A greve anunciada pelo Sindicato que representa a categoria do motoristas de empresa Grande Marília, foi provisoriamente cancelada. Segundo informações prestadas pelo vice presidente da entidade, Josué Mattos, os representantes de empresa entraram em contato com os dirigentes sindicais e se comprometeram a efetuar os 50% restantes das pendências salariais no próximo dia 22 ( Segunda feira ).

Em assembleia ocorrida por volta das 4Hs da manhã de hoje, em frente a garagem da empresa com o motoristas, os mesmos deliberaram pelo cancelamento da greve até o dia combinado e, retornaram as suas atividades atendendo as linhas da zona norte, leste e parte da zona oeste com os horários que vigor atualmente devido a retirada de alguns ônibus que já foram enviados para a cidade de Bauru e devido ao período da pandemia.

Mais de 60 mil usuários poderão ficar sem transporte coletivo à partir do dia 1º de Abril. Sindicato já cobrou prefeitura, Emdurb e MP, porém sem respostas.

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Na contagem regressiva, faltam pouco mais de duas semanas para estourar um verdadeiro caos do transporte coletivo na cidade de Marília. Esta poderá ser a maior crise do setor caso nenhuma medida seja adotada em caráter emergencial pela administração municipal do prefeito Daniel Alonso ou alguma ação mais efetiva de cobrança do M.P.

O silêncio do prefeito Daniel Alonso causa indignação a todos, pois pelos caminhos jurídicos o tempo é escasso para qualquer medida. Recentemente o JORNAL DO ÔNIBUS de MARÍLIA publicou com exclusividade uma matéria com o ex vice prefeito municipal Tato Ambrósio, que sugeriu a municipalização do transporte coletivo com o preço da passagem sendo reduzido para R$ 2,00 reais e o Tarifa zero para estudantes carentes, desempregados e aos finais de semana, porém, não obteve nenhuma resposta a respeito.

O presidente da câmara municipal de Marília, vereador Marcos Rezende colocou para a tramitação o processo que autoriza o transporte coletivo alternativo na cidade com vans e micro-ônibus, mesmo em tempos de pandemia, onde toda a aglomeração deve ser combatida e demonstrando desconhecer que tal proposta já constava no plano diretor aprovado em 2006, porém com a implantação dos mini terminais regionais, que ajudariam em muito a fluidez do trânsito na cidade.

A empresa protocolou no dia 25 de fevereiro um documento oficial na prefeitura notificando da rescisão do contrato de concessão no próximo dia 31 de março, onde pelos menos 60 mil usuários ficarão sem o transporte coletivo para se deslocar para o trabalho. Vale lembrar que, mesmo com a fase vermelha exigida pelo plano São Paulo sob a batuta do governador João Dória, existem milhares de trabalhadores que exercem sua função em estabelecimentos considerados essenciais ou em expediente interno para o serviço de atendimento delivery.

Nas justificativas, a empresa Grande Marília alega que a licitação da qual saiu como um das empresas vencedoras previa 615 mil usuários do transporte público municipal por mês. Com a tarifa iniciada em R$ 2,85 isso representaria um faturamento anual de R$ 21 milhões, mas, teria iniciado com apenas R$ 2,15.

Segundo relato de representantes da própria empresa, no entanto, o número de usuários era menor do que o previsto e vinha caindo já mês a mês, mesmo antes da pandemia. Em 2013, por exemplo, teriam sido 451,6 mil passagens mensais, em média. Ou seja, 27% a menos do que o edital previa.

RENOVANDO FROTA – Grande Marília...

Embora a pandemia, seja um importante fator, não se pode omitir o precário serviço prestado pela empresa na cidade com constantes reclamações registradas em vídeo e fotos enviadas a redação do JORNAL DO ÔNIBUS de MARÍLIA e outros veículos de comunicação. Em 2019 o número de passageiros médio por mês caiu para 330 mil e em 2020 para 147 mil, ou 76% a menos do que se imaginava inicialmente. A aglomerações, extinção de algumas linhas e a falta de higienização são alguns dos questionamentos apresentados pelos usuários ( vide vídeo ).

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A tarifa no entanto, não teria começado em R$ 2,85 e sim em R$ 2,15. E desde o começo do contrato teriam sido feitos quatro reajustes, apenas. O valor subiu para R$ 2,50 em fevereiro de 2014, para R$ 2,85 em dezembro do mesmo ano, para R$ 3 em agosto de 2015 e para R$ 3,80 em março de 2019.

Em dezembro do ano passado, a AMTU apresentou a reivindicação para um reajuste no valor da passagem, passando dos atuais R$ 3,80 para a exorbitante quantia de R$ 6,24. Após a reunião do SAF e membros da EMDURB, foi afixada um reajuste para R$ 4,50, sendo que, a empresa achou insuficiente para manter os serviços.

Em parte do oficio enviado a prefeitura, consta o seguinte trecho; “Ao longo do tempo, os reajustes não têm acompanhado os índices inflacionários, como vem a peticionante  demonstrando para a municipalidade de forma reiterada, mês a mês”, concluiu.

De acordo com a empresa, tal situação implica no descumprimento da cláusula contratual que prevê reajuste anual no valor da tarifa. “O que se quer dizer é que o equilíbrio econômico/financeiro previsto em lei e contrato, nunca foi adequadamente cumprido”.

A Grande Marília também citou  no ofício a dificuldade para pagar os salários dos motoristas e, que, somente em abril de 2020, apenas no inicio da pandemia a empresa teria amargado um prejuízo de R$ 532 mil.

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