Já pensou em viajar por rodovias de boa qualidade sem precisar sequer passar por praças de pedágio? Pois saiba que isso pode acontecer no Brasil. Não estamos falando da extinção das taxas (que são as responsáveis pela boa qualidade mencionada na pergunta), mas da eliminação das praças de cobrança, o que já é ótimo para os motoristas, e também no pagamento proporcional ao uso que se faz da rodovia.

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Repúblicanos), disse nesta terça-feira (14), após conclusão do leilão do trecho norte do Rodoanel, que a intenção é estender para todo o estado o modelo de pedágio “free flow” – em que a cobrança é automática e sem catraca – e também a cobrança proporcional aos quilômetros rodados pelo motorista.

A Lei no  886/21, que foi sancionada pelo presidente Jair Bolsonaro no início de junho e publicada no Diário Oficial, prevê a implantação de pedágios eletrônicos nas estradas com cobrança sob medida, ou seja, pela quantidade de quilômetros rodados.

A nova lei, que deverá entrar em vigor ainda este ano, acaba com a necessidade de parar nas cabines para pagar pelo uso das rodovias, tornando a passagem livre, o que poupa tempo, cansaço dos dos motoristas e emissão de poluentes (sem parar e em velocidade constante, os carros emitem menos).

A proposta é quase a mesma dos serviços privados de cobrança automática, via chip, mas sem a praça de pedágio e com a vantagem da cobrança mais justa, uma vez que o usuário paga apenas pelo trecho efetivamente percorrido.

“Por meio de pórticos instalados em pontos estratégicos das rodovias, o sistema calcula o percurso atravessado por cada veículo”, afirma José Carlos Cassaniga, diretor executivo da Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias (ABCR). A tecnologia não é novidade, esse sistema é utilizado há mais 20 anos na Europa e América do Norte, onde é conhecido como “free flow”.

As duas modelagens já estão previstas para todos os postos de pedágio que existirão no trecho norte do Rodoanel, que terá a conclusão das obras e sua administração, agora, assumida pelo fundo de investimentos Via Appia, vencedor do leilão que aconteceu nesta tarde na sede da B3, em São Paulo.

Tarcísio participou do evento junto a seus secretários. Foi o primeiro de uma série de leilões, privatizações, parcerias e concessões previstos pelo ex-ministro da Infraestrutura de Jair Bolsonaro para o estado de São Paulo.

De acordo com ele, a lista de concessões e privatizações já desenhada tem potencial para atrair mais de R$ 130 bilhões em investimentos para o estado. “Já podemos dizer que agora temos um cronograma [para a conclusão do Rodoanel Norte], que até o segundo semestre de 2026 deve estar pronto e funcionando”, disse o governador.

“E ele vem com novidade: o ‘free flow’ e o pagamento por quilômetro rodado. É algo que vamos implantar em todo o estado; vamos substituir todas as praças de pedágio em todo o estado de São Paulo.”

Tanto o free flow quanto a cobrança do pedágio proporcional ao quanto o motorista rodar são possíveis por meio de sensores e câmeras que reconhecem, por exemplo, a placa do veículo, ou por tags de cobranças automática, como o Sem Parar.

O sistema “free flow”, ou “tráfego livre”, em inglês, usado em diversos lugares do mundo, dispensa a estrutura das praças de pedágio e desafoga o trânsito das rodovias.

R$ 130 bi em investimentos

A abertura do processo de privatização da Empresa Metropolitana de Águas e Energia (Emae) deve “acontecer em breve”, de acordo com Tarcísio, e é uma das primeiras da lista de concessões do governo paulista. Os estudos para a privatização da Sabesp também já devem ser iniciados.

A construção de um túnel ligando Santos e Guarujá, a linha 17 e outras linhas ainda no papel do Metrô e novas concessões rodoviárias foram outros projetos citados pelo governador.

Ele também falou da possibilidade de fazer Parcerias Público Privadas (PPPs) na construção e gestão de escolas, além da exploração junto à iniciativa privada de terrenos ociosos que pertencem ao governo do estado.

“Temos 807 mil metros quadrados em terrenos, sendo que o governo ocupa e tem demanda para cerca de 300 mil metros quadrados. Olha o quanto podemos economizar e ganhar de dinheiro”, disse.

“Criamos o Programa Paulista de Parceria de Investimentos, fizemos a primeiro reunião do conselho e qualificamos uma série de projetos que, no final, vão representar mais de R$ 130 bilhões de investimentos ao longo de anos”, acrescentou.

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