Com o ‘Sr. Brasil’, o qual apresentou por 17 anos, ‘tirou o Brasil da Gaveta’ e fez coro com os artistas mais representativos de todas as regiões do país, diz nota da Fundação Padre Anchieta
O ator, cantor, compositor e apresentador da TV Cultura Rolando Boldrin morreu nesta quarta-feira aos 86 anos, em São Paulo. A causa da morte não foi informada. O velório será realizado na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. Segundo nota da Fundação Padre Anchieta, Rolando Boldrin teve enorme contribuição na história da TV Cultura.
“Com o ‘Sr. Brasil’, o qual apresentou por 17 anos, ‘tirou o Brasil da Gaveta’ e fez coro com os artistas mais representativos de todas as regiões do país. Em seu programa, o cenário privilegiava os artesãos brasileiros e era circundado por imagens dos artistas que fizeram a nossa história, escrita, falada e cantada, e que já viajaram, muitos deles “fora do combinado”, conforme costumava dizer Rolando”, diz o texto.
Figura emblemática da cultura popular brasileira, Boldrin, o sétimo filho de uma família de 12 irmãos, nascido em 22 de outubro de 1936, foi o único “encarregado” de cantar e contar a nossa terra em verso e prosa desde muito cedo. Saído do interior de São Paulo, da cidade de São Joaquim da Barra, o caboclinho virou ator de filmes premiados e de novelas acompanhadas no Brasil inteiro e até no exterior, e tornou-se compositor, cantor, apresentador e, claro, grande contador de causos.
O “caipira” que cantou e contou o Brasil como poucos teve uma vasta carreira na teledramaturgia brasileira. Boldrin foi um homem de inúmeros talentos e muita personalidade, mas dizia que era fundamentalmente um ator: “esse tem sido meu trabalho a vida inteira; radioator, ator de novela, de teatro, de cinema, um ator que canta, declama poesias e conta histórias”, falava.
Como ator, Rolando atuou em mais de 30 novelas, como “O Direito de Nascer”; “As Pupilas do Senhor Reitor”; “Os Deuses Estão Mortos”; “Quero Viver”; “Mulheres de Areia”; “Os Inocentes”; “A Viagem”; “O Profeta”; “Roda de Fogo”; “Cara a Cara”; “Cavalo Amarelo” e “Os Imigrantes”.
Na televisão, ainda apresentou os programas “Som Brasil” na Rede Globo, “Empório Brasileiro” na TV Bandeirantes e “Empório Brasil” no SBT. Na TV Cultura, esteve à frente do “Sr. Brasil” desde 2005.
Seja como ator, apresentador, cantor ou contador de causos, Rolando Boldrin deixará uma lacuna na cultura brasileira e uma imensa saudade entre os milhões de fãs que conquistou em mais de 60 anos de carreira na TV.
“A TV Cultura agradece pela honra de ter contado com o brilhantismo de Boldrin em sua programação. E manifesta os mais sinceros sentimentos aos familiares e amigos deste artista gigante que jamais será esquecido”, diz a nota.
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