Integrantes da equipe do vice-presidente Hamilton Mourão disseram que ele só deve retornar ao Brasil no domingo

Mesmo com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) internado, não há definição se ele pedirá algum tipo de licença ou se deve seguir despachando do hospital. Caso ele se licencie do cargo para o tratamento médico, há dúvidas sobre quem poderá assumir a presidência.

Isso porque o vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) viajou nesta quarta-feira (14) para Angola, onde vai participar da cúpula da comunidade dos países de língua portuguesa. Integrantes da equipe de Mourão disseram que ele só deve retornar ao Brasil no domingo (18).

Caso Bolsonaro precise se licenciar nesse período, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), seria o próximo na linha sucessória. Mas ele enfrentaria um impasse jurídico quanto a isso, pois se tornou réu em duas ações no Supremo Tribunal Federal (STF).

Em uma delas, o presidente da Câmara é acusado de ter recebido propina de R$ 106 mil. Já a outra ação, que foi arquivada em março deste ano, Lira e outros dirigentes do Progressistas eram acusados de comandar um esquema de corrupção na Petrobras. O presidente da Câmara nega as acusações.

Se Lira for impedido de assumir a presidência da República num eventual afastamento do presidente Jair Bolsonaro, o próximo na linha sucessória é o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG).

Última Nota do hospital

O Hospital Vila Nova Star enviou na noite desta quarta-feira (14) uma nota à imprensa afirmando que Bolsonaro seguirá internado para “tratamento clínico conservador”, sem explicar exatamente no que consiste tal tratamento.

Segundo a nota, assinada pelo médico Antônio Luiz de Vasconcellos Macedo e sua equipe médica, o presidente foi diagnosticado com um quadro de “suboclusão intestinal”, isto é, obstrução do intestino.

Eduardo Bolsonaro diz que foi retirado 1 litro de líquido do estômago do pai

Bolsonaro foi internado nesta quarta-feira (14) em Brasília e postou uma mensagem em suas redes sociais

Filho do presidente Jair Bolsonaro, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) divulgou na manhã desta quinta-feira (15), em seu canal no Telegram, um vídeo em que comenta o estado de saúde do pai e diz torcer para que uma cirurgia não seja necessária.

Bolsonaro está internado no Hospital Vila Nova Star, em São Paulo, desde a noite de quarta (14), onde passa por uma bateria de exames para avaliar a necessidade de uma cirurgia para desobstruir o intestino. Há previsão de que o hospital divulgue uma atualização sobre o estado de Bolsonaro no fim da manhã.

Segundo Eduardo, Bolsonaro tem no hospital a companhia do filho Carlos Bolsonaro, vereador no Rio de Janeiro pelo Republicanos, e da mulher, Michelle Bolsonaro.

O deputado afirmou haver uma dobra ou aderência no intestino de Bolsonaro que impede a passagem de alimentos. Ele explicou que o entupimento causou acúmulo de líquido no estômago, o que gerou dores abdominais ao presidente. “Foi retirado um litro de líquido do estômago”, disse.

Na madrugada de quarta, Bolsonaro foi ao Hospital das Forças Armadas, em Brasília, de onde foi transferido por orientação do médico Antônio Luiz Macedo, responsável por cirurgias intestinais do presidente feitas devido à facada que Bolsonaro sofreu em 2018.

Eduardo afirmou haver esperança de que o bloqueio se desfaça naturalmente, sem a necessidade de nova cirurgia. Desde o atentado na campanha presidencial, Bolsonaro já foi submetido a algumas cirurgias.

O deputado informou ainda que Bolsonaro não poderá comparecer à motociata marcada pala sexta (16), em Manaus. O filho do presidente disse que ele estava “baqueado” na quarta, mas que Bolsonaro “não para de trabalhar, é workaholic, mas vai ter que dar um tempinho”.

Em nota à imprensa, o hospital afirmou que Bolsonaro foi submetido a avaliações clínica, laboratoriais e de imagem e que a equipe médica decidiu dar andamento a ações de tratamento que não envolvem, ao menos por ora, uma operação.

A Secretaria Especial de Comunicação Social da Presidência havia informado que a transferência para São Paulo tinha como objetivo fazer “exames complementares para definição da necessidade, ou não, de uma cirurgia de emergência”.

Especialistas em aparelho digestivo ouvidos, dizem que o chamado tratamento conservador, que pode evitar uma cirurgia, envolve procedimentos terapêuticos como a colocação de sonda.

O tubo pode ser usado para retirar líquido acumulado na região, levando o intestino a desinchar. O inchaço pode ser consequência do surgimento de aderências (partes do órgão que ficam coladas).

Por ser extremamente delicada, a cirurgia só costuma ser recomendada pelos médicos depois de esgotadas todas as outras tentativas. Uma operação do tipo pode durar até seis horas, é complexa e embute riscos para o paciente.

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