O voto segmentário cada vez mais domina o cenário politico a nível nacional e, em Marília não foi diferente. Um destes segmentos são as denominações cristãs. As Igrejas evangélicas ajudaram a formar uma nova e fortalecida “bancada evangélica” na Câmara Municipal para a legislatura 2021 à 2024.
Quatro vereadores da nova legislatura (2021/2024) foram eleitos com bases nesses segmentos. Marcos Custódio (Podemos – reeleito para o terceiro mandato -, da Igreja Assembleia de Deus), Élio Ajeka (PP – Igreja Batista), Júnior da Batista (PL – mesma denominação) e Vânia Ramos (Republicanos – Igreja Universal).
Outro fato importante desta eleição é que, Marília quebrou um tabu elegendo pela primeira vez, duas mulheres para ocupar o plenário em uma mesma legislatura. A Câmara dobrou a representatividade feminina. Na próxima legislatura (2021/2024) serão duas mulheres no plenário. Além da atual vereadora professora Daniela Alves (PL), que se reelegeu com 1.898 votos (em 2016 ela obteve 2.439 votos) o legislativo municipal terá a servidora pública municipal Vânia Ramos (Republicanos), que se elegeu com 2.032 votos.
A primeira mulher eleita para a Câmara de Marília foi Cleuza Pontes (ligada à Igreja Universal), em 1992. Em 2004, foi eleita a professora Edith Sandes Salgado e a professora Sônia Tonin (2004/2008 e 2012/2016).
Mas, o grande destaque foi mesmo o recado direto do eleitor que expressou sua revolta diante da urna eletrônica renovando 50% por cento das vagas. Os famosos veteranos como Delegado Wilson Damasceno e Albuquerque e ainda os vereadores João do Bar e Queiroz ficaram de fora, concedendo a cadeira aos novatos que ocuparam ainda as vagas dos vereadores Mário Coraini e Maurício.
Entre os novatos, estão Rogerinho (PP – o mais votado desta eleição), Élio Ajeka (PP), Eduardo Nascimento ( que já foi vereador e retorna a casa, PSDB), Vânia Ramos (PRB), Júnior da Batista (PL), Ivan Negrão ( A grande surpresa -PSB) e Júnior Féfin (PSL). Confira a votação de cada um.
1º – Rogerinho (PP), 2.864 votos
2º – Marcos Rezende (PSD), com 2.846 votos
3º – Evandro Galete (PSDB), 2.655 votos
4º – Elio Ajeka (PP), 2.359 votos
5º – Eduardo Nascimento (PSDB), 2.318 votos
6º – Marcos Custódio (Podemos), 2.130 votos
7º – Vania Ramos (Republicanos), 2.032 votos
8º – Prof.a Daniela (PL), 1.898 votos
8º – Luiz Nardi (Podemos)), 1.855 votos
10º – Jr. Moraes (PL), 1.847 votos
11º – Ivan Negrão (PSB), 1.606 votos
12º – Danilo da Saúde (PSB), 1.604 votos
13º – Agente Jr. Féfin (PSL), 1.586 votos
Nos bastidores da politica o assunto do momento é a eleição do policial federal e professor de Direito Constitucional, Junior Féfin (PSL), que foi eleito com 1.586 votos e será, pelo menos até esta legislatura, o único parlamentar a não receber salário da Câmara.
Pelo que apuramos, além do discurso de campanha, uma norma administrativa da Polícia Federal impede que agentes eleitos acumulem os cargos, como forma de manter a independência dos servidores, que inclusive atuam investigando agentes públicos, entre muitas outras atribuições. Por esta razão, ele deve se licenciar da corporação e seguir recebendo seus proventos por lá.
A grande expectativa passa a ser com a sua conduta e posicionamento em relação as votações da casa. Embora a oposição tenha conquistado 7 cadeiras, é normal, principalmente com o provável fim da dinastia, que alguns vereadores se “tornem” situação para fortalecer a base politica. Com isso, a posição do Agente Federal passa a ser de fundamental importância para os rumos do legislativo à partir de 2021. É esperar e conferir.
DIRETO DA REDAÇÃO