A atriz Letícia Sabatella revelou detalhes sobre o diagnóstico de um grau leve do Transtorno do Espectro Autista (TEA), que recebeu aos 52 anos. A atriz contou que chega a se sentir mal fisicamente em algumas situações, devido à hipersensibilidade, como diante do excesso de barulho, por exemplo, um dos sintomas típicos de quem pertence ao espectro.
As declarações foram feitas ao Fantástico, neste domingo (17). Letícia contou sobre o alívio do diagnóstico, mesmo que tardio, após os 50 anos.
– A sensação foi libertadora. Estou neste flerte de buscar a melhor compreensão sem desespero algum – afirmou a atriz.
– Estou aprendendo sobre esse assunto. Sei sobre mim, intuitivamente. Esse é o valor de um bom diagnóstico. A pessoa que não se conhece é mais suscetível a ser oprimida – acrescentou.
A hipersensibilidade sensorial como a de Letícia está entre os sintomas típicos do TEA. Os outros sinais na fase adulta são dificuldades de socialização, foco excessivo no trabalho, aversão a mudanças de rotina e problemas para compreender a comunicação não verbal. Mas cada pessoa com autismo possui particularidades em sua condição.
O transtorno reúne aspectos do desenvolvimento neurológico presentes desde o nascimento ou começo da infância. No caso do TEA, pode ser dividido em três níveis.
A atriz possui grau leve. Foi o diagnóstico na filha, Clara, de 30 anos, fruto da relação com o também ator Ângelo Antônio, que despertou seu interesse para buscar apoio médico.
– Sempre era reconhecida como a pisciana, a artista, a romântica, a idealista. Até, em umas relações mais abusivas, como maluca, louquinha – disse Sabatella sobre a forma como era vista.
A artista falou sobre a dificuldade de se enturmar na escola durante a infância e como, às vezes, se sente incompreendida.
– Quando tinha 9 anos todas as meninas do colégio pararam de falar comigo, por causa do meu jeito. Eu não entendi o porquê.
A carreira como atriz teve o papel de “terapia” para a atriz, fazendo com que fosse desenvolvendo suas habilidades sociais.
Embora o autismo seja identificado na maioria das vezes na infância, essa condição vem sendo diagnosticada com maior frequência em adultos.
A atriz já vinha abordando o tema nas redes sociais na última semana após revelar o diagnóstico no podcast Papagaio Falante.
– Quantas vezes eu perdia a amizade ou as pessoas ficavam magoadas comigo porque eu não conseguia sair de casa. Eu não conseguia ir ao cinema, porque é uma experiência sensorial muito forte, como se eu tivesse tendo um sonho premonitório que iria definir a minha vida, de tão sensível – relatou a atriz.
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