Uma vez por ano, o grito de “sextou” ganha ainda mais sentido em meio às mensagens motivacionais que se espalham pelas redes sociais. Afinal, é na primeira sexta-feira de agosto, tal qual esta, que se comemora o “Dia Internacional da Cerveja”. Para além do lado simplório, em que muitos poderiam apenas entender como um registro pontual, o evento, que foi criado em 2007, por um grupo de amigos norte-americanos, surge como uma data para valorizar o empenho e trabalho dos cervejeiros locais. E nesse sentido Marília tem muito a comemorar, afinal, aqui já tivemos a ANTÁRCTICA e a BAVARIA, antes de praticamente serem expulsas da cidade.

Começamos falando do número histórico de cervejarias registradas no país, que alcançou 1.383. Só no ano de 2020, foram registradas 204 novas cervejarias, entretanto tivemos o cancelamento de 30 registros. O que de certa maneira ainda é positivo, deixando um crescimento de 174 cervejarias em relação a 2019, alta de 14,4%.

Porém nem todos os números tiveram acréscimo, no ano passado foram realizados 8.459 novos registros de produtos – cerveja – o que representou uma redução de 15% em relação a 2019. Desde 2008 que não ocorria redução no número de novos registros para cerveja.

Segundo o Anuário da Cerveja 2020, o estado de São Paulo foi quem comandou o número de registros, foram 2.347 novos produtos. Santa Catarina ficou em segundo lugar com 1.413 produtos e Minas Gerais teve 1.233 produtos registrados no ano passado. Com isso, o Brasil tinha até o fechamento do anuário, no total de sua história, 33.963 registros de cervejas.

Resultado por municípios 

Entre os municípios, o destaque em 2020 ficou para Ribeirão Preto (+50%) e São Paulo (+44%). O número de municípios brasileiros com cervejarias chegou a 609, com crescimento de 5% em 2020. Notou-se que houve uma ampliação no número de pequenos municípios que tiveram a instalação de pelo menos uma fábrica. Estes empreendedores perceberam as demandas locais, trazendo modelos de grandes centros urbanos, criando seu público e incentivando novos consumidores no conceito do “consuma local”.

Cerveja: 15 curiosidades que você não conhecia sobre a bebida

Já dizia a música: “Uma cerveja antes do almoço é muito bom pra ficar pensando melhor”. Se você também aprecia essa bebida, que fica ainda melhor no verão, confira, a seguir, algumas curiosidades a respeito da cervejinha nossa de cada churrasco:

  1. Independentemente do dia e do horário, 0,7% da população mundial está alcoolizada, o que significa que agora mesmo há 50 milhões de pessoas enxergando tudo dobrado;
  2. Aracnofobia é o pavor de aranhas, certo? Pois saiba, então, que o pavor de ver um copo de cerveja vazio — sim, isso existe — se chama cenosilicafobia;
  3. A ressaca mais longa do mundo durou impressionantes quatro semanas. O azarado foi um homem escocês que tomou 60 canecos de 500 ml de cerveja;
  4. A cerveja mais forte em todo o mundo tem 67,5% de álcool em sua composição;
  5. Lesmas também gostam de cerveja;
  6. Em Amsterdã existe um acordo com pessoas alcoólicas. Em troca de um dia de trabalho limpando as ruas da cidade, cada pessoa recebe cinco latas de cerveja e o equivalente a 10 euros em tabaco;
  7. Na Rússia, a cerveja só passou a ser considerada uma bebida alcoólica depois de 2013;
  8. A cerveja irlandesa Guinness é mais consumida na Nigéria do que na Irlanda;
  9. A moeda nacional na Terra dos Faraós, no Egito, era a cerveja;
  10. No geral, as cervejas escuras e amargas têm maior teor alcoólico do que as cervejas claras;
  11. No século 13, algumas pessoas norueguesas batizavam seus filhos com cerveja e não com água benta;
  12. O McDonald’s vende cerveja em seus restaurantes na França, Alemanha, Áustria, Espanha e em Amsterdã;
  13. A cerveja tem o mesmo nível de acidez da vagina, com um pH médio de 4,5;
  14. Na Bélgica, era comum que as escolas servissem cerveja de baixo teor alcoólico (1,5%) para seus alunos. O costume durou até os anos de 1980;
  15. Os primeiros canudos do mundo foram criados em 3000 a.C., pelos sumérios. O utensílio foi pensado para beber cerveja.

Água muda o gosto da cerveja?

Cidades como Agudos e Ribeirão Preto, em São Paulo, e Petrópolis e Nova Iguaçu, no Rio de Janeiro, levam a fama de terem fontes puríssimas de água, o que seria refletido na qualidade única de suas cervejas. Logo, a cerveja X, de um desses lugares, seria melhor que a mesma marca, só que feita em outro Estado. Balela de botequim.

Isso só fazia sentido até o século 19, quando cervejarias precisavam se instalar perto de boas fontes de água. Daí veio a fama de cidades como Pilsen (República Checa) ou Munique (Alemanha), por exemplo.

Porém, desde que se tornou possível alterar as características físico-químicas da água, no início do século 20, essa relação entre local e qualidade foi eliminada. “A um custo baixo, qualquer indústria consegue purificar água de sarjeta e dotá-la das características ideais para cada tipo de cerveja”, diz Maurício Beltramelli, autor de Cervejas, Brejas & Birras. Ou seja, se há alguma diferença na água, ela deixa de existir. “Isso se chama água cervejeira. Em qualquer captação, em qualquer país, ela é tratada para ficar igual”, diz Jaime Pereira Filho, cervejeiro artesanal e dono de um bar especializado em São Paulo.

Luciano Horn, mestre-cervejeiro da Ambev, dona das três marcas mais consumidas no País (Skol, Brahma e Antarctica) diz que a empresa faz questão de desmentir a lenda. “A Brahma de Agudos é famosa. Mas é igual à de outras cidades. Queremos que o consumidor encontre sempre o sabor esperado”. É igual, mas pode ser melhor.

O que realmente importa
Transporte

O chacoalhar de navios e caminhões, o local de armazenagem, mudanças bruscas de temperatura e variações de luz podem detonar a bebida. “A cerveja é tão sensível quanto um vinho (às vezes até mais)”, diz André Cancegliero, organizador do festival Beer Experience, em São Paulo.

Dica: Compre em locais especializados. Se preferir o supermercado, escolha cerveja de lata, pois a de garrafa tem mais chance de oxidar e ficar com gosto de ferrugem.

Data de fabricação
Diferente do vinho, quanto mais nova a cerveja, melhor. O problema é que, às vezes, ela vem de longe e demora para chegar. E o tempo altera as propriedades da bebida. Logo, quanto menos a cerveja viajar, melhor. Isso confirma um ditado: “A melhor cerveja do mundo é aquela que se toma olhando a chaminé da cervejaria”. Em Agudos ou em Pilsen.

Dica: Verifique a data de fabricação e preste atenção às condições de armazenamento. Luz constante e calor estragam a cerveja.

Por que cerveja puro malte é, na verdade, puro marketing?

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Entenda o que está por trás do termo adotado pela grande indústria cervejeira e sua verdadeira relação com a qualidade da bebida

“Eu só bebo cerveja puro malte!”, disse aquele entusiasta de cerveja. Você já deve ter ouvido essa frase por aí como sinônimo de qualidade da nossa bebida favorita. Mas, trago notícias: o termo “puro malte”, é, na verdade, puro marketing.

Para uma cerveja ser denominada puro malte para as leis brasileiras, de acordo com o decreto nº 6.871 de 2009, ela deve ter, na parte dos grãos de sua composição, 100% de malte de cevada como fonte de açúcares. Ou seja: não deve conter nenhum outro cereal em sua fórmula.

Por exemplo: uma Weissbier que contenha malte de cevada e malte de trigo na receita não é considerada puro malte pelas nossas leis locais. O mesmo vale para cervejas com malte de centeio, malte de aveia e qualquer outro grão maltado.

Cerveja puro malte ou puro marketing?

No entanto, a qualidade da cerveja não é consequência da presença de malte de cevada ou de qualquer outro ingrediente isolado. Em muitos estilos de cervejas das escolas belga, alemã e inglesa, por exemplo, o uso de cereais não maltados é imprescindível para trazer características determinantes de um estilo, bem como sabores, sensações e complexidade.

Uma boa Witbier, estilo que citei na coluna anterior, leva em sua composição flocos de trigo ou malte do mesmo cereal. Para dar mais corpo e suavidade a uma cerveja, é comum também adicionar aveia, ingrediente super comum nas tradicionais Stouts inglesas.

O que acontece por aqui é que a grande indústria cervejeira do Brasil usa cereais não maltados (ou xarope de maltose extraído desses grãos) como substituição de parte do malte de cevada em suas receitas. Com isso, cria cervejas mais leves, aumenta a produção e reduz custos, já que a produção de malte de cevada no país não supre o mercado interno.

A utilização desses grãos da maneira como é feita pela indústria de massa compromete o resultado final das cervejas, e isso acabou tornando mais fácil a popularização do enfadonho termo “puro malte”.

Outro agravante que compromete a qualidade das cervejas comerciais (puro malte ou não!) é a aceleração de processos como a fermentação e a maturação por meio de compostos químicos. Não é difícil ver grandes fabricantes produzindo milhões de litros de cerveja em uma semana ou menos.

Uma cerveja de excelência não é, necessariamente, puro malte. E uma cerveja puro malte pode ter um (ou muitos) aditivos químicos. Para muitas cervejas, principalmente as produzidas em grande escala, os aditivos que ajudam na conservação (aqui não falo dos aceleradores, hein!) são necessários, visto que a bebida é sensível e viaja o mundo inteiro.

Portanto, antes de bradar que uma cerveja para ser boa tem que ser puro malte, leia seu rótulo e procure saber o que você está bebendo. Lembre-se: a cerveja local tende a ser natural. Os aditivos trazem beleza, nuances, sabores e experiências à bebida. Pense nisso e dê prioridade ao que é produzido nos arredores – com qualidade, é claro. Então, um brinde ao #bebalocal e à criatividade cervejeira!

Qual é a origem do Dia Internacional da Cerveja?

O Dia Internacional da Cerveja nasceu no dia 3 de agosto de 2007, a primeira sexta-feira daquele mês. Em um bar localizado em Santa Cruz, na Califórnia, nos Estados Unidos, um grupo de amigos, em meio às goladas, resolveu intitular a data como o Dia Internacional da Cerveja. A ideia era criar uma confraternização universal dos amantes da bebida, além de valorizar os produtores.

Desde então, o evento se expandiu e rompeu fronteiras. Celebrações estão previstas em todo os Estados Unidos, bem como em Austrália, Áustria, Bélgica, Brasil, Canadá, Colômbia, Costa Rica, El Salvador, Inglaterra, França, Grécia, Honduras, Hong Kong, Hungria, Índia, Irlanda, Israel, Itália, Japão, Letônia, Líbano, Lituânia, Macedônia, Malásia , México, Nova Zelândia, Nicarágua, Noruega, Peru, Polônia, Portugal, Puerto Rico, Romênia, Cingapura, Eslováquia, Eslovênia, África do Sul, Sri Lanka, Tailândia, Filipinas, Turquia, Emirados Árabes Unidos, Uruguai, Vanuatu e Venezuela.

FINALMENTE : Quais os benefícios da bebida para a saúde ?

copo com cerveja

A bebida é uma das queridinhas o brasileiro e, apesar de todo receio da turma fitness a respeito do produto a base de cevada, para quem não sabe, ela traz diversos benefícios à saúde. 

O primeiro deles é ao intestino. De acordo com um estudo publicado na revista Journal of Agricultural and Food Chemistry, o hábito de beber cerveja aumenta o número de bactérias boas no intestino, o que pode reduzir o risco de desenvolver doenças cardíacas e diabetes tipo 2. Mas atenção, falamos aqui de um consumo moderado.  

A pesquisa incluiu também cervejas não alcoólicas, e conseguiu os mesmos resultados. Levando em consideração que não há um nível seguro para o consumo de álcool, os cientistas recomendam a cerveja sem álcool. 

Outro benefício constatado está relacionado ao cérebro, e também ao coração. Segundo estudo do Di Castelnuovo e colaboradores, publicado em 2002, o consumo moderado de cerveja pode reduzir em 21% o risco de doença coronária e em 33% o risco do AVC, conforme divulgou o site Saúde em Dia (SD). 

Entre outras vantagens, também comprovadas pela ciência, estão: fortalecimento dos ossos (publicado na revista Journal of the Science of Food and Agriculture), mantém os rins saudáveis (publicado no Clinical Journal of the American Society of Nephrology), reduz os riscos de câncer (divulgado pelo Centro de Oncologia e Hematologia Multihemo) e aumenta a imunidade (publicado na revista científica Annals of Nutrition and Metabolism).

Por outro lado, é claro que não são todas as pessoas que podem desfrutar tranquilamente de uma cervejinha. Para pessoas com alterações no colesterol ou na glicemia, a cerveja não é recomendada. A regra também vale para quem possui doenças hepáticas. 

A cerveja engorda? 

Segundo Adriana Stavro, nutricionista funcional e fitoterapeuta, ao SD, “as calorias de uma cerveja dependem de quanto de álcool é colocado, do tipo da cerveja e claro, quantidade de carboidratos”. Assim, vale destacar que quanto maior a taxa de álcool, mais calorias. 

Então, assim como alimentos ricos em carboidratos engordam, o excesso de cerveja – que tem carboidrato – também pode colaborar para o aumento de peso (infelizmente). 

Vale lembrar que todos os benefícios mencionados são válidos para pessoas que consomem cerveja de forma moderada. Sendo assim, sextou da melhor forma, com o Dia da Cerveja, mas apreciem com moderação! 

E aí, você já conhecia esses fatos a respeito da cerveja? Gostou desta matéria elaborada pelo JORNAL DO ÔNIBUS DE MARILIA ? Se ficou com vontade de beber, vá em frente, mas lembre-se: com moderação e sem combinar bebida alcoólica com direção, hein?

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