Denúncia é resultado da Operação Sunset, deflagrada pelo Gaeco em novembro do ano passado. Na época, foram apreendidos mais de R$ 1 milhão em cheques e dinheiro, 14 veículos, além de embarcações e bloqueio de imóveis.

O Ministério Público ofereceu nesta quinta-feira (17) a terceira e última denúncia, decorrente da Operação Sunset, contra organização criminosa que promovia a lavagem de dinheiro proveniente do jogo do bicho nas regiões de Bauru e Marília (SP).

O terceiro grupo denunciado envolve cinco pessoas e exercia controle de praças do jogo do bicho em dezenas de cidades do centro-oeste paulista, especialmente em Bauru e Ibitinga (SP).

O grupo conseguia levantar quantias expressivas de dinheiro de forma ilegal e dava vazão ao dinheiro arrecadado com a jogatina ocultando a propriedade de diversos bens e valores, especialmente automóveis de luxo, imóveis, propriedades rurais.

Eles utilizavam diversas técnicas de lavagem de capitais, como a estruturação, a mescla patrimonial, a utilização de atividades rurais de fachada (produções de gado e hortifruti), a reinserção de valores na atividade rural e comercial, bem como a compra, venda e transferência de bens mediante transações fraudulentas.

Outras denúncias

O Tribunal de Justiça já recebeu a denúncia do primeiro grupo envolvido. No documento com data de 24 de maio foi estabelecido um prazo de 10 dias para as partes apresentarem defesa, porém ainda não há confirmação se essa defesa foi apresentada.

Em relação às denúncias do segundo e agora do terceiro grupo, o TJ ainda não analisou os documentos enviados pelo MP.

Operação Sunset

O alvo da operação eram organizações criminosas ligadas a famílias que têm negócios em Bauru, Marília e Ibitinga. Na época, foram cumpridos mandados de buscas em diversos endereços das cidades de Marília, Ibitinga, Borborema e Dom Aquino (MT).

Durante a operação, foram apreendidos mais de R$ 1 milhão em cheques e dinheiro, 14 veículos, além de embarcações e bloqueio de imóveis. Também foi feita a ordem de bloqueio de contas bancárias em mais de R$ 12 milhões dos envolvidos.

Segundo o Ministério Público apurou, o primeiro grupo denunciado exercia controle de praças do jogo do bicho, especialmente na cidade de Marília e região, e arrecadou quantias expressivas de dinheiro.

Para ocultar a propriedade de diversos bens e valores, como carros de luxo, imóveis e propriedade rural, o MP informou que o grupo utilizou diversas técnicas de lavagem de capitais.

Foram bloqueados bens como imóveis e veículos na operação de combate à lavagem de dinheiro na região de Bauru — Foto: Gaeco/ Divulgação

Já o segundo grupo denunciado, que também controlava praças de jogo do bicho em Marília e região, realizava a movimentação financeira com o dinheiro do jogo do bicho, ocultando a origem desses valores.

Além disso, o grupo controlava o holding patrimonial familiar proprietária de dezenas de imóveis espalhados por cidades como Marília, Pompeia e Ourinhos. Segundo o MP, a equipe fez o sequestro de dezenas de propriedades imobiliárias, como casas, apartamentos, terrenos e fazendas, além de joias e outros valores.

Foram apreendidos cheques no valor de R$ 300 mil e dinheiro durante operação do Gaeco de Bauru — Foto: Gaeco / Divulgação

Já um terceiro grupo, que foi denunciado pelo MP nesta quinta-feira (17), promove a lavagem de dinheiro proveniente do jogo do bicho na região de Bauru.

O Ministério Público conseguiu o sequestro de propriedades imobiliárias, notadamente uma fazenda no estado do Mato Grosso, além de automóveis de luxo e outros valores. O Gaeco também fez o requerimento para a alienação antecipada de sete automóveis que foram apreendidos quando do cumprimento dos mandados de busca.

Os trabalhos de investigação contaram com a cooperação da Secretaria da Fazenda dos Estados de São Paulo e Mato Grosso, bem como da Receita Federal, do Gaeco do Mato Grosso e da Polícia Militar.

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