A data não poderia ter sido melhor, o primeiro dia do feriadão prolongado do dia 7 de setembro. Com isto, até segunda-feira o impacto e a repercussão já estarão amenizados, pelo menos é o que pensa a administração de Daniel Alonso / Cicero do Ceasa.

Em meio a maior falta de água da história de Marília com reclamações de moradores da zona sul e principalmente da zona norte, o prefeito quebra realmente sua promessa de campanha, que aliás foi até registrada em cartório, para conceder o maior patrimônio dos marilienses para a iniciativa privada. COM ISTO, O POVÃO VAI PAGAR MAIS CARO pelo liquido precioso, fora outras consequências.

O que mais nos surpreende é o silêncio dos vereadores, que simplesmente e estranhamente se silenciaram. Com exceção a dois ou três que às vezes fazem uso da tribuna da câmara para discursos inflamados, nada está sendo feito para tentar impedir, em outras palavras, apenas palavras ao vento sem nenhuma ação efetiva em defesa dos munícipes.

Em meio ao silêncio dos únicos que poderiam impedir, mesmo porque foram os mesmo que já autorizaram, uma nova data para a sessão de processamento do pregão foi determinada pelo prefeito Daniel Alonso para 14 de dezembro deste ano, a partir das 9h00, na secretaria municipal de Suprimentos, à Av. Santo Antônio, bairro Somenzari. Edital e anexos retificados estão disponíveis no endereço eletrônico www.marilia.sp.gov.br/licitacao.

Enquanto todos se deliciavam do feriadão de 7 de setembro, um digamos, termo de Continuidade foi publicado na edição do Diário Oficial de Marília de ontem quinta-feira (7), retomando o processo de concessão do DAEM à iniciativa privada pelo prazo de 35 anos, com direito a renovação pelo mesmo período.

O edital de licitação 013/2022 e anexos receberam retificações “em virtude das decisões proferidas pelo TCE (Tribunal de Contas do Estado) e STJ (Superior Tribunal de Justiça)”, que agora farão parte do processo, diz o Termo.

Apenas para recordar, a prefeitura recebeu autorização da Justiça no dia 29 de agosto para corrigir e dar sequência ao processo de concessão dos serviços de água e esgotamento sanitário urbano, após Ação Civil Pública proposta pela Oscip MATRA (Marília Transparente).

Nela, foram apontadas diversas irregularidades e falta de transparência no edital, como ausência de estudo técnico preliminar e a maneira como a futura AMAE (Agência Municipal de Água e Esgoto) será remunerada — ela substituirá o DAEM para fiscalizar os serviços sob concessão.

Ocorre que a falta de transparência continua e infelizmente a população de Marília já não tem a quem recorrer. Saudades do ex-vereador Cicero do Ceasa e membros da MARCHA DA CIDADANIA, como, por exemplo, o atual secretário da cultura, André Gomes e tantos outros, que também se silenciam diante deste verdadeiro estrupo contra a população da capital nacional dos radares.

É importante lembrar que esta pauta sobre a concessão do Daem é polêmica e antiga na cidade, para sermos exatos, desde a administração do ex-prefeito Vinicius Camarinha, que também tentou vender o departamento em 2015, mas foi impedido coincidentemente por falhas no edial.

LUTA CONTRA O TEMPO. Aos menos avisados, o prefeito Daniel Alonso e seu vice Cicero do Ceasa lutam contra o tempo, pois a administração municipal tem somente até dezembro para sacramentar o processo, ou seja; se não fizeram até lá, em 2024 estarão impedidos e com isso melarão todo e qualquer interesse. FICA A DICA

Este novo processo vem em meio a uma dívida milionária do DAEM junto a CPFL e diversos outros problemas financeiros da autarquia, com um histórico desabastecimento de água confirmado em todas as regiões de Marília com centenas de reclamações na redação do JORNAL DO ÔNIBUS DE MARÍLIA e milhares de registros nas redes sociais. É MARÍLIA COM SEDE DE ÁGUA E SEDE DE JUSTIÇA.

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