Para barrar a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro, o presidente Lula iniciará a entrega de cargos do segundo escalão nesta semana, informou o jornal O Estado de S. Paulo, nesta terça-feira, 14. A CPMI quer chegar aos autores dos atos de vandalismo na Praça dos Três Poderes.

A lista de cadeiras beneficia o União Brasil, partido do ministro das Comunicações, Juscelino Filho, que terá diretorias dos Correios, do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação e do Departamento Nacional de Obras contra as Secas.

O União Brasil também ficará com as presidências da Telebras e da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba, entre outros postos estratégicos. As empresas e as repartições “loteadas” se envolveram em escândalos de corrupção ao longo de vários governos.

Também o MDB vai conseguir sua fatia do bolo. Lula prometeu à legenda a diretoria do Banco do Nordeste, uma vice-presidência da Caixa e quatro secretarias do Ministério das Cidades. Com a entrega de cargos, o Palácio do Planalto espera a retirada de assinaturas da CPMI do 8 de janeiro.

Lula deu sinal verde para as nomeações, depois de ter sido alertado pelo presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), de que a demora em atender os aliados poderia fazer o início de seu terceiro mandato começar mal, com derrotas significativas no Congresso Nacional. Lira queixou-se ainda de ataques da presidente do PT, Gleisi Hoffmann, contra o centrão.

Até agora, o Palácio do Planalto não passou pelo teste do plenário no Congresso e, nas contas de Lira, terá dificuldades para aprovar projetos importantes na economia, como a nova âncora fiscal e a reforma tributária. Para piorar o quadro, há uma queda de braço entre Lira e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que não se entendem sobre o rito de tramitação das medidas provisórias. Onze MPs enviadas pelo governo ao Legislativo estão à espera de votação.

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