Há um ditado que diz ; -“no começo tudo cheira a alecrim, mas, no final eu não vi feder assim”. Com a andar da carruagem, tudo leva a crer que a lua de mel entre os servidores e administração municipal está mesmo chegando ao seu final.

Tudo começou na última quarta feira quando Professores da Rede Municipal de Ensino fizeram um protesto na manhã da quarta-feira (3) em frente a Prefeitura. Em seguida, lotaram o segundo andar do prédio, onde fica o gabinete do prefeito Daniel Alonso (PSDB), mas não conseguiram falar com ele.

Cerca de 140 manifestantes representantes de 35 escolas, empunhando faixas e cartazes pedindo “valorização dos profissionais da Educação”, queriam falar com o prefeito e cobrar compromissos de incorporação de 33% no holerite (que hoje ainda são pagos como gratificações isoladas por atividades extra-classe), regulamentação das atividades extra-classe (trabalhos sem a presença de alunos, como avaliações, planejamento escolar e outros) e equiparação hora/aula entre Emeis e Emefs. Professores de Emeis recebem R$ 0,80 a menos que os profissionais das Emefs por hora/aula.

A relação entre a administração municipal já vem abalada desde os últimos entraves com o Plano de carreira e passou a ficar ainda mais arranhada depois da publicação do ultimo decreto acabando com a hora extra e minando a licença- prêmio que era um artifício do servidor ao se aposentar em uma especie de poupança ou FGTS da iniciativa privada.

O Gestor Municipal não os recebeu, pois, segundo o chefe de gabinete , Márcio Esposito, o mesmo estava em compromisso externo sendo então recebido pelo mesmo que se comprometeu a agendar uma reunião para tratar do assunto.

Os manifestantes aguardavam uma resposta até o final da tarde de ontem, e, como não ocorreu a previsão é do retorno dos professores ao gabinete para nova manifestação de reivindicações.

CHUMBO DE TODO LADO

Ocorre que, conforme já havia sido divulgado anteriormente, uma parte dos aposentados compareceu na tarde de ontem, sexta feira ( 05 ) por volta das 13Hs, para mais uma manifestação. Na pauta, um protesto contra a decisão de fazer pagamentos escalonados aos cerca de 1.700 beneficiários.

Na realidade, eles deveriam receber os proventos e pensões no dia de ontem, mas parte dos pagamentos só deverão ser feitos pela Prefeitura no próximo dia 12,conforme informações do Ipremm, justamente por falta de recursos, pois a atual gestão não estaria, segundo o instituto, com os repasses em dia para efetuar os pagamentos. O que assusta é que, esta mesma gestão já está com uma pendência de aproximadamente R$100 milhões.

Após a troca de farpas, os manifestantes também não foram recebidos e uma verdadeira guerra começou via “Notas oficiais” com versões desencontradas e até acusações que acabam por deflagrar uma crise sem precedentes entre servidores e a administração municipal.

Em um trecho da nota divulgada pela administração é possível ler o seguinte trecho; ” Aquela minoria que hoje protesta, serve de massa de manobra dos mesmos opositores que levaram o Instituto às dificuldades econômicas atuais. Apesar disso, com responsabilidade, postura estadista e eficiência na gestão, o prefeito distribui os recursos do Município de modo a garantir a manutenção dos serviços públicos, em especial da Saúde, Educação e outros setores fundamentais do Governo, e também o pagamento dos beneficiários do IPREMM. Mesmo que seja necessário escalonar uma pequena parte desses pagamentos, conforme o fluxo de caixa na Prefeitura”.

Em ouro trecho é velado o recado politico; ” Tais atos refletem influências políticas oposicionistas, com a velha tática do ‘quanto pior, melhor“.

Por um outro lado, o grupo de servidores também divulgou uma nota para contrapor a administração onde, procura desqualificar a nota com trechos como; ” Não representamos qualquer grupo político, como o senhor tenta induzir a opinião pública. Representamos os servidores e a sociedade em geral. Por isso fazemos e vamos fazer política, tornando público e do conhecimento da sociedade os desmandos dessa administração para com os servidores e para com a população de Marília.”

A nota ainda complementa classificando a administração como um estelionato para a cidade. “Reconhecemos que os desmandos da administração municipal em relação ao Ipremm (Instituto de Previdência do Município de Marília) vem de décadas e de outras gestões. Mas o senhor está prefeito para resolver esse problema, como prometeu em campanha eleitoral, no que podemos reconhecer como maior estelionato eleitoral da história de Marilia. De todos os administradores, o senhor Daniel Alonso é o que causou maior prejuízo ao Ipremm, já somando quase R$ 100 milhões em atraso nos repasses obrigatórios”. conclui.

A categoria foi a principal responsável pelos votos que possibilitaram a vitória do atual Prefeito e seu grupo, no entanto, após sucessivos embates o que se percebe é que o doce azedou, ou em outras palavras, acabou a lua de mel. Vamos aguardar e acompanhar os próximos capítulos que devem transcorrer nos próximos dias.

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