Ação acontece às vésperas do ‘Abril Vermelho’, alvo de preocupação de proprietários rurais; propriedade foi utilizada em esquema de exploração sexual e atualmente pertence ao poder público

Na madrugada deste sábado (25), o Movimento dos Sem Terra (MST) invadiu uma fazenda em Hidrolândia, no interior do Goiás. Segundo o MST, a ação foi realizada por mulheres ligadas ao movimento e faz parte da Jornada Nacional de Luta das Mulheres Sem Terra, que ocorre em todo país durante o mês de março.

Esta foi a justificativa da ação de um grupo de 600 famílias como parte da Jornada Nacional de Luta das Mulheres Sem Terra. A invasão foi tratada como uma “denúncia contra à exploração sexual das mulheres e adolescentes”.

“Com a nossa Jornada, denunciamos o crescimento da violência contra as mulheres do campo e esta área representa o grau de violência que sofremos”, disse o MST.

O imóvel pertenceu a um grupo condenado em 2009 por crimes desse teor. Parece estranho, mas hoje, a propriedade da fazenda é da União. Conforme a Secretaria de Coordenação e Governança do Patrimônio da União (SPU), o imóvel possui uma área total de 678.588 metros quadrados.

Exploração sexual

O local da invasão em Hidrolândia era chamado de fazenda São Lukas. Em 2002, a propriedade foi comprada pelo suíço Pietro Chiesa, que, segundo investigações, junto com mais nove pessoas, mantinha um esquema de tráfico internacional de mulheres para prostituição. Vítimas de cidades próximas à Hidrolândia — Anápolis, Goiânia e Trindade — eram levadas para a Suíça.

No exterior, eram submetidas a um esquema de endividamento e prostituição. Segundo a sentença que condenou Chiesa e os demais membros da quadrilha, algumas vítimas eram menores de idade e a maioria não suspeitava de que pudesse haver um esquema de cafetinagem envolvido.

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