Bauru e na vizinha cidade de Garça, como aconteceu nesta madrugada de sábado.

Segundo o histórico da ocorrência, a Polícia Militar foi acionada a 1h10, na rua Ipê. No local, os militares fizeram contato com a vítima, uma mulher de 42 anos.

Em seu relato, a mãe apavorada e, ao mesmo tempo, emocionada, contou que mora com o filho, que é usuário de drogas e já foi internado diversas vezes. Segundo a mulher, o menor a ameaçou com uma faca e destruiu janelas e objetos da casa.

A PM, encontrou o garoto dentro da residência. Ele tinha sido trancado pela mãe e vítima dentro do imóvel. Questionado pela polícia, o jovem teria negado o ocorrido. Disse que teve crise de pânico porque ficou trancado o dia inteiro dentro de casa.

Em revista pela residência, a PM localizou um pino com cocaína com o menor e também apreendeu as facas usadas na ameaça e dano. A perícia esteve no local.

O adolescente de 17 anos foi detido por violência doméstica, ameaça e dano, sendo encaminhado até a CPJ (Central de Polícia Judiciária), onde permaneceu à disposição da Vara da Infância e Juventude.

MATÉRIA ESPECIAL: Impacto das drogas nas brigas de família: como manter a paz em casa

A relação e o envolvimento desses jovens com a violência doméstica é direta e de idêntica proporção. Essa moçada já não esconde mais seu lado sombrio de seus familiares. É dentro do lar mesmo que também são cometidos duros e cruéis ataques aos familiares. E quem não sair da frente pode ser morto. Pela droga está valendo de tudo.

O número de vítimas e familiares que comparecem ao Núcleo da Mulher da Defensoria Pública Estadual (NUDEM), todos os dias, para pleitearem o afastamento do lar ou prisão de seu familiar drogado atinge nível preocupante e intolerável, assustador mesmo. Muitos que optam pelo afastamento do lar depois regressam para pedir a prisão preventiva do parente agressor.

Não existe mais um dia sequer que o NUDEM deixe de fazer tais tipos de requerimentos drásticos e derradeiros. A ponto de categoricamente poder se afirmar que num futuro próximo nossas ruas, avenidas e praças se transformarão naqueles cenários de filmes americanos de zumbis, ávidos por carne humana, arrastando-se pelas ruas.

Deverá ser criado um sistema penitenciário próprio para os agressores domésticos desse naipe. Mas não há onde prender toda essa gente. O descumprimento das Medidas Protetivas de Urgência por esses jovens agressores é fenômeno quase que automático.

Muitos são verdadeiros artistas. Fazem de tudo para convencer os familiares que estão recuperados, que não querem mais sentir a onda ou que agora estão focados na carreira profissional. Mas a mentira é o traço marcante de muitos irrecuperáveis agressores do lar.

Quando surge a desconfiança, ou mesmo a confirmação do uso das drogas por algum familiar, os parentes mais próximos entram em um estado de completa instabilidade emocional, o que contribui para as brigas de família.

É comum e compreensível de entender. Afinal, saber que alguém tão querido desenvolveu um quadro de dependência química é algo muito difícil de enfrentar. Surgem sentimentos de culpa, tristeza, desespero, revolta. Acrescenta-se a esse quadro o lado emocional desequilibrado do dependente e temos um cenário propício para a desarmonia, o que torna o familiar ainda mais suscetível ao abuso de drogas.

Por não saberem como lidar de maneira adequada com se encontram na situação do vício, a família corre o risco de criar um abismo entre ela e o dependente químico. Certamente, essa é uma situação muito delicada. Se você está passando por esse problema, é hora de parar e refletir, buscar conhecimento e suporte adequado.

Mas não se desespere, estamos aqui para ajudá-lo a se fortalecer e manter a paz em seu lar. Por isso, neste post vamos falar sobre adotar uma postura eficiente do problema de abuso de drogas dentro da família. Boa leitura!

Assumir-se perante o problema das drogas

É necessário que a família demonstre uma postura de não concordar com o uso das substâncias tóxicas, mas assumir a responsabilidade em ajudar e apoiar o ente querido, para que ele se trate do vício.

Existem muitos casos em que o doente não percebe a condição debilitante em que ele se encontra. Assim, a responsabilidade acaba passando para os membros da família, ou seja: a família é chamada para colaborar com o período de tratamento e reabilitação.Outra situação muito comum e que deve ser evitada é a coparticipação, mesmo que inconsciente, dos familiares no agravamento do vício. Estamos falando de atitudes precipitadas, que acabam prejudicando ainda mais, ao invés de ajudar.

Conheça agora as três atitudes bem comuns, porém equivocadas, que as famílias adotam em relação ao abuso de drogas por um ente querido.

A responsabilidade da causa

Infelizmente, a vida agitada dos dias de hoje, em que inúmeros compromissos obrigam os pais a passar cada vez mais tempo longe do convívio com os filhos, gera sentimentos de culpa difíceis de lidar.

Nesse contexto, quando surge uma crise familiar envolvendo o uso de drogas, muitos pais podem entender que aquilo poderia ter sido evitado e que eles não deram a devida assistência, quando podiam. A culpa cresce ainda mais dentro deles.

Dicas de especialistas sobre o assunto

Entretanto, muitos especialistas afirmam: não é bem assim que funciona. Muitos jovens entram no mundo das drogas não pela falta ou ausência dos pais, necessariamente. O que ocorre na verdade é que, muitas vezes, os jovens acabam experimentando as drogas por curiosidade ou pela sensação de se aventurar em algo desconhecido.

A consequência desse tipo de pensamento — de achar que é o causador do vício de um filho ou outro parente próximo — é uma angústia e um sentimento de culpa cada vez maior, o que gera desequilíbrios imensos e impedem a adoção das ações corretas de apoio ao dependente químico.

Esteja certo de uma coisa: você não é o responsável pelo seu familiar ter entrado no mundo das drogas. Ninguém é perfeito, mas tenha certeza que você deu o seu melhor ao longo do relacionamento com o seu ente querido.

Ao se conscientizar disso, você ao menos tem um pouco de paz interior, pois a culpa e o pensamento de “eu poderia ter feito diferente” não mais vão perturbá-lo. Concentre-se no que você pode fazer agora, e se fortaleça internamente para poder ser um porto seguro para seu lar e sua família, principalmente para aquele que sofre com o vício.

Por outro lado, é interessante aos pais rever certas posturas que possam influenciar negativamente o comportamento dos filhos. Se o seu filho está abusando do álcool, que tal reduzir o seu próprio consumo? Isso servirá de exemplo e o ensinará que é possível ir a uma festa, não beber e ainda assim se divertir. Às vezes, a pressão do cotidiano acaba criando uma distância entre pais e filhos, o que contribui para desestruturar a família. Se este for o caso, reveja sua postura e seus hábitos, pois seu filho precisa de você presente.

O controle quanto ao uso das drogas

Muitas vezes, a família acredita que pode controlar o vício do seu ente querido, adotando punições muito duras ou sendo rígido demais ao explicar sobre as consequências drásticas do vício, ocasionando mais atritos e brigas de família.

Os membros da família precisam se conscientizar de que não é tão simples controlar o vício de um dependente químico. No entanto, dedicar tempo para incentivá-lo com carinho e buscar tratamento especializado certamente evitará conflitos desnecessários.

Para entender melhor sobre essa questão, atente para algumas atitudes fundamentais:

  • converse com o familiar quando ele estiver sóbrio;
  • destaque sua preocupação e amor;
  • fale ao ente querido que você deseja oferecer todo o apoio possível;
  • demonstre ao seu familiar que ele pode sempre contar com você;
  • expresse sentimentos positivos em vez de acusá-lo;
  • mostre firmeza e imponha limites;
  • procure ficar calmo durante a conversa, evidenciando suas preocupações e seu amor por ele.

Seguindo essas atitudes, certamente você vai contribuir para ajudar o seu ente querido e manter a tranquilidade em seu lar.

A certeza da cura

É importante que as famílias não carreguem sozinhas a responsabilidade da cura de quem é dependente. Se você não foi o responsável pelo seu ente querido ter entrado no mundo das drogas, tampouco carrega o fardo de tirá-lo de lá. Só ele poderá fazer isso.

No entanto, você pode e deve procurar ajuda em clínicas de reabilitação, consultando profissionais qualificados — psiquiatras e psicólogos — para uma avaliação e orientação mais precisa.

Procure se informar sobre os tratamentos possíveis e fale ao familiar sobre isso. Agora que você já conhece o caminho adequada para conversar com seu ente querido — descritas no tópico anterior — ajude-o a compreender que há possibilidades de tratamento e de cura.

Incentive-o a prosseguir em sua busca pela cura, não somente pelas informações recebidas, mas por meio das orientações médicas. Apoie e ofereça companhia durante as consultas e também nos demais
tratamentos adequados ao caso dele.

A importância da união familiar e do apoio ao dependente na luta para se livrar das drogas são fatores fundamentais para manter um ambiente agradável e propício para o bem-estar de todos.

Considere também a possibilidade de participar de grupos de apoio para familiares. Para melhor apoiar o seu parente no decorrer de todo o processo do vício e de um desejável tratamento, é necessário que cada membro da família se conheça e aprenda mais sobre como lidar consigo mesmo e com o dependente químico, com paz e harmonia.

Finalizando, como mostramos a você por meio desse texto, é possível amenizar e evitar as brigas de família, mesmo passando por uma situação extremamente difícil que é ter um ente querido como dependente químico.

Parabéns, você terminou mais um texto importante e esclarecedor sobre como manter a paz em sua casa, mesmo lidando com um problema tão grave e complexo como é o abuso de drogas por alguém da família. Compartilhe este texto em suas redes sociais, para que mais pessoas possam também aproveitar esse conhecimento tão valioso. Até a próxima!

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