“Sob a presidência britânica, foi convocada uma reunião urgente de ministros da Saúde do G7, nessa segunda-feira, 29 de novembro, para abordar a evolução da ômicron”, garante comunicado divulgado pelo Ministério da Saúde e Atenção Social do Reino Unido, liderado por Sajid Javid.

O G7 é também é formado por EUA, Canadá, França, Alemanha, Itália e Japão, além da União Europeia (UE), como convidada.

A variante, cuja detecção foi anunciada na última quinta-feira, na África do Sul, fez com que vários países anunciassem restrições de viagens que tem o sul da África como origem.

Uma especialista sul-africada que atendeu infectados com a nova cepa afirmou, entretanto, só ter observado até agora sintomas leves em casos de covid-19 provocados pela ômicron.

Ômicron representa um risco global “muito elevado”, adverte a OMS

Ômicron representa um risco global "muito elevado", adverte a OMS

A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou, nesta segunda-feira, 29, que o risco global relacionado à variante Ômicron do coronavírus é “muito alto”, dadas as possibilidades de que a cepa escape à proteção das vacinas disponíveis e tenha “vantagens” na transmissibilidade. “Dependendo dessas características, pode haver surtos futuros de covid-19, que podem ter consequências graves, dependendo de uma série de fatores, incluindo os lugares onde esses picos podem ocorrer”, explicou a entidade, em relatório técnico.

A OMS ressaltou que a cepa, caracterizada como “variante de preocupação” na sexta-feira, tem até 36 mutações na proteína S (“spike” ou espícula), usada pelo vírus como veículo de ligação com as células humanas. Segundo a Organização, essa característica é “preocupante” porque tem potencial de reduzir a eficácia dos imunizantes.

O organismo sanitário, contudo, destaca que ainda há incertezas em relação à efetividade das vacinas, o nível de transmissibilidade da variante e a capacidade dela de causar casos graves da covid-19.

A OMS exorta a comunidade internacional a acelerar a campanha de vacinação, especialmente entre os grupos mais vulneráveis, e preparem os sistemas de saúde.

“O uso de máscaras, distanciamento físico, ventilação do espaço interno, prevenção de multidão e higiene das mãos continuam fundamentais para reduzir a transmissão do SARS CoV-2, mesmo com o surgimento da variante Ômicron”, reitera a OMS.

Japão fecha fronteiras para estrangeiros devido à ômicron; Austrália suspende reabertura

Japão fecha fronteiras para viajantes estrangeiros por conta da variante ômicron do novo coronavírus — Foto: Issei Kato/Reuters

Medida do governo japonês começa a valer na terça (30). Austrália reabriria suas fronteiras na quarta (1º), mas premiê do país afirmou que adiamento é uma decisão ‘temporária e necessária’.

O Japão vai proibir a entrada de visitantes estrangeiros a partir de terça-feira (30), anunciou primeiro-ministro Fumio Kishida nesta segunda-feira (29), para tentar conter a disseminação da ômicron, variante do coronavírus detectada inicialmente na África do Sul.

Também nesta segunda, o primeiro-ministro da Austrália, Scott Morrison, anunciou que suspendeu os planos de reabertura das suas fronteiras para determinados trabalhadores e estudantes também devido à nova variante.

A Rússia também vai anunciar restrições, segundo a agência de notícias RIA.

‘Medidas temporárias e excepcionais’

A Austrália reabriria suas fronteiras na quarta-feira (1º), mas Morrison afirmou que o adiamento é uma decisão “temporária e necessária”. O país já detectou três casos da variante ômicron até o momento.

“Esta suspensão temporária vai garantir que a Austrália consiga as informações necessárias para compreender melhor a variante ômicron“, afirmou o primeiro-ministro, citando como informações necessárias a eficácia das vacinas, o nível de contágio da variante e o grau e os sintomas da doença.

No Japão, japoneses que estiverem retornando ao país de alguns países específicos poderão entrar, mas terão que cumprir quarentena em instalações designadas pelo governo.

“São medidas temporárias e excepcionais que estamos tomando por uma questão de segurança, até que haja informações mais claras sobre a variante ômicron. Estou pronto para suportar as críticas daqueles que dizem que o governo está sendo cauteloso demais”, afirmou Kishida.

O Japão já havia anunciado na sexta-feira (26) restrições e controles em suas fronteiras para pessoas procedentes de seis países africanos e ainda não registrou nenhum caso da variante.

O ministro da Saúde do Japão, Shigeyuki Goto, disse que um viajante da Namíbia testou positivo para a Covid-19 e mais testes ainda são necessários para descobrir se o contágio foi pela ômicron.

Ômicron em todos os continentes

Todos os continentes já registram casos da variante ômicron do novo coronavírus, após o Canadá se tornar no domingo (28) o primeiro país das Américas a confirmar a infecção (2 casos na província de Ontário). Mais de de países já registraram infectados pela ômicrom.

A variante, inicialmente chamada de B.1.1.529, foi identificada primeiro na África do Sul pelo virologista Tulio de Oliveira, brasileiro que é diretor do Centro para Resposta Epidêmica e Inovação do país e anunciou a descoberta da cepa na quinta-feira (25).

Anvisa identifica caso de Covid-19 em brasileiro que veio da África do Sul

Segundo a agência, não há confirmação de que se trata de um caso da variante Ômicron até o momento. Amostra será analisada pelo Instituto Adolfo Lutz, de São Paulo

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) informou neste domingo (28) que identificou um caso positivo de Covid-19 em um passageiro brasileiro com passagem pela África do Sul, que desembarcou em Guarulhos (SP), no sábado (27). Segundo a Anvisa, não há confirmação se o caso é da variante Ômicrom. O paciente, que já está em isolamento, foi vacinado contra a Covid-19.

As determinações da Anvisa exigem que o viajante apresente exame de diagnóstico molecular (RT PCR) negativo para Covid-19 realizado em, no máximo, 72 horas antes do voo internacional (na origem do voo). Segundo a Anvisa, o passageiro chegou ao Brasil com teste negativo e sem apresentar sintomas.

Após a chegada do passageiro, a Anvisa foi informada às 21h12 do sábado sobre o resultado positivo de novo teste de RT PCR, realizado pelo laboratório localizado no aeroporto de Guarulhos.

A Anvisa notificou o Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (CIEVS) nacional, estadual e municipal, às 1h07 deste domingo. A Vigilância Epidemiológica do Município de Guarulhos também foi acionada para acompanhamento do caso.

“Após a identificação e testagem com resultado positivo para Covid-19, o paciente foi colocado em isolamento e já cumpre quarentena residencial. Os órgãos de saúde estadual e municipal passam a fazer o monitoramento do caso. O Ministério da Saúde acompanha o caso”, diz a nota da Anvisa.

Em nota, a Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo informou que o caso é acompanhado pela vigilância do município de Guarulhos. O Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (Cievs) de São Paulo e a Anvisa já solicitaram à companhia aérea a lista dos passageiros para auxiliar na detecção e rastreio dos eventuais contatos.

Testes serão realizados pelo Instituto Adolfo Lutz

A amostra positiva para a Covid-19 será analisada e passará por sequenciamento genômico no Instituto Adolfo Lutz, vinculado à Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo. Até o momento, não há registros de casos da nova variante no Brasil.

O secretário de Saúde de São Paulo, Jean Gorinchteyn, informou que os testes terão início nesta segunda-feira (29). Segundo o secretário, os resultados devem estar disponíveis em 72 horas. “A primeira fase sai em 72 horas, depois é feita uma prova confirmatória, que pode demorar mais 48 horas. A estimativa é que o resultado fique pronto em cinco dias”, disse Gorinchteyn.

A Anvisa recomendou ao governo brasileiro, em um primeiro momento, a proibição de voos com destino ao Brasil que tenham origem ou passagem pela República da África do Sul, República de Botsuana, Reino de Essuatíni, Reino do Lesoto, República da Namíbia, República do Zimbábue.

Neste sábado, a agência incluiu outros quatro países africanos à lista: Angola, Malawi, Moçambique e Zâmbia. O Brasil proibiu, voos com destino ao país que tenham origem ou passagem pelos seis países recomendados pela Anvisa inicialmente.

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